(Public em DIABO nº 2389 de 14-1o-2022, pág 16, por António João Soares)
A Humanidade está em
mudança, como tudo na vida, mas, sem uma estratégia bem orientada, coerente e
eficaz, pode descambar para uma crise final, mesmo sem impedir a sua
exterminação, como já existe alguém a recear esse desfecho. Porém, para evitar
esse destino ou o adiar, por mais uns tempos, convém mentalizar as pessoas
começando pelos mais jovens, desde a instrução primária, a respeitarem o
pensamento dos outros e a pensarem em defender o culto da ética e a aceitar uma
estratégia clara e eficaz, extensiva a toda a população global por forma a que
as pessoas aprendam a viver em paz e harmonia, sem ambição, sem invejas nem
ódios, sem violências, resolvendo tudo com amizade e colaboração. Para isso,
são indispensáveis governantes, sensíveis, competentes e coerentes na arte de
dirigir grandes instituições com capacidade de gerir a formação ética da
população.
Infelizmente, a
história, de acordo com os textos existentes, mostra que a humanidade se
habituou desde os primeiros tempos na competição e na procura de melhores
condições do que as do vizinho e sem pensar na boa convivência, nem na boa
orientação para a boa colaboração e entreajuda. É altura de tentar alterar os
comportamentos para uma forma mais moderna e civilizada. Houve sempre
desentendimentos indesejados e conflitos que travaram a evolução da sociedade e
condicionaram o desenvolvimento. É certo que houve iniciativas construtivas,
dispersas, mas não mereceram a aprovação geral. No meio de tais boas intenções
apareceram oportunistas ambiciosos que não hesitaram em obter benefícios
pessoais, sem olhar à custa de quem e prejudicando os generosos obreiros.
Os erros do passado, em
vez de servirem de lição para serem procuradas novas e melhores soluções e
criar a evolução para uma sociedade mais harmoniosa e pacífica, em que a
felicidade seja mutuamente desejada e apoiada, serviram para invejas, ódios e
conflitos, por vezes, com destruição de vidas e de património. Nesses casos,
erros foram repetidos por pessoas sem inteligência desenvolvida, incompetentes
e sem capacidade para verdadeiras e correctas inovações. Na generalidade dos
textos que tenho publicado, procuro fomentar sugestões e influência nas
decisões dos responsáveis públicos por forma a contribuírem para a condução da
mentalidade dos humanos para abandonar os maus hábitos e adoptar estratégias
claras, coerentes e melhorando a vida social. Tais sugestões devem servir para
aperfeiçoar os sistemas de ensino, de saúde, de justiça e outros a fim de
contribuírem para que a humanidade avance com ética para uma fase mais evoluída
e promissora de boa colaboração social para uma vida mais respeitadora e
colectivamente colaborante e harmoniosa.
Apesar da minha
fraca capacidade de influência e de os meus pensamentos não terem convencido a
generalidade dos altos detentores do poder de decisão, tenho insistido na sua
expressão e tenho recebido sinais de que são apreciados por pessoas de
responsabilidade. Não quero desistir da boa intenção de contribuir para
melhorar a ética das pessoas, porque esse deve ser o dever de cada ser humano,
mesmo que não veja os desejados efeitos.
Mas o principal papel
cabe a governantes e funcionários públicos, persistentemente, até verem os
resultados na vida nacional.
A principal via a
utilizar cuidadosamente é a educação, quer escolar quer em diversos grupos de
jovens, para o desenvolvimento da cidadania, dentro do conceito de democracia
em que o povo deve estar devidamente informado de que tem nas suas mãos o poder
e deve ter consciência do dever de o exercer, com ideias sugestivas de desenvolvimento
e inovação e com propostas e sugestões para ajudar os governantes a decidir
sobre problemas da sua responsabilidade, mas de que não tem perfeito
conhecimento. E o voto deve ser efectuado com consciência dos efeitos
convenientes para a mais profícua evolução da sociedade que deve ser apoiada
por todos os cidadãos, isto dentro das noções da boa ética democrática.
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