sábado, 23 de abril de 2022

EXEMPLOS DE SOLIDARIEDADE

EXEMPLOS DE SOLIDARIEDADE
Public em DIABO nº 2364 de 22-04-2022, pág 16, por António João Soares)

É necessário divulgar a conveniência de amizade, solidariedade e espírito de ajuda, para evitar egoísmos, avareza, inveja, ódio e violência, com crises graves para o ambiente social e internacional, como tem acontecido.

Felizmente, há exemplos positivos que merecem ser seguidos e divulgados a fim de se melhorar a vida social a todos os níveis. Os convívios semanais das quintas feiras de que tenho publicado no «Blog Só Imagens» e no Facebook as fotos que me são enviadas, constituem um caso exemplar que deve ser seguido, de qualquer forma, mas sempre com a finalidade de salientar os bons efeitos da amizade e da solidariedade que, no caso, já vem de há muitas décadas, com melhores efeitos.

Dois participantes desse grupo, com mais três velhos amigos decidiram deslocar-se de Lisboa a Torres Vedras a fim de se encontrarem com um amigo comum que se encontra a residir num lar de militares idosos, que já não tem facilidade de se deslocar com segurança, sozinho, mesmo a pequenas distâncias. Pediram ao visado que escolha o restaurante onde irão almoçar e uma data para esse efeito. Quanto à escolha, ele pediu a um companheiro de «presídio», mais jovem, com carro, que costuma participar em vários encontros deste género, com vários amigos residentes nesta área. Como na ida para o almoço o grupo virá buscar o amigo ao seu local de residência e ele o orientará para o restaurante, como o companheiro visitado não conhece nem o restaurante nem o percurso, esse seu amigo levou-o a fim de o preparar para poder cumprir a missão no dia do almoço. Fê-lo com dedicação, amizade e generosidade. São mais dois casos de solidariedade muito louvável.

Isto surge com naturalidade e espontaneidade, porque a amizade é contagiosa e transmite-se por reciprocidade. Mas só surge quando há respeito pelos outros e quando se cria esse hábito através do comportamento habitual, movidos pelo afecto recíproco alimentado ao longo de anos. Isso não é coisa que seja determinada ao som de apito ou assobio. Li há pouco uma entrevista com Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, em que afirma que desde os tempos dos seus avós, os seus conterrâneos aprenderem a unir-se para defenderem o seu futuro comum, perante a ambição de um país vizinho frente ao qual não se irão render, embora isso lhes acarrete muitas vidas perdidas e muitos danos nas suas residências e nos seus patrimónios habitacionais e outros das localidades em que vivem.

Tal formação ética e moral das pessoas foi obtida pela experiência das atitudes da vizinhança e está bem estruturada nas mentes dos cidadãos. Uma tal aprendizagem produz comportamentos sólidos que se traduzem automaticamente através de gerações, fazendo parte da forma de viver das pessoas a partir do início da vida. Há muitas pessoas que desejam ver os seus países com espírito defensivo semelhante, mas tal mudança não se consegue através de factos isolados, sendo necessária uma formação ética desde tenra idade e bem fundamentada e repetida insistentemente, com apoio de textos históricos que mostrem a realidade da evolução.

Mas o respeito e a solidariedade não são qualidade das instituições públicas. No ano passado, ao tentar fazer a declaração do IRS, pela Internet foi me apresentada a hipótese de aceitar o sistema de declaração automática baseada nos dados que as Finanças possuem. Aceitei. E este ano também queria seguir o mesmo sistema, mas apareceram tais complicações por ter perdido a pass word que já passaram quase duas semanas à procura de solução. A Assistente Social aconselhou-me ir às Finanças e fui. Mas a pessoa que me atendeu não me esclareceu totalmente sobre o assunto e irei receber o quinto papel com números que me não têm sido úteis. Espero que decidam aplicar a solução automática, seguindo o costume anterior. 

«Amai os outros como vossos irmãos».

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