Mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo
Salazar
Há muitos anos que temos vindo a ouvir falar da necessidade de fazer uma Reforma Estrutural do Estado (com tentativa incompleta de Paulo Portas), de adoptar medidas de descentralização do poder de decisão (com tentativa falhada do ex-PM Santana Lopes), com intenções de regionalização (que se resumiu à extinção de governos civis e ao indesejável aumento de pessoal e burocracia em autarquias, etc.
Convém meditar sobre a expressão de Salazar «mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo». Sem dúvida que é imperiosa uma mudança activa, bem projectada, planeada, programada e realizada controladamente. É imperioso sair das águas pantanosas em que Portugal se tem vindo a afundar. Não bastam palavras ocas e inconsequentes que apenas servem para adiar o problema, perder tempo, que é um recurso irrecuperável, permitir a continuação de pesadas e demoradas burocracias que têm sido alimento muito nutritivo de tráfico de influências, corrupção, negociatas e o consequente enriquecimento ilícito que tem sido imune e impune.
Surgem agora projectos, com viabilidade, de cabeças de pessoas com saber, experiência, sentido de responsabilidade, dedicadas aos elevados interesses de Portugal e com capacidade para acompanhar as acções até à sua total concretização. É o caso de «Rui Rio. Regionalização pode ser "o abanão" necessário para alterar sistema»
e de «Silva Peneda diz que ideia da autorregulação do mercado "é uma treta"»
As suas sugestões poderão levar a uma Reforma da Estrutura do Estado que elimine o deficiente aproveitamento dos recursos e das energias dos Portugueses e oriente os esforços no sentido mais adequado a um bom desenvolvimento de Portugal, com melhor qualidade de vida para os portugueses. O diagnóstico vem sendo feito, repetidamente, por diversos pensadores nacionais, faltando apenas a terapia indispensável, que poderá ser a regionalização defendida racionalmente pelos notáveis atrás referidos no debate “Melhor Estado – Mais Democracia”, que decorreu em Leça da Palmeira. Simultaneamente, o Eng Alexandre Soares dos Santos disse "Há coisas a funcionar muito mal? Há. os partidos políticos".
Aplicáveis a esta iniciativa de proceder à Recuperação de Portugal, à sua renovação, inovação, actualização, modernização, são as palavras do fundador do PSD «Balsemão diz que não se deve entregar o poder “a quem provou não saber governar”».
Realmente, não é sensato esperar combater uma morbilidade usando o mesmo agente que a gerou e a foi alimentando e agravando. A Reforma a adoptar tem que ser inovadora e servir-se dos valores mais patriotas e competentes do País. Não podemos esquecer que existem pessoas de grande capacidade de liderança de organização e de gestão que evitam ligar-se à política por esta não estar a ser prestigiada e respeitada perante os cidadãos e para não perderem, dessa forma, o prestígio que possuem nas suas actividades. Não faltam valores que possam tomar as rédeas do País e conduzi-lo a um destino mais promissor. Os nossos Reis D. João I e II conseguiram conduzir Portugal para os seus momentos de maior glória, aproveitando o melhor potencial humano de Portugal. Agora, há que procurar seguir a lição que nos legaram.
Imagem de arquivo
Almirante Gouveia e Melo (I)
Há 50 minutos
2 comentários:
Caro João Soares
Estou convencido de que a regionalizaçao não passa de um expeciente para aumentar os tachos políticos. Por outro lado, com a tendência portuguesa para as coisas correrem mal, o melhoe (e mais barato) será deixar as coisas como estão. Veja-se o caso da Madeira.
Caro Vouga,
Não consigo deixar-me vencer pela tentação da rotina, do deixa andar, do mudar para ficar tudo na mesma.Parar é morrer. É certo que a mudança traz riscos e obriga ao esforço da adaptação da vista à nova paisagem, à criação de novas rotinas. Não me comprometo com um qualquer tipo de mudança, mas citei vários pensadores para se meditar que a mudança não deve ser um faz-de-conta, mas sim uma alteração profunda de procedimentos de sistemas, de pessoas, de partidos. Há que acabar com um Estado despesista e inoperante, que vive da política de fachada e nada muda, promete reformas e nem lhes toca. Onde está a limitação do abuso de «FUNDAÇÕES» financiadas pelo Estado?. Onde está o decisivo corte da burocracia e da CORRUPÇÃO que ela gera? Onde está a legislação que permite condenar o enriquecimento ilícito». Parar é morrer. A mudança é significado de vida,de seguir a lição da Natureza.
Abraço
A João Soares
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