sexta-feira, 26 de março de 2021

PENSAR NO FUTURO É INDISPENSÁVEL

 (Public em DIABO nº 2308 de 26-03-2021.pág. 16. Por António João Soares)

O ser humano vulgar, não se preocupa muito com a inovação, com a evolução, com a mudança, dando mais importância à rotina, aos hábitos, às tradições e deixando o futuro a um palpite, a uma aventura e não a uma decisão bem pensada e preparada, seguida de uma acção bem planeada. Na realidade, o acaso e a esperança na sorte originam os palpites e as falsas decisões.

Por isso gostei de aprender a metodologia para preparar a decisão e que consta no artigo que publiquei neste semanário, em 29-09-2016, pouco depois de ter sido convidado para nele colaborar.

O facilitismo e o improviso usado em muitas gestões de que costumamos esperar sentido das responsabilidades, rigor e respeito por aqueles que vão ser as vítimas das imperfeições do trabalho de preparação, só criam desilusão, desagrado e perda de respeito por quem dirige.

 Mas quando se refere “pensar no futuro” não se trata apenas de planos, programas ou projectos que se prolongam por muitos meses ou anos, pois a ideia aplica-se a qualquer tarefa de que se deseja um bom resultado. Significa que não devemos perder tempo a trabalhar ao acaso, justificando “depois se verá”. Cada passo deve ser dado com vista ao objectivo pré-definido.

Uma situação que merece ser considerada ao abordarmos este tema é a forma como as autoridades têm encarado a actual pandemia. Quase toda a humanidade se enamorou da propaganda de muitos milionários ligados à indústria químico-farmacêutica que, com os olhos no lucro, apenas falou em negócios de máscaras e vacinas. No entanto, há países que focaram seriamente o sofrimento das pessoas e pensaram em medicamentos que combatessem o mal.

Em Portugal, vários médicos confirmam, ao semanário Expresso, que têm usado a substância Ivermectina para tratar “centenas” de doentes com Covid-19 e com resultados positivos. Trata-se de um antiparasitário usado contra piolhos e lombrigas. Os médicos que a prescrevem também a tomam a título preventivo, embora não esteja aprovada pela demorada burocracia como terapêutica contra a infecção, que tem semelhanças com a gripe em complicações respiratórias.

Também o Japão acaba de anunciar a disponibilidade de Avigan, um anti-inflamatório na fase final de experiência para tratar a infecção Covid-19, já com bons resultados e que pretende disponibilizar gratuitamente aos países que o solicitarem para testes.

Mas, quanto a novos medicamentos, quando o seu preço é baixo, a grande indústria dificulta a sua venda. Os grandes capitalistas querem controlar os seus lucros. Não esqueçamos, por exemplo, a saída do mercado da tintura de iodo por ter um preço baixo e ser muito eficaz na cura rápida de pequenos ferimentos, tendo sido substituída por novos medicamentos que, em vez de tratamento rápido, apenas acompanham as melhoras fazendo adiar a cura uma porção de dias. Esses homens de negócio odeiam resultados rápidos e pretendem tornar coisas pequenas em doenças com tendência crónica.

É a sua maneira de preparar o futuro, sem olhar ao interesse dos clientes. Isto faz pensar nas excepções a esta realidade. Como numa mensagem que recebi, vinda de Israel, que enumera dez boas notícias para a Humanidade. Cada uma destas contém uma inovação no âmbito da saúde, que torna a detecção de doenças mais expedita e simples e a sua cura mais oportuna e rápida, tudo com menos intervenção de médicos e mais acção da informática.

Estas dez notícias, e outras que aparecem a citar variados aparelhos informáticos para detecção e cura de diversos males, fazem prever a redução de médicos, o que constituirá uma ameaça para o futuro de muitos jovens.

A preparação do futuro está difícil, pelo que exige muita análise, que deve ser cuidadosa e aberta à inovação, de forma bem ponderada e olhando para todos os factores reais e potenciais.

A apatia deve ser posta de lado e a tolerância deve ser bem ponderada. ■


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sexta-feira, 19 de março de 2021

RESPEITAR A NOSSA HISTÓRIA

Respeitar a nossa história

(Public em DIABO nº 2307 de 19-03-2021, pág 16, Por António João Soares)

 Portugal foi grande no mundo, mas não conseguiu manter a sua posição.

