(Public em DIABO nº 2313 de 30-04-2021 pág 16 por António João Soares)
O Chega, com os votos adquiridos nas eleições presidenciais, assustou o PS que estava a agir contra a normalidade democrática, com o esbanjamento do dinheiro público em benefício dos muitos ocupantes de cargos públicos desde o governo megalómano, aos observatórios e outras invenções, camufladas apenas com vantagem para os “boys” e as “girls” sem capacidade para obter emprego normal, e o “deixa andar” da lavagem de dinheiro e da corrupção e outras irregularidades toleradas por juízes das simpatias dos notáveis afeiçoados ao PS.
Esse susto agravou as dificuldades da
democracia e, agora, com a numerosa manifestação nacional, em Lisboa em 18 de
Abril, contra a pretendida ilegalização do partido do deputado André Ventura, o
sobressalto tornou-se mais desagradável para o PS. Realmente tal partido, com o
seu índice de engrandecimento, pode alterar de sobremaneira o actual regime,
pressioná-lo a combater a corrupção e evitar o esbanjamento do dinheiro
público, saído dos bolsos dos cidadãos mais desfavorecidos.
Mas que solução menos má pode
ser aplicada pelo actual poder para garantia de melhor segurança da população,
nos seus direitos, liberdades e garantias?
À falta de melhor, será
preferível deixar o povo decidir sobre a continuação do Chega. Já chega de
tanto esbanjamento do dinheiro sacado aos cidadãos com a vida mais difícil e
mais desprotegidos das “amizades” dos donos do poder, que o aplicam em
benefício de novos-ricos e do maior enriquecimento daqueles que já o eram e
viviam principescamente.
Não é por acaso que o PR
considera que “já se esperou tempo demais para criminalizar o enriquecimento
injustificado”.
Já há quem compare o regime de
Costa à actual anormalidade da Venezuela. Mas se a intenção de ilegalizar o
partido de Ventura for para a frente, há que temer a reacção popular que pode
ser violenta. Nada dura sempre e a sonolência tolerante e o despertar forçado
podem produzir demasiados estragos.
A prudência aconselha ao
cumprimento das boas regras de ética, da moral, do civismo, traduzidas no
devido respeito pelas pessoas que constituem a nação multissecular.
A manifestação em apoio do
Chega foi mantida em bom recato o que mostra a qualidade de educação dos seus
simpatizantes. Mas, se o partido for ilegalizado, depois de terem sido
permitidos pequenos partidos que não se apoiam em perfeita organização, nem
conseguiram suficiente apoio popular, nem líderes eleitos por significativa quantidade
de votos, então, será de recear uma reacção violenta, proporcional ao vasto
apoio popular de dia 18.
Como observador independente e
neutro, tenho verificado que o líder do Chega tem dado provas suficientes do
seu valor como representante dos cidadãos, bom analista de várias situações
preocupantes, sem promessas, nem fantasias exageradas, evidenciando valor para
defender e liderar muitos portugueses.
Os votos obtidos nas eleições
presidenciais e a quantidade de pessoas de todo o país que participaram na
manifestação constituíram uma expressão muito significativa.
As diferenças de ideologias e
mesmo de simples opiniões devem ser convenientemente conduzidas por
argumentação civilizada, de forma educada, orientada para o interesse nacional,
em vez de violências, mesmo que apenas verbais. Do diálogo podem ser
aproveitadas ideias positivas que contribuam para um futuro mais agradável para
os cidadãos poderem beneficiar de segurança, progresso e justiça social. Em
suma, para o desenvolvimento do país dos pontos de vista económico, cultural,
social e outros.
Cada português tem o sublime
dever de contribuir para um Portugal melhor e este texto, como muitos outros
que já publiquei, procura contribuir para tal objectivo. O somatório de
opiniões dos bons portugueses, se bem aproveitadas são um manancial inesgotável
para a definição da rota estratégica para uma boa recuperação da nova imagem do
país que, em tempos idos, “deu novos mundos ao Mundo”. ■
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