(Public em DIABO nº 2312 de 23-04-2021, pág 16.Por António João soares)
Cada pessoa deve orientar a sua vida por meio de um comportamento gerador de felicidade. Esta é fruto da forma como planeamos permanentemente os actos da vida, independentemente da riqueza material, porque esta tem pouca importância na vida espiritual. Por vezes, a riqueza financeira e de outros bens materiais trazem mais preocupações do que felicidade e quando falecemos isso fica cá tudo e nem sempre para bem dos herdeiros, que não estão isentos de discórdias, por vezes dramáticas geradas pelas partilhas.
Sendo mais realistas e conscientes, concluímos que, para vivermos com felicidade, são fundamentais três factores, a amizade, a sensação de autoestima e a ausência de “stress”.
A amizade, para este efeito, não se mede pela quantidade de amigos mas, principalmente, ela é movida e engrandecida pelo bom relacionamento, harmonioso, pacífico, compreensivo, tolerante, com solidariedade, disponibilidade para dar bons conselhos e opiniões sensatas, etc. Convém saber perdoar e evitar ódios, mal-entendidos e retaliações ou vinganças que não beneficiam a desejada convivência indispensável à pretendida harmonia, em que a amizade deve ser desenvolvida.
A sensação de autoestima resulta das boas acções efectuadas habitualmente, com a precaução de serem convenientes e sensatas e de obterem bons resultados. O comportamento orientado para o bem público e a justiça social, bem como os afectos referidos no parágrafo anterior, criam em nós uma paz interior, que em muitos pode ser interpretada como vaidade, mas que na verdade é a satisfação de viver feliz. Constitui o prémio de amar os outros como a si próprio e de não viver ao acaso, mas de agir de forma bem ponderada.
O terceiro factor, a ausência de “stress”, está ligado às decisões sensatas perante os factos menos agradáveis e, por vezes, inesperados da nossa realidade. Tudo deve ser resolvido com oportunidade e da melhor forma e, quando algo inesperado ocorre, é conveniente procurar solução lógica. Se a não conseguirmos, será melhor pôr de lado, sem enervamento, e esperar inspiração para nova tentativa.
Tenho conhecido pessoas que vivem permanentemente infelizes, atormentadas por minúsculos problemas seus e de outros, de mínima importância que, por vezes, se resolvem por si ou pelo efeito de pequenas intervenções de técnicos de saúde. Lamentar-se de pequeno mal-estar, acaba por ser um acto infantil de criança mimada que procura carinhos.
A aceitação das pequenas dificuldades e de contrariedades que ocorram na vida deve servir para tomar precauções que evitem novas ocorrências semelhantes e não devem servir para gerar um “stress” permanente, que traz graves inconvenientes e elimina a felicidade que devemos merecer.
Não quero competir com o meu amigo Armando R, que age como um autêntico apóstolo bíblico, mas sem semelhante ênfase sinto conveniência em todos procurarmos agir da forma mais correcta, segundo os bons princípios da moral social, do civismo, da solidariedade, por isso ser um contributo positivo para a paz global de que a humanidade está a necessitar, para bem das gerações futuras.
Aliás, tenho materializado estes propósitos na generalidade dos textos quetenho publicado através da “Internet”, quer neste semanário, quer em “posts” e comentários no “facebook”, nos “blogs” e na troca de mensagens pelo “gmail”.
Não uso linguagem insultuosa contra políticos ou jornalistas menos cuidadosos, procuro dar sugestões para melhorar e, quando não domíno o tema e não quero arriscar-me a sugerir, exponho dúvidas com intenção de incitar a reflexão e desenvolvimento de outras formas melhores de actuar. E os comentários elogiosos que tenho recebido reforçam, de forma muito agradável, a autoestima atrás referida como um dos três factores da felicidade. Essa minha maneira de pensar e de agir é que me levou a aproveitar o tema que originou este texto.
Aprendamos a ser felizes e a difundir felicidade em nosso redor. ■