Do contacto dos nossos navegadores com a China, esta arrancou para o desenvolvimento e tem continuado em ritmo acelerado. Mas, pelo contrário, no Ocidente temos verificado um adormecimento, ou um exagerado repouso, no gozo de êxitos obtidos, esquecendo a conveniência de os continuar e tornar extensivos a novas situações e oportunidades, para bem das gerações vindouras. Em Portugal não se conseguiu evitar a queda nas listas em relação aos outros países, onde temos vindo a baixar de nível económico. Esta nossa queda tem sido aproveitada por jovens que se consideram “donos da verdade absoluta”, para condenar todos os nossos valores, história e tradições, esquecendo os pontos altos e dignificantes do passado, que errar é humano e que tais erros ocasionais não devem eliminar os actos positivos que dignificam a nossa história e devem ser motivo de orgulho dos nossos compatriotas.

Um dos pontos altos da nossa história, além de termos sido o farol que ajudou a despertar a China para o seu desenvolvimento, é a referência ao facto, citado pelos historiadores recentes, de que Portugal foi o autor das condições básicas para a criação da globalização, ao dobrar o Cabo das Tormentas, depois denominado da Boa Esperança, que permitiu a ligação entre o Atlântico e o Índico ou, na prática, entre a Europa e o Oriente, dando “Novos Mundos ao Mundo”. Este nosso passo histórico, e o conjunto de outros com ele relacionados, deve ser recordado com prazer, vaidade e orgulho das coisas grandiosas da nossa História. E não devemos pactuar com migrantes sem vergonha que nos pretendem enxovalhar e que se comportam como colonialistas que nos querem privar do nosso património histórico, das nossas tradições e valores éticos e chegam ao ponto de dizer que “deve ser morto o Homem Branco”.

E ao falarmos da História, não devemos limitar-nos aos séculos mais antigos. Pois é curiosa a comparação feita por alguns escritores entre o pós-25 de Abril e igual período anterior. Até 1974, não havia dívida externa e foi deixado um bom pecúlio, que depois foi esbanjado sem deixar rasto e substituído por dívida, por crises que obrigaram a ajuda externa, como na solução da criada pelo Governo de Sócrates. No período anterior enriqueceu-se o património público, criando-se hospitais, estabelecimentos de ensino superior, escolas primárias em muitas aldeias, palácios de Justiça em muitas cidades, novos quartéis militares e instalações para forças de segurança e bombeiros, construíram-se pontes, estradas, etc. E depois? Houve aumento de impostos e o benefício daí resultante foi mais emprego nos governos, em ministros, secretários de Estado e inúmeros “boys” e “girls” das jotas, cuja vantagem foi reduzir o desemprego de quem não tinha preparação para se empregar, e que obtiveram amizade com pessoas interessadas nos seus favores como intermediários. Assim, se aumentou a corrupção.

O esbanjamento, com 119 observatórios e outros tachos parecidos, sem utilidade visível, chegou ao ponto de alguém do PS pedir o encerramento de observatórios para desenvolvimento, por custo exagerado e ausência de resultados.

A reeleição do PR e a actual responsabilidade do PM na gestão da EU devem ser aproveitados pelos mais altos responsáveis para aperfeiçoarem os actos públicos na preparação das decisões oportunas para corrigir muitas coisas erradas e organizar as funções públicas, de forma a tornarem- -se menos burocráticas, com menos gastos, com mais rapidez e eficácia, enfim, mais úteis aos interesses nacionais. Para este efeito, será necessário que o sistema de controlo garanta correcta execução, a todos os níveis, das decisões tomadas, evitando duplicações e corrupção, com o máximo respeito pelos interesses dos contribuintes, isto é, do interesse nacional. ■


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sexta-feira, 12 de março de 2021

RESPEITO PELO PASSADO

Sem respeito pelo passado não há futuro

(Public em DIABO nº 2306 de 12-03-2021, pág 16. Por António João Soares)

A loucura de brincalhões inconscientes e irresponsáveis, que querem destruir a História e os monumentos que respeitam e honram a memória dos heróis que tornaram Portugal no “maior” País ocidental, que deu novos mundos ao Mundo, fazem-nos pensar seriamente, nesse período de glória e compará-lo com a miséria actual, em que estamos na cauda da Europa. Houve alguém com sabedoria e amor ao seu povo que contribuiu para que o mundo desse um grande passo em frente, para que o saber que estava concentrado na Europa se expandisse para lá dos oceanos.

