sexta-feira, 24 de junho de 2022

PAZ E HARMONIA É O OBJECTIVO MAIS DESEJADO

(Public em DIABO nº 2373 de 23-06-2022, pág 16, por António João Soares)

  Parece real que todo o mundo civilizado deseja vivamente evitar a violência e, portanto, cultivar relações de diálogo, amizade, colaboração e resolução de pequenos conflitos de interesses e de opinião por meio de diálogo directo ou com ajuda de amigos. O respeito pelos outros deve ser uma preocupação permanente, para evitar cenas indesejáveis. Os animais ditos irracionais dão-nos lições de convivência e de colaboração. Portanto a guerra é a atitude mais indesejada, mas que infelizmente, de uma forma ou de outra, é utilizada de maneira mais ou menos directa e clara para resolver ódios, invejas e rivalidades na luta por mais poder e riqueza. O ser humano, em vez da seriedade e da racionalidade está, em muitos casos, a descambar para a pior incoerência.

Em muitos aspectos, os grandes Estados estão em mãos de insensatos e imprudentes subordinados aos capitalistas fabricantes e traficantes de armamento e interessados na criação de armas, cada vez mais perigosas e, com isso, a Humanidade está a avançar para o risco de destruição total.

Na parte final da II Guerrra Mundial foi feita a primeira experiência de uma «bomba atómica», ainda em fase experimental e relativamente pouco potente em comparação com as que vêm sendo desenvolvidas pela evolução de novas tecnologias. A primeira experiência, apesar de rudimentar, causou danos de tal forma assustadores que se gerou uma intenção geral de não voltar a utilizar um meio devastador de vidas e valores patrimoniais tão vultosos. Mas a insensatez dos donos do poder não impediu os posteriores fabricantes e os recentes governantes de investir fortemente no desenvolvimento de novas armas nucleares com inteiro desprezo pelas vidas humanas e pelos patrimónios nacionais e mundiais.

Há dias vi uma referência a um possível aumento de armamento nuclear na próxima década, estando em curso programas de modernização. No início do corrente ano, nove potências nucleares possuíam mais de 12.700 ogivas nucleares. A obsessão de expandir e modernizar os actuais arsenais aumenta o risco do uso de tais armas de grande perigo.

É curiosa a contradição entre o declarado interesse no desenvolvimento da qualidade de vida das pessoas e da sua segurança, com medidas de saúde, de qualidade do trabalho e combate à pobreza e às desigualdades sociais e, por outro lado, a ser dado destino ao dinheiro público para finalidades tão letais. Em vez de melhorarem o tratamento de doentes e idosos, criam o suicídio assistido e a eutanásia, desprezam os pobres, e investem em armamento altamente destrutivo de vidas.

A violência está a ser largamente fomentada como se vê no noticiários. Os actos de terrorismo apoiados por armamento e munições de elevado custo, os actos de violência doméstica com armas mais ou menos simples, a violência entre jovens, tudo isso interessa aos negócios de tais materiais. E quando se fala em controlar e reduzir tais negócios, levantam-se logo vozes com mil e um argumentos contra tais medidas restritivas, e os capitais que estão por trás pressionam os políticos que cedem.

A maior violência recente e que continua é a da invasão da Ucrânia que destruiu muito património urbano, incluindo escolas e hospitais e ceifou imensas vidas de civis inocentes, incluindo crianças. E não está excluída a hipótese de passar a sofrer os efeitos de armas nucleares. O número de mortos já foi referido como genocídio atribuído a falta de respeito pelas vidas humanas e de sensibilidade pelas pessoas.

E como a humanidade somos todos nós, cada um deve comportar-se com o máximo de solidariedade com os outros com vista a melhorar a segurança e a harmonia para os nossos descendentes. Devemos construir um futuro mais agradável.


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