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domingo, 26 de outubro de 2008

Controlo rigoroso das contas dos investimentos

As duas grandes centrais sindicais emitiram opinião sobre um mesmo tema, que parece estar a ser encarado pelo Governo com vaidade e teimosia, sem uma análise cuidada do binómio custos/benefício.

João Proença, líder da UGT, à margem do encontro «Que Segurança, Higiene e Saúde no trabalho no início do novo século?» na Praia do Carvoeiro, no Algarve, manifestou satisfação pela vontade do Governo em fazer investimentos públicos, mas pediu que se faça «uma avaliação rigorosa da contas públicas». «Portugal está a crescer pouco, porque não são feitos investimentos públicos e privados, nem há essa política de investimentos», admitiu.

Por seu lado, a CGTP alertou o primeiro-ministro para que as obras não se foquem apenas no «cimento», «betão armado» e «rotundas». O seu líder, Carvalho da Silva, reforçou a ideia da necessidade de ser mantido o investimento público, tal como fes o da UGT. No entanto alertou para a necessidade de ser seguido um critério adequado e critica o Governo por esquecer o «tecido empresarial» e as «pequenas obras», favorecendo o «alcatrão», «cimento armado» e «rotundas».

É bom sinal ver que os portugueses se unem para analisar os grandes problemas nacionais. E, neste caso do «rigor das contas», os sindicatos dispõem de ferraments úteis e eficazes para detectar atempadamente qualquer desvio nessas contas e alertar para evitar o pior. Casos como o da Gebális haverá em catadupa,por este País fora. E é preciso cortar o mal pela raiz, antes que esta se torne difícl de cortar por demasiado grossa.

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Investimentos públicos insensatos

Os adjectivos do título são muito eufemísticos, pois, em muitos casos, trata-se de autênticos actos de loucura com o dinheiro dos contribuintes, bem traduzidos nos versos dos lusíadas
Ó glória de mandar! ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos fama!
(Canto IV, estrofe 95)

O DN de hoje recorda a polémica dos estádios de futebol construídos, por razões puramente emotivas e sem fundamentos lógicos, para o Euro 2004. Não foram apenas as enormes despesas da construção mas também os custos da sua manutenção de que o jornal salienta «clubes e câmaras afundados em dívidas, taxas de ocupação baixíssimas, utilizações questionáveis» e questiona «que destino se dá a aparelhos urbanos de elevado investimento?» «Cinco anos depois, que fazer aos aparelhos do Algarve, Leiria, Aveiro (sem equipas do campeonato de topo, ou mesmo sem equipas, como no caso de Faro/Loulé), e mesmo Coimbra e até Braga?».

O artigo merece ser lido na íntegra, pelo será interessante a utilização do link colocado no início deste post.

Os governantes, responsáveis por gerir o dinheiro que os contribuintes têm de pagar têm obrigação de aprender estes exemplos de actos a evitar. Mas a lição não parece ter sido aprendida e levada a sério. Luís de Camões tinha razão (aliás era um sábio que ainda não foi superado, mesmo com a actual ajuda da Internet).

No mesmo dia, no diáriodigital vem a notícia de que «O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, que a crise não vai afectar as grandes obras públicas e garantiu o investimento no TGV, no novo aeroporto, nas auto-estradas e nas barragens.»

Quanto às autoestradas, já ouvi dizer que começa a faltar, nos intervalos entre elas, terreno para cultivar tomates, razão porque este «fruto» está a escassear no País!

Quanto ao moderno combóio, o Engenheiro Mira Amaral, de forma fundamentada e convincente, demonstrou que construir um TGV entre Lisboa e Porto é uma loucura inteiramente injustificada num País tão carente de recursos. Para se ganharem escassos minutos na viagem, não é racional fazer tão elevado investimento. Com menos custos, devia melhorar-se a linha para, em todos os troços do percurso, ser possível aproveitar toda a potencialidade do material circulante já existente.

Camões tinha muita razão ao escrever os versos transcritos no início.

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