A própria China, que vivia numa antiguidade adormecida, totalmente artesanal, despertou para o saber do Ocidente, após o contacto com os portugueses, e deu os primeiros passos para a ciência, a arte e a cultura, de forma tão consciente e resiliente que não mais abrandou a velocidade do seu avanço e, agora, está no auge da vida científica, tecnológica e económica mundial. Permitam que cite do artigo no Diabo de 05-06-2018: “A China que cresceu como Império do Meio, ... e que procurou a defesa pacífica, bem traduzida na Grande Muralha para evitar a invasão pela Mongólia. Depois, aproveitou a abertura ao Ocidente, originada pelos portugueses, e conseguiu ser hoje uma potência comercial de grande importância em todo o mundo, sem ter necessidade de usar violência nem o poder de armas de grande poder destrutivo do agrado de outras potências”.

Mas acerca da destruição do monumento aos descobrimentos, houve um humorista que sugeriu a substituição das fisionomias dos 16 heróis que nele constam pelas de políticos actuais. Foi um incentivo muito interessante que nos leva a pensar na comparação desses antigos heróis nacionais, ali representados e venerados ao longo de cinco séculos, com os de hoje que não durarão muitos dias na mente dos futuros portugueses e nunca com saudades – a dívida pública, a ausência de obras públicas e de melhorias das vidas dos cidadãos, além das vendas de instituições públicas e das promessas da continuidade do empobrecimento – que não serão motivadoras de veneração pelos vindouros.

O passado não deve ser repetido cegamente, porque os factores dos diversos acontecimentos são diferentes, mas os sistemas de gestão merecem ser bem observados. É imprescindível saber analisar os problemas actuais e procurar a solução mais válida, que deve ser decidida com coragem e convicção, para ser seguida pelos portugueses. Depois de bem analisado o problema e escolhida a melhor solução, será tomada a decisão, são organizados os recursos necessários à acção, é elaborado o planeamento e programadas as tarefas. E, após iniciada a acção, é indispensável o controlo eficaz do qual pode resultar a necessidade de ajustamentos, para cuja decisão deve ser utilizada a metodologia igual à inicialmente empregue, por forma a não se perder o rumo que conduz à finalidade pretendida.

Agora, ao contrário dos nossos antigos heróis da época gloriosa dos descobrimentos, os nossos decisores mais destacados só sabem fazer promessas, ou nem isso, e esperar que um milagre lhes traga solução para as suas funções ou o acaso as venha resolver. Esperam que a “continuidade” dos actuais declínio e degradação receba o benefício de um milagre que livre os vindouros da fome e da miséria.

Para a ilusão de inconscientes e imaturos pode ser que esperem que, depois de substituídas as fisionomias do monumento dos descobrimentos, continue a haver quem o queira destruir. Mas esse prémio não significa que detentores de poder ali representados desapareçam. Para isso só uma eutanásia bem argumentada em termos de “excepção”, mas mesmo esta só costuma ser aplicada se beneficiar a partidocracia.

O passado não deve servir para cópia, porque a mudança faz parte da Natureza, mas deve servir de lição para a metodologia da estratégia e da preparação da decisão. ■

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sexta-feira, 5 de março de 2021

BULLYING NA VIDA SOCIAL

(Public em DIABO nº 2305 de 05-03-2021, pág 16. Por António João Soares)

 O “bullying” tem sido citado na vida escolar como a manifestação de alunos menos classificados, roídos pela inveja do êxito dos mais estudiosos e que obtêm melhores classificações. Ultimamente, este fenómeno tem-se estendido a outros grupos sociais, como aconteceu na campanha das eleições presidenciais em que a candidata Ana Gomes se queixou, usando o termo, de palavras desagradáveis de rivais na actividade da campanha.

Agora, já pensando na campanha para as autárquicas que, por estarem distantes, evidencia-se que os partidos pensam principalmente em manter-se no poder e pouco se interessam pelos problemas nacionais, embora muitos sejam graves e já façam classificar a situação actual de declínio ou degradação, mas perante as eleições, os menos seguros e tendo receio de que o Chega possa repetir o seu crescimento tido nas presidenciais, estão já a procurar destruir o valor dos seus militantes, numa autêntica manifestação de “bullying”, em que tudo é válido para tentar afastar os votos dos seus eleitores.

Como referia no artigo, publicado em 12 de Fevereiro, em que defendia que a melhor propaganda dos partidos seria “agir para Portugal e não contra os partidos rivais”, não acho inteligente nem funcional, a manobra de destruir a imagem de militantes de outros partidos, sem olhar a meios, de um partido cujo valor é tal que eles se sentem por ele ameaçados. A vitória deve ser encontrada através da apresentação de ideias construtivas, de planos de acção que conduzam à melhor resolução dos graves problemas que atravessamos. Depois, os eleitores, devidamente esclarecidos sobre os vários planos e de os considerarem realizáveis por quem os promete, escolherão o melhor candidato.

