(Publ em DIABO nº 2367 de 13-05-2022, pág 16 por António João Soares)
O mundo está louco. Os humanos são incapazes de seguir as lições de racionalidade e de solidariedade que lhes são dadas, a cada momento, pelos animais que os seres humanos apelidaram de irracionais. Estamos a necessitar de uma profunda reforma estrutural da ética e de todo o sistema social.
O mundo é dominado por
pessoas menos capazes de darem os melhores exemplos. Sempre que o homem faz
algo de novo prejudica a Natureza e esta, pelas suas leis naturais, reage pelas
condições meteorológicas, pelas alterações climáticas e pelas condições de
saúde, como as epidemias e as pandemias. O homem vive da maldade, da ambição e
da vaidade. Em vez da paz, procura a guerra gastando 3 milhões de dólares por
minuto no fabrico de armas de que vivem capitalistas ambiciosos, vendendo-as a
qualquer cliente, incluindo terroristas, cujo prazer é matar, sem o mínimo
respeito pelas vidas das suas vítimas. Num minuto, gastam tal fortuna, mas nada
fazem para evitar que em cada minuto morram dez crianças de fome ou de
enfermidade curável. Onde está o sentido humanitário dos donos do dinheiro?
E para que servem as
armas? As míseras gentes que as usam alegam razões que pretendem respeitáveis,
como em nome da paz, de Deus, da civilização, do progresso, em nome da
democracia e se, com tanta mentira, não alcançarem o apoio da audiência, usam a
comunicação social que lhes é afecta e que inventa novos inimigos imaginários.
E, dessa forma, justificam a transformação do mundo num grande manicómio ou num
horrível matadouro.
Mas eles, pelo sistema
actual, são os donos do mundo. Não é por acaso que os cinco países que gerem o
funcionamento das Nações Unidas e que têm poder de veto são também os cinco
principais produtores de armas. Com tal situação, o que podemos esperar do
futuro da Humanidade? A paz mundial não será atingida enquanto ela estiver nas
mãos daqueles que fazem o negócio da guerra arrecadando os lucros da venda de
armamento.
E não há ninguém com
poder para alterar esta realidade, porque estão todos inseridos nos mesmos
princípios demoníacos. O exemplo foi dado recentemente por Guterres que, na sua
função de SG da ONU, foi falar com Putin e saiu de lá maravilhado com a simpatia,
e de lá foi a Kiev onde houve, durante a sua presença, um forte bombardeamento
de mísseis russos, do Putin, noutra parte da cidade.
A fantochada ou
palhaçada da humanidade actual foi ironizada num jornal com a ida de Guterres
gerar a paz na Ucrânia. Visitou Putin saindo a dizer bem das palavras sensatas
que lhe ouviu, mas pouco depois, quando visitava a capital da Ucrânia houve o
cuidado de não ser atingido por mísseis aéreos que, por especial cuidado,
caíram noutro local da cidade. Os objectivos de uma tal guerra não se
compadecem com cortesia. E o futuro da vida humana à superfície do Planeta, não
pode esperar-se que saia das mãos de um ou outro dos cinco detentores do poder
de veto na ONU. E esses não foram eleitos pelo seu espírito humanitário e de respeito
pelo direito à vida e ao bem-estar dos cidadãos livres. Qualquer eleição está
sujeita a múltiplas influências e amigalhaços e coniventes ou serventes dos
poderosos.
Nenhuma guerra confessa
que mata para roubar, pois a política usa uma linguagem estruturada para
ocultar a finalidade real, com palavras enganadoras como as que foram atrás
referidas e as que o Russo disse a Guterres durante a visita deste. Procuremos
melhorar a ética.
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