Transcreve-se o seguinte artigo, por servir de ponto de reflecção sobre um tema de especial importância para a coerência da CPLP:
Basílio Horta não se lembra de episódio mais grave nas relações Portugal/Angola
TSF. 15-10-2013. Publicado às 19:45
Este antigo presidente da AICEP entende que o corte da parceria estratégica anunciado pelo presidente angolano exige uma intervenção ao mais alto nível por parte de Portugal.
Basílio Horta diz não se lembrar de um episódio mais grave nas relações entre Portugal e Angola do que o corte da parceria estratégica anunciado esta terça-feira pelo presidente José Eduardo dos Santos.
Perante o anúncio do presidente de Angola, este antigo presidente da AICEP considera que com este clima a situação exige uma intervenção ao mais alto nível.
Para Basílio Horta, Cavaco Silva, que tem boas relações com Angola, «deve ter uma palavra importante a dizer e não apenas o Presidente da República, mas todos os partidos, incluindo o PS, devem remar para o mesmo sítio que é recompor esta relação».
«A língua portuguesa que nos une a todos tem um valor inestimável e é talvez dos ativos mais importantes que Portugal tem. Se além de pequeno país for também uma pequena nação, com as pessoas à bulha umas com as outras, isso é continuar este descalabro em que estamos metidos», acrescentou.
Basílio Horta entende ainda que o Governo «devia tentar sarar as feridas, mas com dignidade e ver bem o que está a acontecer».
«A verdade é que tudo isto passou das marcas e agora é preciso parar e reflectir, repensar e reconstruir uma relação baseada obviamente na confiança, respeito recíproco e pelos interesses de ambas as partes e que evite, de futuro, estes incidentes», frisou.
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terça-feira, 15 de outubro de 2013
BASÍLIO HORTA E A CRISE PORTUGAL-ANGOLA
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4 comentários:
Caro João Soares
Dá-me vontade de dizer que é uma honra cortar relações com o governo de um dos países mais corruptos do mundo.
Não me parece muito preocupante, porque cão que ladra não morde. A birra vai passar, porque há grandes interesses de ordem pessoal em jogo. E quem tem telhados de vidro...
Caro Fernando Vouga,
Acho que nas relações entre estados independentes deve haver respeito mútuo e que seja aceite que cada um deve defender os seus próprios interesses sem hostilizar o outro.
Independente de ideias prévias de mau entendimento, convém esclarecer o fundo da questão actual.
Os corruptos angolanos investiam em Portugal o dinheiro «sujo»? o defeito deste dinheiro é a sua origem, a forma como foi obtido e isso é um problema a averiguar no seu país. Porque razão a nossa Justiça se meteu nisso??? Porque razão Portugal levantou um conflito internacional com um país com quem convém haver boas relações no âmbito da CPLP»?
E a dúvida da boa ou má intenção é mais definida quando em Portugal, onde a nossa Justiça deve mostrar a sua eficácia, prolifera como uma peste o tráfico de influências, a corrupção, a promiscuidade entre interesse públicos e privados pela mão de governantes, autarcas e deputados, as negociatas, os múltiplos casos como o BPN, o BPP, o Banif, o Freeport, etc. etc. que acabam impunes. O dinheiro angolano, seja limpo ou sujo pode ser benéfico para Portugal, como todo o investimento estrangeiro, não devendo ser rejeitado.
Lá fora não consta que o dinheiro sujo que sai de Portugal, seja rejeitado e consta publicamente que ele circula em Cabo Verde Angola, Brasil, Luxemburgo, Suiça, Bélgica, Holanda, Polónia,etc. Basta ler os jornais, não é Sr Alexandre Soares dos Santos?
Caro Vouga, neste caso como, infelizmente, em muitos outros, concluímos que estamos a ser governados por garotos que se apoiam em assessores acriançados que só pensam nos seus benefícios pessoais, muitos, rápidos e por qualquer forma.
Gosto de encarar a vida nacional com desportivismo, mas já começo a perder e a esperança num futuro melhor e a confiança naqueles que deviam preparar tal futuro.
Abraço
João
Caro João Soares
Na prática, tem toda a razão. Quanto mais não seja porque ninguém pode atirar a primeira pedra seja a quem for.
No fundo, o governo português não foi politicamente correcto. Mas há quem diga que ser politicamente correcto é tentar pegar num "defecalhão" pelo lado limpo...
Caro Fernando Vouga,
Em política, quer no Pais quer fora, são todos praticantes do faz de conta. E Angola faz-nos pensar na guerra da independência que foi suscitada e apoiada em armamento e outros recursos por grandes potências que pretendiam expandir a sua influência em todo o mundo.
Há dois ou três anos numa «universidade de verão do PSD, o Paulo Rangel afirmou que a ética não casa com a política. Para evitar o agravamento de conflitos há muitos truques. Neste caso presente, quem terá que fazer mais cedências é Portugal por ser o elo mais fraco em termos de capacidade financeira.
Veremos como se desenrolará a peça de teatro.
Abraço
João
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