Isto seria verdadeira democracia, com seriedade e honradez, própria de país civilizado. Mas a inveja vem habitualmente dos menos válidos, como é característico do “bullying” e criam maus hábitos que se vão expandindo e criando o tal declínio que se tornará de difícil retrocesso. Em vez de serem beneficiados por mostrarem mais valor, procuram obter benefício de malandragem da destruição prévia do moral e do valor dos indesejados adversários.

Mas a intimidação, mesmo que pouco agressiva, quando direccionada repetidamente contra alvos específicos pode afectar a personalidade, a reputação e a habilidade da vítima

Um caso curioso é a notícia de que o professor japonês de fisiologia ou medicina, Dr. Tasuku Honjo, prémio Nobel, apresentou aos media uma comunicação dizendo que o vírus corona não é natural. Se o fosse ele não teria afectado o mundo inteiro, indiferente aos climas, temperaturas e outras condições naturais. E terminou dizendo que se o que ele disse se revelar falso agora ou depois da sua morte, o governo do seu país pode lhe retirar o seu prémio Nobel.

Transcrevi a notícia com toda sua argumentação científica, num e-mail, e recebi uma resposta que transcrevo: “Nos tempos que correm, todas as notícias que causam sensação e perplexidade valem dinheiro. Seu valor é directamente proporcional ao número de pessoas que (supostamente) as vão ler... Sendo assim, tudo vale para se ‘inventarem notícias’ que possam causar muitas partilhas nas redes sociais... e ‘se tornem virais’. Quanto a esta notícia, eu não acredito na sua autenticidade porque não foi confirmada pelo ‘mainstream científico’”.

Sobre isto a minha reacção em e-mail a médico amigo foi a seguinte: “Aquilo que o prof. Doutor Dr Tasuku Honjo, prémio Nobel afirma com argumentação científica é credível e dificilmente contrariado, pelo menos por tipos como … que comentou antes, mas sem contrariar nenhum dos argumentos do Professor. Foi um comentário sem a mínima consistência que não valoriza minimamente quem o tentou fazer”.

Com comentários assim se pode iniciar um “bullying”, no ambiente em que este Nobel vive!!! ■


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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

VIVER É MEXER

Viver é mexer

 (Public em DIABO nº 2304 de 26-02-2021. pág 16. Por António João Soares)

Quando alguém tem um desmaio, as pessoas que tentam a reanimação ficam felizes quando a vêm fazer qualquer movimento. Por isso tem soado mal quando se ouve dizer que Portugal deve ser governado na continuidade. Mas quando se encontra a sofrer de inacção, hesitação, estagnação, etc. não está vivo e há que fazê-lo mexer, para viver.

A vida exige acção e esta deve ser racional, inteligente, sensata, principalmente quando se tem responsabilidade perante outros. E a vida não pode significar promessas, mesmo que bem intencionadas. Precisa de acção com resultados positivos, o que nem sempre acontece. Mas, por vezes, vemos empresários que fazem perfeito uso deste conceito.

Li há pouco que a empresa Trim NW dispõe de linhas de produção de têxteis  destinados à indústria automóvel e que, com o enfraquecimento do negócio devido à pandemia, decidiu dedicar algumas das suas linhas de fabrico à produção de “não-tecido” de batas hospitalares, dada a grande procura destes produtos no socorro aos muitos infectados com o Covid-19 que têm acorrido a hospitais e outros postos de socorro.

Em poucos meses, teve resultados muito animadores, ao ponto de ter chamado pessoal que tinha suspendido por falta de trabalho e de ter aumentado as vendas, quer no País quer em exportação. A empresa adaptou-se às necessidades de prevenção da pandemia, por forma a não ter que parar a produção habitual. As condições de trabalho foram muito condicionadas, apenas se mantendo na oficina o pessoal indispensável; aquele que se dedica a trabalho burocrático actua em teletrabalho, em condições protegidas de eventual contágio. Os lucros são compensadores, apesar do curto período de tempo a funcionar.

Esta posição de gestor deve ser seguida por todo o responsável por empresa ou instituição. Deve ser permanente a observação do desenvolvimento do negócio, ajustar o funcionamento aos factores internos e externos por forma a não deixar enfraquecer os resultados. E tomar as melhores decisões, incluindo a alteração das prioridades e a adopção de aproveitamento de novas oportunidades que surjam.

Neste caso, tinha havido dispensa de pessoal, mas ao surgir a possibilidade de o fabrico de “não-tecido” poder continuar a funcionar e com mais actividade perante a necessidade surgida na actividade da saúde pública, houve a decisão inteligente de chamar o pessoal dispensado e de estruturar o trabalho de forma segura quanto a contactos perigosos e de atender os clientes nacionais e estrangeiros. E com estas alterações, em pouco tempo, os resultados financeiros foram animadores.

