domingo, 13 de outubro de 2013

GUERRA CIVIL É UM PERIGO A EVITAR


As palavras de Domingos Azevedo não devem ser consideradas uma profecia, mas apenas um alerta que deve ser meditado pelos governantes por forma a analisarem bem a crise recessiva em que continuamos, ao fim de quase dois anos e meio de grandes sacrifícios, directamente para as pessoas e indirectamente através da degradação da economia, de que é prova evidente o OE 2014. Oxalá as palavras citadas no artigo a seguir transcrito não venham a ser uma profecia:

Com o que tem acontecido em Portugal "era para ter uma guerra civil em cima"
Jornal de notícias. 13-10-2013. Publicado às 09.35

O bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas diz que "os portugueses têm sido demasiado cordatos" face aos sacrifícios impostos e espera "mais do mesmo" em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2014.

"O que eu espero deste Orçamento do Estado em termos fiscais é um pouco mais do mesmo. Não espero nenhum rasgo capaz de retirar as coisas do curso negativo em que têm estado. Espero que especialmente a classe média vá continuar a ser a grande sacrificada desta crise financeira que Portugal vive", afirmou Domingues Azevedo em declarações à agência Lusa.

Para o bastonário, "os cidadãos portugueses andam calmos de mais", considerando que, "ao que tem acontecido na vida pública portuguesa, era para estar a ferro e fogo, com uma guerra civil em cima"

"Têm pedido tantos sacríficos aos portugueses que eu acho que os portugueses são demasiado cordatos no meio de todo este processo", acrescentou.

Domingues Azevedo diz que "há uma grande vontade" de arrecadar impostos, mas "uma vontade praticamente inexistente" de tributar as mais-valias e os rendimentos de capital, antecipando que "as injustiças vão continuar" e que "as grandes vítimas deste orçamento vão ser os trabalhadores por conta de outrem".

O bastonário da OTOC defende ainda que "seria um ato de inteligência" chamar grandes empresas para que tenham "alguma comparticipação no reequilíbrio das contas públicas", porque se não o fizerem "mais dia, menos dia não vão ter quem lhes compre", destacando os exemplos da PT, da EDP e da Galp Energia. Um setor que Domingues Azevedo entende que devia ser valorizado é o do turismo e atividades relacionadas, como a da restauração, considerando que "estar a sobrecarregar um setor destes é antieconómico".

"Entrámos num ciclo vicioso e temos medo de sair dele. Temos de perguntar o que é que temos feito para conseguir alguma coisa de diferente. E não temos feito nada", disse.

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