sexta-feira, 17 de março de 2023

AS BOAS INTENÇÕES SÃO INSUFICIENTES

(Public em  DIABO nº 2411 de 17-03-2023. pág 16, por António João Soares)

As minhas repetidas observações, sugestões, recomendações para serem tomadas medidas com vista a melhorar a qualidade de vida da nossa sociedade, não têm tido utilidade visível. Mas não desisto e espero que haja mais pessoas a desejarem que a vida social se torne mais èticamente correcta por forma a serem evitados crimes de violência e de faltas de respeito pelos direitos dos outros e possamos viver em paz e harmonia.

Mas a humanidade está teimosamente a inverter a marcha moralmente recomendada e a tornar a vida das pessoas num martírio. Basta abrir um jornal para vermos que a criminalidade tem aumentado. Em país nosso vizinho, «homem mata companheira em frente aos filhos».

Na nossa terra, uma menina agrediu a mãe e depois foi internada na psiquiatria. O internamento pode ter sido devido a grave depressão, por sentir arrependimento da atitude incrível, mas o mal foi ter chegado a tal ponto de desrespeito e violência, devido a mau relacionamento entre mãe e filha e esta ter o cérebro contaminado por má educação e péssima influência da maldade existente na juventude moderna.

Em vez de se alimentar o gosto pela violência, pelo desrespeito e pela vingança, será mais benéfico para o próprio e para os seus familiares, amigos e vizinhos, desenvolver amor, amizade e harmonia, desculpando ofensas ocasionais. O perdão e as desculpas mútuas são um remédio salutar contra a violência.

No país vizinho, um jovem de 16 anos foi esfaqueado na mão e na cabeça. Na América, um jovem admite culpa de homicídio violento de rapariga de 13 anos. Viver é conviver, é saber compreender os que pensam de forma diferente e têm opiniões opostas à nossa, que nós temos de respeitar e, se for oportuno, conversar sobre tais diferenças, mas sem ódio, com espírito de explicação e com aceitação e sem se perder o sentimento de ajuda, de apoio e de companheirismo.

Quem visita a minha página do Facebook encontra a publicação semanal de fotos de um convívio de amigos de longa data, com profissões diferentes que, dessa forma, alimentam o seu bom relacionamento e o seu espírito de colaboração. Agora, dada a minha vida limitada pelas regras do lar, não tenho comparecido nos convívios, mas continuo ligado a eles e um tira fotos aos presentes e envia-mas para eu as publicar na minha página num espírito de amizade mútua, e de que ele não necessitava porque lhes podia dar visibilidade sem esta minha ajuda, mas também não me dava o prazer de, desta forma, participar no encontro.

A amizade ou fraternidade constitui um factor de riqueza por dar muita felicidade e afecto sem o que a vida não tem valor espiritual. Ela, quando é sincera, constitui um factor vencedor de dificuldades e sacrifícios. Mas há interesses que se lhe opõem e geram um ambiente em que a ambição de poder e de riqueza conduz à produção de armas de guerra, cada vez mais justificadas que ninguém lhes consegue impor uma contenção ou pelo menos uma limitação que dê garantia à poupança de vidas e ao desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida.

A ambição do poder financeiro não dá felicidade e ele será deixado no momento da morte. A felicidade depende mais daquilo que os outros nos dão em afecto, consideração e troca do nosso respeito por eles. Tenho amigos do tempo do Liceu que, em vários momentos do ano, me transmitem o afecto que ainda alimentam desde essa data. Isso é fraternidade, amizade, afeição que merece muito apreço. Amigos Aires e Xis, desejo-vos a melhor saúde e felicidade e que possamos continuar a viver com qualidade.

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