Não conheço a empresa nem os seus proprietários, mas, ao saber do caso, pensei neste bom exemplo a seguir pelos governantes neste período de crise pandémica e no imperioso esforço de recuperação para a época seguinte. Quem tem responsabilidade de governar, deve ter saber e também sabedoria, que são coisas diferentes. O saber é constituído pela ciência aprendida na escola e nos livros e traduzida num diploma que nem sempre é algo de confirmado na prática, até porque a sua aquisição pode ter sido enganosa ou pouco apoiada por boa reflexão e realismo. A sabedoria é um dom que nos permite olhar para a realidade de forma prática e ajuda a discernir qual a melhor atitude a seguir e adoptar nos diferentes contextos da vida. Quando assente em bom saber e em observação dos bons exemplos das realidades práticas, constitui uma garantia de eficiência prática inquestionável.

Por isso, considero que os bons factos como o atrás referido devem ser do conhecimento de todos os verdadeiros detentores da sabedoria ou a isso candidatos.

Com pessoas dotadas de sabedoria, ou a humildade de quererem adquiri-la, esta pandemia podia não ter chegado ao estado a que chegou nem haver tantos confinamentos, nem aldrabices nas vacinas, nem tantos estados de emergência, nem tanto prejuízo na economia, nem tanta mentira e promessas falsas. ■


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

GRANIZO, UM RISCO DA NATUREZA

(Public em DIABO nº 2303 de19-02-2021, pág 16. Por António João Soares

Cada actividade tem os seus riscos e deve saber viver com eles, procurando reduzir os incómodos. Vivi os meus primeiros 18 anos na proximidade da agricultura e cedo aprendi como acontecem fenómenos naturais e os seus efeitos desagradáveis. O granizo forma-se pelo movimento vertical das nuvens; subindo estas para altitudes gélidas, a humidade congela, torna-se mais densa do que o ar e despenha-se em grãos ou pedras de granizo ou saraiva que podem ir de tamanho de poucos milímetros de diâmetro a pedras de 20 cm que, ao caírem, provocam estragos consideráveis em telhados, automóveis ou aviões e na agricultura e fruticultura. As pedras maiores podem atingir grande velocidade na queda, sendo altamente destrutivas.

Há pouco, li a notícia de que 12 deputados preparam o texto de uma resolução da AR com o pedido ao Governo de apoio para a instalação de sistemas anti-granizo e tornar mais resiliente o sector da fruticultura face a tais fenómenos atmosféricos. Não havia no texto nada que esclarecesse sobre tais sistemas, mas presumi que se tratava de fazer cobertos que conseguissem que as pedras fossem paradas antes de estragarem a fruta. Como não havia referência a opinião de técnicos, pareceu-me uma ideia imatura defender a cultura de fruta em recintos fechados para não haver acesso do granizo. Tal fruta, sem sol nem outros efeitos atmosféricos, seria intragável.

Como fazer a prevenção, em tempo útil? Na Idade Média, em aldeias da Europa, pessoas tocavam os sinos nas igrejas e davam tiros de canhão para alertar a população da aproximação de uma tempestade de granizo. Depois da Segunda Guerra Mundial, a Rússia passou a usar o método da semeadura de nuvens para afastar e eliminar a ameaça de granizo, e chegou a anunciar uma redução de 50 a 80% nos danos em colheitas provocados por granizo, aplicando iodeto de prata através de foguetes e obus de artilharia. Mas esses resultados não foram verificados. Mais tarde houve programas de supressão de granizo empreendidos em 15 países entre 1965 e 2005. Porém, até o momento, nenhum método de prevenção se provou eficaz.

Parece não ser possível garantir com uma antecedência útil para se proceder a cuidados de defesa de áreas em perigo. Os meteorologistas usam diversos tipos de radares que identificam se o conteúdo de uma nuvem é água ou se é granizo, mas essas observações exigem cálculos complexos de algo que pode acontecer dentro de poucos segundos ou minutos, portanto sem dar tempo para serem tomadas medidas de protecção.

Perante a complexidade deste fenómeno natural, parece positiva esta preocupação dos 12 deputados, mas será conveniente que dialoguem serenamente com cientistas da meteorologia antes de lançarem o Governo em actividades sem saber o que estão a fazer, o que pretendem, os resultados desejados e a probabilidade de, com isso, obter algum benefício para os agricultores de produtos vantajosos para a contabilidade nacional, quer para consumo interno quer para exportação.

