As religiões foram criadas para condicionar positivamente os comportamentos sociais mas, com o decurso dos tempos, nem toda a população seguiu os conselhos que lhe foram dirigidos. Por exemplo, ouvindo-se na Internet rezar o terço em que os crentes repetem as orações mais correntes, houve quem desabafasse dizendo que estavam a papaguear as orações sem fazer ideia do significado das palavras que estavam dizendo e houve quem aproveitasse para lhe perguntar o que pretendia dizer.
E ele prestou-se a explicar, perguntando-lhe se sabe os três ou quatro conselhos que devemos colher da segunda parte do «Pai Nosso». Não deu resposta e o amigo explicou que o texto está elaborado como pedidos ao «Pai» mas, interpretando estes, extrai-se, o que é útil para a ética social, cumprir os tais conselhos. Entretanto, apareceu um sacerdote a quem foi feita a mesma pergunta e não obteve resposta.
Então continuou a sua explicação. O primeiro conselho é não ser ambicioso nem ganancioso e contentar-se com o necessário para viver cada dia que passa, ter «o pão nosso de cada dia». O segundo conselho é que não devemos ser quezilentos, devemos ser respeitadores dos outros, das suas ideias e opiniões e desculpá-los, tal como queremos ser desculpados para vivermos em paz e harmonia. O terceiro conselho é não sermos ambiciosos, não nos deixarmos «cair em tentação» o que pode significar evitar o alcoolismo, os sedativos, a corrupção, etc. O quarto conselho, que resulta dos três anteriores, é que devemos evitar o mal, qualquer tipo de mal, qualquer situação de perigo.
É curioso como todos estes conselhos estão concentrados em parte de uma oração tão conhecida e os crentes e os próprios sacerdotes não estão familiarizados com eles. Penso que seria bom que a divulgação fosse realizada para melhorar a ética social que, segundo muitas pessoas cultas dizem, está em perigosa decadência, a ponto de o coeficiente de inteligência na média das populações ter descido muito nos últimos vinte anos.
Há dias, a propósito dos cuidados com a saúde, li que temos o direito que respeitem a nossa saúde mas nós temos o dever de cuidar dela. E o cuidado com o que comemos e bebemos é o principal factor da saúde.
Aquilo que atrás ficou escrito, bem como os mandamentos e muitos outros ensinamentos que constam dos escritos religiosos deviam ser difundidos e explicados aos crentes para se aperfeiçoar o seu comportamento social. Este efeito será mais útil do que o conhecimento incompleto de escritos muito antigos que nada de útil e prático ensinam para melhorar o nível dos comportamentos.
Agora está em marcha o desenvolvimento da harmonia entre religiões e seria bom que se gerasse um bom entendimento com atitudes mútuas de respeito e tolerância pelas diferenças de cultos e aspectos festivos. Amemo-nos como irmãos e aceitemos as diferenças, para podermos conviver harmoniosamente neste nosso planeta.
Não há dúvidas de que a vida em paz e harmonia, com as outras pessoas constitui um dever de todo o cidadão, contando sempre com a colaboração, a ajuda e o socorro em caso de necessidade de apoio de outras pessoas. Isso deve ser uma posição colectiva e permanente. Felizmente, essa filosofia já foi publicamente defendida por alguns países, onde até foram iniciados movimentos a defender a abolição de armas e outros instrumentos que possam ser utilizados para agressões, quer na violência doméstica quer no relacionamento com pessoas estranhas.
Será bom que haja pessoas da igreja, das escolas e da segurança social que divulguem comportamentos geradores de paz e harmonia, que as forças de segurança nacional atuem em conformidade e a justiça seja rápida e rigorosa da punição de infractores, sem meiguices de tolerâncias e de pouca acção. O respeito pelos outros é imperioso, mas é importante que todos sigam a mesma norma, incondicionalmente.
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