segunda-feira, 4 de abril de 2022

O BOM ENTENDIMENTO CONDUZ À PAZ

(Pblic em DIABO nº 2361de 01-04-2022, pág 15, por António João Soares)

A paz resulta do bom entendimento dos estados entre si. A amizade e o respeito mútuo, sem ambições nem invejas, são factores de concordância e de desenvolvimento. Os conflitos, mesmo que pacíficos ou pouco agressivos, afastam as energias dos objectivos de desenvolvimento e concórdia para os quais a colaboração, mesmo que apenas com ideias e trocas de opiniões, constitui um factor muito construtivo.

A violência posta em prática pelo poder russo contra um país vizinho, destruindo residências, matando civis inocentes e crianças, ocasionando muitos feridos e refugiados, obteve críticas da maior parte do mundo que discordou dos atropelos à moral, à ética e ao respeito pelos valores humanos, independentemente de raças, etnias, ideologias, etc.

Surgiram cortes de relações económicas, com sanções de cujos inconvenientes o Líder russo já se queixou dos efeitos. Por exemplo, vi há dias que o Governo alemão negociou um acordo com o Qatar para fornecimento de gás liquefeito, do que resulta menor exportação pela Rússia. E, se houver muitos casos semelhantes, o prejuízo será muito grande para a economia russa.

Nas relações internacionais, os interesses dos Estados não devem ser resolvidos ou defendidos por meio de armas, quer sejam simples ou modernas e poderosas, devendo ser dada prioridade à procura de soluções negociadas por diálogo com trocas de condições aceites pelas partes. O uso das armas acarreta custos elevados quer em valor material, quer em tempo gasto, quer em redução de conceitos morais, éticos, humanos e sociais.

Mesmo havendo atitudes criminosas, a reacção usando actos violentos pode ir afectar situações e pessoas que nada contribuíram para tais crimes. A reacção aos actos violentos pode, por forma pacífica e cordata, causar efeitos mais lesivos do que os de uma arma. O corte de relações comerciais pode ter resultados mais fortes ao longo do tempo do que um ataque de curta duração e com poucas vítimas. 

A China tem dado ao mundo bons exemplos dos conceitos atrás referidos, desde os primeiros passos que deu no desenvolvimento, desde os contactos com os navegadores portugueses do século XV, em que optou pelo bom relacionamento e a utilização das boas ideias e dos bons princípios, que passou a utilizar e a desenvolver em bom relacionamento com a indústria ocidental nos mais diversos sectores e que, em muitos casos, já ultrapassa e fornece melhoramentos de inovação e modernidade. Isto é uma prova de que a boa convivência, a comparticipação e a amizade são formas muito positivas de preparar, em permanência e continuidade, um futuro mais evoluído.

Com filosofias e estratégias semelhantes, usadas por todos, amanhã, teremos um mundo melhor, sem crises nem conflitos. A inveja, a ambição e a competição não impedem que todos sejamos iguais no destino, de morrermos e deixarmos cá tudo. Se descobrirmos algo de valor para melhorar as tecnologias, ensinemos aos outros, pois, de uma forma ou de outra, todos acabaremos por beneficiar da inovação e se, para esta, houver novas ideias, mais beneficiados seremos todos.

A humanidade somos todos nós e devemos mostrar que somos humanos e solidários com os nossos manos. Pessoas normais são contra as guerras, principalmente quando uma é dirigida contra populações inofensivas e indefesas. Destruir bairros residenciais, hospitais, maternidades, centros comerciais, escolas e outros locais onde serão feitas muitas vítimas, não é próprio de chefes inteligentes, sensatos e respeitadores dos seres seus semelhantes. Quem fomenta tais crimes humanitários não pode ter consciência de que merece ser considerado digno de ser respeitado como ser humano.  

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