Como disse no início, é imprescindível quando se inicia uma actividade, procurar os riscos inerentes a cada mini-sector com que vamos deparar, aprender a viver com eles e, a cada momento, procurar reduzir os incómodos surgidos. O risco de granizo é um fenómeno natural fora da limitação pela capacidade humana. Mas felizmente raramente assume dimensão de alta perigosidade. Assisti a uma tempestade que se desenrolou numa faixa de largura de pouco mais de 100 metros mas que, em alguns quilómetros, destruiu quase toda a vegetação que ali havia. Porém, algum tempo depois, a vida estava a continuar, depois de alguns pequenos ferimentos terem sarado e de terem sido reciclados os restos de árvores e outros vegetais destruídos. ■

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

AGIR POR PORTUGAL E NÃO CONTRA PARTIDO RIVAL

(Public em DIABO nº 2302 de 12-02.2021, pág 16. Por António João Soares)

 Nas guerrilhas interpartidárias, desperdiça-se muita energia e tempo a dizer mal dos rivais, quando seria mais sensato e produtivo apresentar e defender argumentação em defesa dos próprios planos e dos resultados desejados para bem de Portugal, e deixar ao povo, aos eleitores, apreciar qual é a solução que preferem e que é mais merecedora do seu voto.

 Não se obtém vantagem em dizer mal do outro mas, sim, em explicar os benefícios que virão para o povo e o País da concretização do próprio plano. A esperança num Portugal daqui a 10 ou 20 anos depende e será mais atraente através de uma descrição empenhada, explicada pelos autores de um plano do que através de ataques verbais e verrinosos aos militantes de partidos rivais. Saibamos olhar para os problemas nacionais e raciocinar pela sua resolução e esboço de inovações para procurar a melhoria da qualidade de vida da população.

As rivalidades entre esquerdas e direitas, desde as presidenciais, padecem desse defeito de perder tempo, energias e oportunidades em vez fazer algo de útil e construtivo. Seria muito mais útil apresentar aos eleitores alternativas adequadas aos resultados desejados pelos cidadãos bem pensantes e independentes de qualquer sector partidário.

Qualquer dos novos partidos recentemente aparecidos vieram com propósitos de ficar por muito tempo. Podem ter ideologias aceitáveis e do gosto de velhos cidadãos mas a que falte o pormenor, o dom de atrair os menos informados e mais realmente interessados na solução prática das dificuldades que sentem na vida diária. Além destas explicações, para os simples eleitores, são indispensáveis, especialistas do aparelho político, com saber e experiência para se imporem ao povo como agentes divulgadores dos valores a defender na prática.

Cada partido pode dar as tonalidades que lhe aprouver, mas os objectivos estratégicos devem ser muito semelhantes quanto a respeito pela história e tradições, de forma a facilitar a escolha pelo eleitor. A volumosa abstenção sugere que a maioria silenciosa e moderada, tal como os dotados de informação mas descrentes das capacidades objectivas e inovadoras, sejam estimulados a decidir-se, perante os claros argumentos que são apresentados como determinantes para o futuro do País e, apenas secundariamente para o aumento de poder e de imagem do partido em causa. Há quem vote num plano que considera bom para o país, mas sem pensar no benefício que o partido dele possa retirar.

Nesta data, tais objectivos estratégicos podem ser focados em reduzir o número de deputados em proporção com o número de eleitores; reduzir a quantidade de governantes, ficando apenas os necessários às funções a desempenhar; reduzir a quantidade de instituições públicas ao absolutamente necessário e nomear os seus dirigentes por concurso público, por forma a terem competência e experiência no sector; defender que um partido, um governo e o país são realidades separadas que não devem ser confundidas, para não destruir o governo ou a democracia, pois tal confusão conduz à degradação das instituições do Estado; tornar a Justiça mais rápida e independente de forma a merecer mais confiança dos cidadãos; o Ensino deve ser livre de pressões levianas e ter ética para formar futuros adultos responsáveis; a estrutura da Saúde deve ser preparada para fazer face a ameaças inesperadas e para dar apoio permanente aos cidadãos que dela necessitem, usando um SNS eficiente e activo; as Forças de Segurança devem estar preparadas e dispor de meios para manter a autoridade e a ordem em quaisquer circunstâncias, perante cidadãos, residentes e estrangeiros; as Forças Armadas, com a sua dedicação à Pátria pela defesa da qual estão preparadas para arriscar a própria vida, devem ser respeitadas e prestigiadas com veneração sistemática. E há vários outros sectores que precisam de ser aprimorados para bem dos cidadãos. ■


