(Public em DIABO nº 2372 de 17-06-2022, pág 16, por António João Soares)
O mundo está louco. Os humanos são incapazes de seguir as
lições de racionalidade e de solidariedade que nos são dadas, a cada momento,
pelos animais que os seres humanos apelidaram de irracionais. Estamos a
necessitar de uma profunda reforma estrutural da ética e de todo o sistema
social.
O mundo é dominado por pessoas menos capazes de darem os
melhores exemplos. Sempre que o homem faz algo de novo prejudica a Natureza e
esta, pelas suas leis naturais reage pelas condições meteorológicas, pelas
alterações climáticas e pelas condições de saúde, como as epidemias e as
pandemias. O homem vive da maldade, da ambição e da vaidade. Em vez da paz,
procura a guerra gastando 3 milhões de dólares por minuto no fabrico de armas
de que vivem capitalistas ambiciosos, vendendo-as a qualquer cliente, incluindo
terroristas cujo prazer é matar, sem o mínimo respeito pelas vidas das suas
vítimas. Num minuto, gastam tal fortuna, mas nada fazem para evitar que em cada
minuto morram dez crianças de fome ou de enfermidade curável. Onde está o sentido
humanitário dos donos do dinheiro?
E para que servem as armas? As míseras gentes que as usam
alegam razões que pretendem respeitáveis, como em nome da paz, de Deus, da
civilização, do progresso, em nome da democracia e se, com tanta mentira, não
alcançarem o apoio da audiência, usam a comunicação social que lhes é afecta e
que inventa novos inimigos imaginários. E, dessa forma, justificam a
transformação do mundo num grande manicómio ou num horrível matadouro.
Mas eles, pelo sistema actual, são os donos do mundo. Não é
por acaso que os cinco países que gerem o funcionamento das Nações Unidas e que
têm poder de veto são também os cinco principais produtores de armas. Com tal
situação, o que podemos esperar do futuro da Humanidade? A paz mundial não será
atingida enquanto ela estiver nas mãos daqueles que fazem o negócio da guerra
arrecadando os lucros da venda de armamento.
E não há ninguém com poder para alterar esta realidade,
porque estão todos inseridos nos mesmos princípios demoníacos. O exemplo foi
dado recentemente por Guterres que, na sua função de SG da ONU, foi falar com
Putin e saiu de lá maravilhado com a simpatia, e de lá foi a Kiev onde houve,
durante a sua presença, um forte bombardeamento de mísseis russos, do Putin,
noutra parte da cidade.
A fantochada ou palhaçada da humanidade actual foi
ironizada num jornal com a ida de Guterres gerar a paz na Ucrânia. Visitou
Putin saindo a dizer bem das palavras sensatas que lhe ouviu, mas pouco depois,
quando visitava a capital da Ucrânia houve o cuidado de não ser atingido por
mísseis aéreos que, por especial cuidado, caíram noutro local da cidade. Os
objectivos de uma tal guerra não se compadecem com cortesia. E o futuro da vida
humana à superfície do Planeta, não pode esperar-se que saia das mãos de um ou
outro dos cinco detentores do poder de veto na ONU. E esses não foram eleitos
pelo seu espírito humanitário e de respeito pelo direito à vida e ao bem-estar
dos cidadãos livres. Qualquer eleição está sujeita a múltiplas influências e
amigalhaços e coniventes ou serventes dos poderosos.
Nenhuma guerra confessa que mata para roubar, pois a
política usa uma linguagem estruturada para ocultar a finalidade real, com
palavras enganadoras como as que foram atrás referidas e as que o Russo disse a
Guterres durante a visita deste.
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