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sábado, 13 de maio de 2017

GUERRA FRIA EXIGE GOVERNANTES PRUDENTES

Guerra Fria exige governantes prudentes
(Publicado em O DIABO de 2 de Maio de 2017)

Em 18 do corrente, o ex-líder soviético e Prémio Nobel da Paz, Michael Gorbachev disse, a propósito da questão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, que «todos os indícios de uma nova Guerra Fria estão aí». A afirmação, embora pareça ser adequada à situação vigente, é demasiado preocupante e obriga a meditar muito naquilo que pode acontecer nos próximos tempos.

Com efeito, a guerra fria exige que as partes intervenientes estejam a ser geridas por pessoas pouco impulsivas e arrogantes, mas, pelo contrário maduras, com muito bom senso e muto apurado sentido das responsabilidades. A guerra fria iniciada após a II GM foi conduzida por governantes com profundos conhecimentos dos inconvenientes da guerra que terminara um pouco antes e que desejavam não ver repetida.

Estavam vacinados com o conhecimento ao vivo das realidades da guerra e dos males dela advenientes para os seres humanos em geral, com mortos, estropiados e privados de condições de sobrevivência. Pelo contrário os actuais governantes não têm semelhante experiência e têm demonstrado ausência de respeito pelas pessoas, falta de sensatez e de sentido de responsabilidade, comportando-se muitas vezes como crianças a lidar com brinquedos que, na realidade, são demasiado perigosos e exigem excepcional prudência.

A gestão da guerra fria exige, da parte de cada parceiro, um serviço de informações, bem preparado e sabendo aproveitar toda a colaboração dos serviços diplomáticos, quer dos intervenientes quer do mundo em geral, a fim de ter conhecimento oportuno de sintomas ou indícios de preparativos ou intenções perigosas que possam colocar em perigo o modus vivendi.

Actualmente, as provocações, mais ou menos evidentes, entre os EUA e a Coreia do Norte não são propícias para evitar preocupações relativas à hipótese de uma guerra violenta, possivelmente nuclear, entre as duas partes. No caso de tal situação, eclodir os Estados da margem Oeste do Pacífico sofrerão graves inconvenientes e o resto do mundo não ficará ileso, pois as poeiras radioactivas e a nuvens tóxicas que elas formarão, empurradas pelos ventos, darão voltas ao Planeta, disseminando detritos tóxicos minúsculos que destruirão todos os vestígios de vida, animal e vegetal em qualquer latitude ou longitude. As bombas nucleares actuais são imensamente mais demolidoras do que a de Hiroshima que era pouco potente e pouco mais do que artesanal.

O ideal seria a Paz respeitada por todos, fortalecida por um diálogo franco e aberto entre todos que libertasse todas as energias das pessoas e dos meios materiais para a melhoria generalizada da qualidade de vida sobre a Terra. As bombas, os mísseis e os gases não contribuem para melhorar nada. A «Bomba mãe de todas a bombas» que os EUA lançaram no Afeganistão não impediu, e talvez tenha provocado, por ter aumentado o ódio e a vontade de vingança o caso que foi dado a público em comunicado do ministério: "Os rebeldes talibãs lançaram um ataque coordenado contra a base militar onde a maioria dos soldados estavam reunidos para rezar, provocando no total mais de 100 mortos e feridos entre as forças armadas". Cada vez fica mais claro que a violência nada traz de bom, apenas gera mais violência em escalada incontrolável.

António João Soares
25 de Abril de 2017

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domingo, 9 de novembro de 2014

GUERRA FRIA E DISSUASÃO EXIGEM ATENÇÃO PERMANENTE


Em Berlim, por ocasião da comemoração dos 25 anos da Queda do Muro que dividia a Alemanha, o ex-líder soviético Mickail Gorbachev explicou que a Rússia e a Ucrânia colocaram o mundo à beira de uma nova Guerra Fria. Este conceito que pesou sobre a Europa e no Mundo, durante quase meio século, consistia numa paz frágil, situada no fio da navalha em equilíbrio precário, com receio de uma eclosão a qualquer momento por uma simples deficiente interpretação de qualquer sinal duvidoso quanto a possível ameaça.

Agora tal receio, exigindo permanente observação do mínimo sinal, agravou-se com o frequente sobrevoo por bombardeiros russos dos mares que circundam a Europa. Os aviões portuguese tiveram que intervir por duas vezes, devido à passagem não identificada de esquadras russas sobre as águas de responsabilidade das nossas forças. O mesmo se passou, com os meios navais em relação à presença de um navio hidrográfico russo .

Este jogo de exibir e ostentar força exige extremo cuidado, havendo que evitar erros de apreciação. É sabido que toda a guerra é precedida por um jogo de exibicionismo de força, com intenção de dissuadir o adversário e exigir cedências, numa negociação de alto risco. Mas nesse jogo de bluff há o perigo de uma deficiente interpretação. Por exemplo, foi esse perigo que originou a guerra do Iraque iniciada em 20 de Março de 2003. Saddam estava a ser pressionado para abandonar o Poder e, perante a presença de grande volume de foras dos três aramos concentradas na embocadura do Golfo Pérsico, estava a levar a sério as manobras dos EUA, e tinha em preparação a sua retirada para um de dois palácios que lhe foram oferecidos na Líbia e na Arábia Saudita mas, a dada altura, embora o espaço aéreo estivesse fechado, chegou um avião francês com representantes de empresas petrolíferas para renovarem os seus contractos de exploração. Perante este à vontade francês, Saddam, foi levado a pensar que as manobras americanas eram apenas bluff e não estavam realmente decididas a intervir. Por isso, não cumpriu a imposição que lhe fora feita, e que teria de ser efectuada em prazo fixo. O resultado foi, no fim desse prazo, ser iniciada a invasão. Portanto, o bluff que precede uma guerra não deve ser menosprezado. É preciso ter muito cuidado. Estes voos e outros exercícios são testes que devem ser levados a sério por ambos os lados.

E perante tal ostentação de força pelos russos, a NATO pretende responder de forma convincente, como se viu pel estilo das intercepções dos meios aéreos e navais atrás referidos. E, além disso, e atendendo a sugestões dos países da Europa de Leste, vai ser realizado em 2015 um exercício da Nato, Trident Juncture 2015, em grande escala, perto da Fronteira Leste, classificado como “operação de músculo”, na simbologia militar, e que é destinado a exercer um grande efeito dissuasor perante potenciais inimigos. Isto representa uma mensagem clara da NATO, em tempos de crise. No entanto, este jogo musculado exige precauções das duas partes, tornando claro que não se pretende mais do que manter a convivência pacífica e evitando situações duvidosas que possam conduzir a erros não desejados.

Não esqueçamos que a guerra fria posterior à II Guerra mundial teve momentos de grande tensão, mas foi conseguida a paz possível.

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