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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

MARCELO E A CONTINUIDADE

(Public em DIABO nº 2301 de 05-02-2021, pág 16. Por António João Soares)

O actual PR, durante a sua candidatura à reeleição, prometeu a continuidade, o que podia imobilizar muita gente bem informada que observou a sua inacção durante cinco anos, e as suas respostas a jornalistas deixando-os sem esperança de o verem agir perante muitos sinais desanimadores de falta de uma reacção sua contra o agravamento de muitos aspectos da vida nacional, desde os já clássicos incêndios florestais sem medidas preventivas e sem medidas eficazes de os parar logo pós as chamas iniciais, até à resolução de condições que evitassem o agravamento do Covid-19. Com tal falta de esperança numa necessária mudança a bem de todos os cidadãos, a abstenção pode ter crescido.

Porém, perante os insensíveis aos sinais negativos e convictos de que o destino poderia fazer milagres, o Sr. PR conseguiu ser reeleito e continuar num novo mandato. Oxalá inicie esta nova marcha, apoiando-se por pessoas bem informadas e com experiência das realidades nacionais que ajudem a analisar cada assunto e fornecer alternativas válidas para o enfrentar de forma a melhorar Portugal sob todos os pontos de vista e tornar melhor a vida das pessoas, a economia e assegurar um futuro mais promissor para o País conhecido por “ter dado novos mundos ao mundo”.

 Para formar bons grupos de colaboradores, deve mais do que a amizade ou os diplomas, basear-se na experiência demonstrada por diversas maneiras, e na coragem e sinceridade para sugerir as melhores soluções sem estar condicionado por outros interesses que não sejam o mais puro futuro de Portugal. Um ‘yes man’ ou dependente de pessoa poderosa, não traz o que nacionalmente é desejável. E a recolha de ideias para o País não deve confinar-se a pessoas totalmente ignorantes nem demasiado afectadas pelos inconvenientes de uma crise, pois raramente vêem todas as implicações do problema.

Também não é condição para ser bom conselheiro e colaborador um falante que se preocupe, com palavras sem bom conteúdo, em criar nos ouvintes esperança em dias melhores e no “deixa andar” sem garantia sincera de que as promessas podem vir a ser realidade. É preferível ajudar a analisar as dificuldades do presente e estimular as pessoas a procurar alterações nos seus comportamentos por forma a preparar um amanhã mais seguro e confortável, com soluções de durabilidade. Não se deve desprezar as soluções de hoje, mesmo que apenas suficientes para arriscar em fantasias.

Mas as alterações nos serviços de saúde, justiça, ensino, autoridade e segurança pública precisam de encarar uma modernização eficaz, para bem do país. Porém, nestas instituições também não se deve destruir o existente sem termos a certeza, perante estudos cautelosos e sistematicamente seguidos por colaboradores com as qualidades referidas no segundo parágrafo, que evitem aventuras de mudanças insustentáveis que se limitem a destruir aquilo que existe sem nada melhorar. Tenho visto publicados textos, que merecem a maior atenção, por pessoas que acompanham as realidades e nelas meditam maduramente, como se tivessem responsabilidade em as melhorar. Portanto, não são necessários inventores “geniais” como a Greta sueca.

Tem havido opiniões por médicos competentes e experientes, sobre a defesa das populações dos perigos da pandemia do coronavírus, que bem merecem ser tomadas em consideração na preparação de planos eficazes para um bom resultado. Também contra a morosidade e outras deficiências da justiça há quem emita sugestões lógicas, bem como contra os actuais defeitos do ensino e o esquecimento da ética que deve preparar as crianças para virem a ser pessoas responsáveis e sensatas no seu comportamento de adultas. Também não posso esquecer que as Forças de Segurança devem ser preparadas para os perigos que têm de suportar e ter apoio para reagirem com autoridade, mas sem falhas como a do SEF. ■

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

SOLUÇÕES ADEQUADAS EXIGEM COMPETÊNCIA

(Public em DIABO nº 2300 de 29-01-2021 pá 16. Por António João Soares)

A competência não aparece por milagre nem surge espontaneamente de um diploma universitário, mas depende de hábitos juvenis de aplicação da racionalidade na observação de tudo o que nos cerca, procurando saber as causas, os condicionamentos e os resultados. Analisando estes, procura- -se imaginar o que os tornaria melhores e como se teriam evitado falhas indesejadas. Depois de anos com este hábito adicionados ao que se aprende nos livros científicos, adquire-se competência para compreender o funcionamento das coisas, fazer previsões, planeamentos e acompanhar construtivamente a acção para serem obtidos os objectivos desejados.

