(Pblic em DIABO nº 2361de 01-04-2022, pág 15, por
António João Soares)
A paz resulta do bom entendimento dos estados entre
si. A amizade e o respeito mútuo, sem ambições nem invejas, são factores de
concordância e de desenvolvimento. Os conflitos, mesmo que pacíficos ou pouco
agressivos, afastam as energias dos objectivos de desenvolvimento e concórdia
para os quais a colaboração, mesmo que apenas com ideias e trocas de opiniões,
constitui um factor muito construtivo.
A violência posta em prática pelo poder russo contra
um país vizinho, destruindo residências, matando civis inocentes e crianças,
ocasionando muitos feridos e refugiados, obteve críticas da maior parte do
mundo que discordou dos atropelos à moral, à ética e ao respeito pelos valores
humanos, independentemente de raças, etnias, ideologias, etc.
Surgiram cortes de relações económicas, com sanções de
cujos inconvenientes o Líder russo já se queixou dos efeitos. Por exemplo, vi
há dias que o Governo alemão negociou um acordo com o Qatar para fornecimento
de gás liquefeito, do que resulta menor exportação pela Rússia. E, se houver
muitos casos semelhantes, o prejuízo será muito grande para a
economia russa.
Nas relações internacionais, os interesses dos Estados
não devem ser resolvidos ou defendidos por meio de armas, quer sejam simples ou
modernas e poderosas, devendo ser dada prioridade à procura de soluções
negociadas por diálogo com trocas de condições aceites pelas partes. O uso das
armas acarreta custos elevados quer em valor material, quer em tempo gasto,
quer em redução de conceitos morais, éticos, humanos e sociais.
Mesmo havendo atitudes criminosas, a reacção usando
actos violentos pode ir afectar situações e pessoas que nada contribuíram para
tais crimes. A reacção aos actos violentos pode, por forma pacífica e cordata,
causar efeitos mais lesivos do que os de uma arma. O corte de relações
comerciais pode ter resultados mais fortes ao longo do tempo do que um ataque
de curta duração e com poucas vítimas.
A China tem dado ao mundo bons exemplos dos conceitos
atrás referidos, desde os primeiros passos que deu no desenvolvimento, desde os
contactos com os navegadores portugueses do século XV, em que optou pelo bom
relacionamento e a utilização das boas ideias e dos bons princípios, que passou
a utilizar e a desenvolver em bom relacionamento com a indústria ocidental nos
mais diversos sectores e que, em muitos casos, já ultrapassa e fornece
melhoramentos de inovação e modernidade. Isto é uma prova de que a boa convivência,
a comparticipação e a amizade são formas muito positivas de preparar, em
permanência e continuidade, um futuro mais evoluído.
Com filosofias e estratégias semelhantes, usadas por
todos, amanhã, teremos um mundo melhor, sem crises nem conflitos. A inveja, a
ambição e a competição não impedem que todos sejamos iguais no destino, de
morrermos e deixarmos cá tudo. Se descobrirmos algo de valor para melhorar as
tecnologias, ensinemos aos outros, pois, de uma forma ou de outra, todos
acabaremos por beneficiar da inovação e se, para esta, houver novas ideias,
mais beneficiados seremos todos.
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