sexta-feira, 14 de outubro de 2022

FOMENTAR A ÉTICA NA HUMANIDADE

(Public em DIABO nº 2389 de 14-1o-2022, pág 16, por António João Soares)

A Humanidade está em mudança, como tudo na vida, mas, sem uma estratégia bem orientada, coerente e eficaz, pode descambar para uma crise final, mesmo sem impedir a sua exterminação, como já existe alguém a recear esse desfecho. Porém, para evitar esse destino ou o adiar, por mais uns tempos, convém mentalizar as pessoas começando pelos mais jovens, desde a instrução primária, a respeitarem o pensamento dos outros e a pensarem em defender o culto da ética e a aceitar uma estratégia clara e eficaz, extensiva a toda a população global por forma a que as pessoas aprendam a viver em paz e harmonia, sem ambição, sem invejas nem ódios, sem violências, resolvendo tudo com amizade e colaboração. Para isso, são indispensáveis governantes, sensíveis, competentes e coerentes na arte de dirigir grandes instituições com capacidade de gerir a formação ética da população.

Infelizmente, a história, de acordo com os textos existentes, mostra que a humanidade se habituou desde os primeiros tempos na competição e na procura de melhores condições do que as do vizinho e sem pensar na boa convivência, nem na boa orientação para a boa colaboração e entreajuda. É altura de tentar alterar os comportamentos para uma forma mais moderna e civilizada. Houve sempre desentendimentos indesejados e conflitos que travaram a evolução da sociedade e condicionaram o desenvolvimento. É certo que houve iniciativas construtivas, dispersas, mas não mereceram a aprovação geral. No meio de tais boas intenções apareceram oportunistas ambiciosos que não hesitaram em obter benefícios pessoais, sem olhar à custa de quem e prejudicando os generosos obreiros.

Os erros do passado, em vez de servirem de lição para serem procuradas novas e melhores soluções e criar a evolução para uma sociedade mais harmoniosa e pacífica, em que a felicidade seja mutuamente desejada e apoiada, serviram para invejas, ódios e conflitos, por vezes, com destruição de vidas e de património. Nesses casos, erros foram repetidos por pessoas sem inteligência desenvolvida, incompetentes e sem capacidade para verdadeiras e correctas inovações. Na generalidade dos textos que tenho publicado, procuro fomentar sugestões e influência nas decisões dos responsáveis públicos por forma a contribuírem para a condução da mentalidade dos humanos para abandonar os maus hábitos e adoptar estratégias claras, coerentes e melhorando a vida social. Tais sugestões devem servir para aperfeiçoar os sistemas de ensino, de saúde, de justiça e outros a fim de contribuírem para que a humanidade avance com ética para uma fase mais evoluída e promissora de boa colaboração social para uma vida mais respeitadora e colectivamente colaborante e harmoniosa.

 Apesar da minha fraca capacidade de influência e de os meus pensamentos não terem convencido a generalidade dos altos detentores do poder de decisão, tenho insistido na sua expressão e tenho recebido sinais de que são apreciados por pessoas de responsabilidade. Não quero desistir da boa intenção de contribuir para melhorar a ética das pessoas, porque esse deve ser o dever de cada ser humano, mesmo que não veja os desejados efeitos.

Mas o principal papel cabe a governantes e funcionários públicos, persistentemente, até verem os resultados na vida nacional.

A principal via a utilizar cuidadosamente é a educação, quer escolar quer em diversos grupos de jovens, para o desenvolvimento da cidadania, dentro do conceito de democracia em que o povo deve estar devidamente informado de que tem nas suas mãos o poder e deve ter consciência do dever de o exercer, com ideias sugestivas de desenvolvimento e inovação e com propostas e sugestões para ajudar os governantes a decidir sobre problemas da sua responsabilidade, mas de que não tem perfeito conhecimento. E o voto deve ser efectuado com consciência dos efeitos convenientes para a mais profícua evolução da sociedade que deve ser apoiada por todos os cidadãos, isto dentro das noções da boa ética democrática.


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