A cada passo é preciso ver onde se vai colocar o pé. Mas é preciso correr riscos e evitar a estagnação, a putrefacção, o pântano pestilento. O pântano é a morte da água corrente que, pelo rio, ia torneando e galgando os obstáculos até que teve que parar. E o resultado foi a morte pestilenta. Parar é morrer.
Esta lição foi aplicada pelo povo grego recentemente e, segundo a notícia,por um casal agarvio que apostou na «produção biológica de ervas aromáticas». Desejo-lhes muito êxito e felicidade, pois «quem não arrisca não petisca» E a inovação contém o segredo do êxito na sociedade do futuro.
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Produção biológica de ervas aromáticas é aposta de casal no Algarve
Por Jornal i com Agência Lusa publicado em 22 Fev 2015 - 13:30
“O bancário está em vias de extinção e nós pensámos aproveitar os terrenos que tínhamos de família”
Um jovem casal está a apostar na produção biológica de ervas aromáticas e medicinais numa exploração situada no barrocal algarvio, onde tem já plantados 80 mil pés de 31 espécies diferentes de plantas.
A maior parte da plantação, localizada no Cerro do Monteiro, em Estoi, é ocupado pela malagueta cayenne, mas há também tomilho-cabeçudo, tomilho-limão, segurelha, hortelã-pimenta, erva príncipe, salva, manjerona e nêveda, pouco conhecida, mas típica do Algarve, contaram à Lusa Laura e Nuno Dias.
Ex-bancária, Laura decidiu largar a profissão para se dedicar a tempo inteiro à empresa Dias de Aromas - sediada em São Brás de Alportel, embora a exploração se situe no concelho vizinho de Faro -, enquanto o marido, Nuno, ainda se divide entre o projeto de agricultura biológica e o emprego que tem na área do turismo.
“O bancário está em vias de extinção e nós pensámos aproveitar os terrenos que tínhamos de família”, explicou Laura, lembrando que tudo começou quando pensaram que, dado o cenário de crise a nível nacional, seria bom terem um plano alternativo às suas carreiras profissionais.
Em 2013 começaram a trabalhar os terrenos dos avós e a preparar a exploração biológica de ervas aromáticas e medicinais, mas só arrancaram com a produção entre julho e agosto do ano passado.
Durante a preparação do terreno, perceberam que existiam vários pés de nêveda (planta da mesma família da hortelã e da urtiga), também chamada de erva-das-azeitonas, que antigamente era usada no Algarve para temperar as azeitonas e os caracóis.
“Ela é espontânea aqui no Algarve. É pouco conhecida, mas estamos a tentar espoletar o seu conhecimento e consumo” explicou Laura Dias, observando tratar-se de uma erva que combina muito bem com o azeite.
A intenção inicial era vender ervas aromáticas e medicinais secas em grandes quantidades para exportação, mas o casal rapidamente percebeu que não ia obter a rentabilidade que pretendia.
Assim, optaram por criar uma imagem e marca próprias, que estão a colocar no mercado nacional com ervas aromáticas secas e frescas.
A exportação continua “na mira” do jovem casal que já está a tentar colocar os seus produtos em bancas holandesas e alemãs.
Em busca da diversificação do potencial do projeto, o casal começou a organizar ‘workshops’ temáticos, ensinando, por exemplo, a fazer bombons de ervas aromáticas e promovendo visitas turísticas guiadas à exploração.
Quem visita o espaço é ainda surpreendido por um avião encomendado por ingleses ao Canadá durante a 2.ª Guerra Mundial, mas que se despenhou no Algarve antes de combater.
“É interessante e é mais um factor a jogar a nosso favor”, observou Nuno Dias, que ainda não tem uma noção clara da sua capacidade de produção, mas acredita que chegará a dezenas de milhares de euros anuais
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