(Public em DIABO nº 2333 de 17-09-2021, pág 16. Por António João Soares)
Vi há pouco a notícia sobre a
conturbada situação na Líbia em que eram referidas as palavras o Secretário
Geral da ONU a reiterar «a exigência de que todos os combatentes
estrangeiros e mercenários retirem da Líbia, e que seja respeitado o
cessar-fogo estabelecido em outubro». Também tinha ouvido a sua opinião
sobre o que acontecera no Afeganistão e noutros Estados. Mas estas questões não
se resolvem com palavras bem intencionadas, mesmo que muito reiteradas.
A globalização que, com a
pandemia do Covid-19, pareceu receber um impulso nos seus desejáveis objectivos
mundiais, mas os resultados são demorados e precisam de medidas concretas e
eficazes que tornem os comportamentos da humanidade mais civilizados e
traduzidos em maior respeito pela vida das pessoas, pela Natureza e pelas
instituições públicas.
Da ONU, mais do que palavras
«reiteradas», precisam de sair objectivos de defesa concreta, por intermédio
dos governos de cada Estado e também através de organismos mundiais a ela
subordinados, a fim de contribuir para melhorar a segurança e a harmonia em
toda a Humanidade. Para começar a haver um futuro melhor deve iniciar-se pelas
gerações mais jovens, incluindo nos programas educativos o adequado respeito
pelos seres humanos e pela Natureza animal e vegetal, fomentando o civismo, a
ética e a moral. As palavras, mesmo que muito sensatas e prudentes e mesmo que
muito reiteradas, se não corresponderem a comportamentos desejáveis, não passam
de figuras decorativas e inúteis.
O Secretário Geral da ONU
pode, com a colaboração de responsáveis internacionais criar actos construtivos
e respeitáveis, com finalidade didáctica, mesmo que forçada e algo autoritária
com avaliação dos resultados e intenção de adaptação para os melhorar continuamente.
Será aconselhável terminar com
a invasão de um país em dificuldades por grupos militares de diversos países
que, depois, nada contribuem para a paz e a harmonia social, como se viu no
Vietname, no Afeganistão, na Líbia, etc. Os militares são especialistas no uso
das armas, mas não é com elas que se devem resolver situações ligadas a
desentendimentos sócio-políticos ligados à qualidade de vida das pessoas e ao
desenvolvimento e crescimento da economia pessoal dos cidadãos de forma justa e
equilibrada, para reduzir as distâncias entre as classes sociais.
Nas reuniões que a ONU
realizar para esta finalidade devem participar especialistas na solução de
problemas graves através de diálogo para bom entendimento e, para evitar chegar
a violências desajustadas, será bom que a vida nacional, em cada estado, seja
conduzida dentro de normas morais e de justiça social. Em vez de introdução de
forças armadas num estado em dificuldade, devem ser enviados conselheiros
competentes e com autoridade concedida pela ONU para fazer cumprir as suas
directivas como aconteceu em Portugal com a troika que se impôs no tempo de
Passos Coelho para impedir a bancarrota iniciada na parte final do domínio de
Sócrates.
Depois do fracasso do
Afeganistão, apesar da permanência de militares de várias origens, parece ficar
provado que a melhor coisa que a ONU deve fazer é a proibição do fabrico de
armas e da sua venda. Com dura punição a quem infringir tal lei. Depois disso,
apoiar toda e qualquer tentativa de entendimento, para se dar razão à
globalização para a paz e a harmonia global. Será um trabalho válido que
justifica a existência da ONU. Portugal deve a sua actual existência à troika.
E, se em vez dela viessem militares de diversos países, já não haveria nada do
bom passado.
E, para encerrar, deixo aqui
um pensamento: «Nascemos sem trazer nada, morremos sem levar nada. E entre a
vida e a morte, brigamos por aquilo que não trouxemos e não levaremos. Devemos
procurar viver mais, amar mais, perdoar sempre, para sermos mais felizes, por
um Mundo melhor, cheio de PAZ.»
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