(Publicado no jornal O DIABO em 1-11-2016))
A Paz constitui o objectivo mais desejado pla maior parte da Humanidade. Mas a ambição e outros defeitos do ser humano impedem que ela seja colocada em primeiro lugar no relacionamento entes pessoas e entre Estados. Para bem de todas as pessoas, deve ser dada prioridade ao bem, à paz, ao diálogo, ao compromisso, que são os melhores tesouros da existência humana.
Um estudo recente do Institute for Economics and Peace’s (IEP’s) revela que dos 162 países analisados, apenas onze em todo o mundo estão sem conflitos. Fica-se com a sensação de que todo o Planeta está em guerra.
Mas, no entanto, existe a «ONU (Organização das Nações Unidas), fundada em 1945, com o compromisso de manter a paz e a segurança internacionais, fomentar as boas relações entre as nações, promover o progresso social, melhores condições de vida e direitos humanos». Agora, perante o falhanço da ONU, na prossecução deste objectivo, espera-se que António Guterres, ao assumir a função de secretário-geral, para os próximos cinco anos, use o seu saber e experiência que adquiriu como responsável pela ACNUR, para se servir da sua visibilidade e capacidade de diálogo no sentido de convencer os governantes dos Estados conflituosos a acabar com o ruído das armas e dar mais importância aos direitos humanos através da diplomacia, do diálogo e da negociação.
Curiosamente, com a eleição e aclamação de Guterres, surgiram sinais optimistas de vontade de PAZ em várias áreas de conflito. Oxalá sejam semente de melhores tempos mais vocacionados para o desenvolvimento, para melhores relações comercias, culturais e de humanidade.
As Filipinas, pela mão do presidente Duterte, deram o primeiro passo, para esquecer a conflitualidade das disputas territoriais no Mar do Sul da China, muito acirradas pelo antecessor Benigno Aquino, quanto ao controlo do atol Scarborough e das ilhas Spratly. Agora, sobrepondo-se a esses problemas territoriais é considerada prioritária uma série de acordos de cooperação que ajudarão as Filipinas a dar aos seus cidadãos uma melhor qualidade de vida e esperança num futuro mais prometedor.
Também, para procurar solução para a Ucrânia, realizou-se em 12 do corrente, em Berlim uma reunião que contou com a presença da chanceler alemã, Angela Merkel, e dos presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, François Hollande, além do ucraniano Petro Poroshenko, A intenção é desenhar um roteiro para o conflito ucraniano até ao final de novembro. Dentro de um mês, haverá uma reunião dos respectivos chefes da diplomacia.
Também a situação na Síria onde as velhas potências da guerra fria iniciada em 1945 se encontram desavindas, foi objecto de uma "reunião de trabalho" realizada em 16 do corrente em Berlim entre os presidentes francês, François Hollande, e russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel. A intenção é estabelecer um cessar-fogo duradouro em Alepo e um acesso humanitário para que termine o martírio desta cidade síria que, desde há cerca de um mês, está sujeita a bombardeamentos quase ininterruptos. Putin que tinha decidido uma trégua de 8 horas afirmou posteriormente prolongá-la por 24 horas, para fins de apoio humanitário.
Também Mahmoud Abbas, líder da Palestina, mostrou interesse em ver resolvido o diferendo com Israel e, falando com Guterres, obteve dele a afirmação de ter a esperança de ver "os dois Estados lado a lado, reconhecendo-se, e pondo fim a uma das situações mais dramáticas a que o mundo já assistiu."
Recuando cerca de um mês recordamos que, na Colômbia, em 24 de Agosto, o Governo e as FARC chegaram a acordo para pôr fim ao conflito de guerrilha que durava há cinco décadas, selando assim um acordo de paz.
Será oportuno aproveitar esta mudança de ocupante da cadeira para aproveitar estes bons indícios de bom senso, a fim de satisfazer a vontade que eles representam de substituir as guerras por paz, concórdia e harmonia, própria de seres racionais, com sensibilidade e bom senso. Oxalá os responsáveis mundiais sintam este problema com liderança e coragem civilizada. Todas as pessoas devem exercer as pressões que estiverem ao seu alcance para que os meios de Comunicação Social e as redes sociais estimulem as opiniões a favor dos direitos humanos, contra todos os tipos de violência a começar por guerras e actos de terrorismo, para facilitar a acção dos altos representantes da ONU nesse sentido. Dessa forma contribuirão para um futuro melhor na Nova Era Mundial em que viverão os nossos descendentes.
António João Soares
Em 24 de Outubro de 2016
terça-feira, 1 de novembro de 2016
A PAZ É O BEM MAIOR
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1 comentário:
Transcrevo um comentário que recebi por e-mail, de um amigo, e a resposta que lhe enviei:
«Caro João Soares
O fenómeno da guerra tem sido alvo de inúmeros estudos e não vale a pena perder tempo a fazer chover no molhado. O que é facto é que tem sido uma constante desde que Adão foi expulso do paraíso terreal…
Não me parece que vá ser o Guterres a alterar as coisas. Tivemos muita esperança em Obama, que nos desiludiu (a mim não), agora em Francisco, e quiçá em Guterres. Mas os rios continuarão a correr inexoravelmente pelos vales até ao mar.
Guterres é um gajo porreiro que quer agradar a deus e ao diabo ao mesmo tempo e, "nos entretantos", vai tratando da sua vidinha e das suas ambições. Não sabe dizer não e nunca será líder de coisa nenhuma. E o passado não foi brilhante. Foi um governante tíbio, prolixo (picareta falante), não tinha mão nos ministros, e perante o descalabro que criou, fugiu às responsabilidades; atirou-se do cavalo abaixo e esgueirou-se para o estrangeiro (onde pagam muito bem…)
Mas o meu maior desejo é o de que eu esteja rotundamente enganado.»
A resposta:
Compreendo o seu ponto de vista. Mas com a minha utopia, acho que não devemos aceitar a escravidão de nos submetermos totalmente e sem condições a tradições que estão a destruir a união que muitos dizem pretender.
Com a minha maneira de ser «atípico utópico», acho que devemos alimentar uma esperança, mesmo que muito ténue de a harmonia social e internacional ir melhorando. Se martelarmos nessa ideia e houver alguns notáveis internacionais que a partilhem, talvez, a prazo, sejam vistos efeitos positivos.
A história mostra que algumas ideias que pareciam impraticáveis acabaram por florescer.
Haja esperança!!!
Gosto dos seus comentários
Um abraço
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