Preparar a decisão
(Foi Publicado em O Diabo em 160927)
Na semana passada procurei dar umas dicas aos políticos da oposição. Desta vez as dicas são destinadas a quem tem responsabilidade de tomar importantes decisões que influenciam a vida dos cidadãos.
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Como os detentores do Poder, sendo pessoas, estão sujeitos a erros, e não são omniscientes, os assuntos objecto de decisões mais determinantes, devem ser analisados com a ajuda de pensadores independentes e sem interesse pessoal nem corporativo nas medidas a adoptar.
Com perfeito conhecimento da finalidade da decisão, tendo em vista o interesse geral, nacional, e todos os factores que o influenciam, há que listar todas as soluções possíveis, para depois escolher a que apresentar mais vantagens e menos inconvenientes. Aplica-se aqui o texto que publiquei há quase oito anos «Pensar antes de decidir».
«Em termos resumidos, as normas de preparação da decisão e de planeamento devem passar por:
1) Definir, com clareza e de forma que ninguém tenha dúvidas, o objectivo ou resultado pretendido.
2) Em seguida, descrever com rigor o ponto de partida, isto é, a situação vigente, com análise de todos os factores que possam influenciar o problema que se pretende resolver.
3) Depois, esboçar todas as possíveis formas ou soluções de resolver o problema para atingir o resultado, a finalidade, o objectivo ou alvo; nestas modalidades não deve se preterida nenhuma, por menos adequada que pareça.
4) A seguir, pega-se nas modalidades, uma por uma, e fazem-se reagir com os factores referidos em 2) para analisar as respectivas vantagens e inconvenientes; é um trabalho de previsão de como as coisas iriam passar-se se essa fosse a modalidade escolhida.
5) Depois desta análise das modalidades, uma por uma, faz-se a comparação entre elas, das suas vantagens e inconvenientes, com vista a tornar possível a escolha.
6)O responsável pela equipa, o chefe do serviço, da instituição, o ministro, o primeiro-ministro, conforme o nível em que tudo isto se passa, toma a sua decisão, isto é, escolhe a modalidade a pôr em execução, tendo em conta aquilo que ficou exposto na alínea anterior.
7) Depois de tomada a decisão, há que organizar os recursos necessários à acção, elaborar o planeamento e programar as tarefas.
8) Após iniciada a acção é indispensável o controlo eficaz do qual pode resultar a necessidade de ajustamentos, para cuja decisão deve ser utilizada a metodologia aqui definida, por forma a não se perder a directriz que conduz à finalidade inicialmente pretendida.
A João Soares
19-09-2016
Este texto foi publicado no jornal «O Diabo» em 27-09-2016
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