 Sem o conhecimento das realidades que um fenómeno influencia, não é fácil raciocinar de forma a decidir, perante as múltiplas soluções possíveis, qual é a mais adequada ao objectivo pretendido e, por isso, vemos políticos em funções de grande responsabilidade a fazer promessas que não são cumpríveis por não serem realistas mas que, mesmo assim, geraram custos elevados de que resultou atraso no funcionamento da respectiva área económica e no desenvolvimento do país, além do aumento da dívida pública. O caso mais notado foi o do reforço da função do Aeroporto de Lisboa que começou por dar grande despesa com estudos na hipótese de ser aproveitada a base aérea da Ota, depois a alternativa de Alcochete, e a da Base Aérea do Montijo, onde, depois de grandes despesas, parece não ter sido decidido levar a solução até ao fim.

A mesma hesitação mantém-se quanto à construção da linha circular do Metro de Lisboa, que não parece ter sido decidido se iria terminar em Santos ou em Alcântara-Mar. E a propósito de transportes, tem sido adiado o melhoramento da linha do Oeste, para linha dupla, electrificada e com ligação mais simples e directa à linha de Sintra.

Mas a competência não está carente apenas nos sectores materiais atrás referidos mas também em aspectos do funcionamento de diversos serviços públicos. É disso vítima a saúde, colocada em cheque pelo Covid-19 que mostra haver imperfeições na estrutura, no funcionamento e nos equipamentos que não conseguiram realizar com a conveniente brevidade os ajustamentos convenientes, quer no sector público quer no intercâmbio com o sector privado. À pandemia do vírus opôs-se a pandemia do pânico, com um sadismo brutal de confinamento que, pouco depois, foi aliviado e depois terminado em termos de excessiva liberdade que demonstrou que as pessoas não foram devidamente preparadas para cumprirem regras de prevenção e higiene capazes de garantir um estado de saúde aceitável. Vieram novos surtos e repetiu- -se o confinamento. E nestas restrições de liberdade, houve tantas excepções que mais parecia que as leis deixaram de ser gerais e iguais para todos, pois os partidos beneficiaram de exageradas excepções.

E, no que se refere a normas de funcionamento dos serviços e capacidade de adaptação a novas circunstâncias, há o caso da data das eleições presidenciais que, segundo opiniões vindas a público, deviam ser adiadas por algumas semanas e serem adaptadas por forma a utilizar os actuais meios digitais que permitem votar sem necessidade de ida às urnas fixas na sede do concelho ou noutro local central. Pode acontecer que, com as dificuldades actuais, a abstenção, com o pretexto da pandemia, suba a um ponto de o PR eleito em vez de ter 50% de votos, acabe por ocupar o cargo por vontade de cerca de 20% dos cidadãos com direito a voto. Isto assim não pode ser denominado democracia.

 Mas há muitos outros casos em que a competência devia marcar presença, como a Justiça no combate à corrupção, o MAI no caso do SEF, da actuação das Forças de Segurança no exercício de autoridade perante imigrantes, prevenção de incêndios florestais com ordenamento da floresta, a Educação, perante as modernices do género, etc,

Os cargos importantes devem ser ocupados por gente competente. ■


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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A EVOLUÇÃO CIENTÍFICA PARTE DE DÚVIDAS

A evolução científica parte de dúvidas

(Public em DIABO nº 2299 de 22-01-2021, pág 16. Por António João Soares)

Há pouco tempo, uma jovem sueca descobriu que a Terra está a aquecer por culpa do uso de combustíveis de origem mineral e que é preciso lutar contra as alterações climáticas. E isso foi afirmado com arrogância convincente de tal forma que a jovem apareceu perante assembleias públicas de conceituadas instituições e arrastou apoios de elevados estadistas que transmitiram aos seus súbditos a “certeza científica” de que somos capazes de condicionar o clima alterando os nossos comportamentos.

Agora, aparentemente no seguimento de tal “saber científico”, a temperatura desceu de forma muito diferente do habitual, tendo, por exemplo, a Espanha atingido os 16 graus negativos. Será que os altos dirigentes políticos que gostam de alimentar a sua vaidade com actos públicos, bem visíveis e reportados, irão proceder à condecoração dos activistas dos seus países que mais se destacaram nesta campanha da jovem sueca contra o aquecimento da Terra, por terem conseguido atingir os seus pretendidos “objectivos”? Seria bonito ver o nosso PR interromper a campanha eleitoral para proceder a tal acto, esperando angariar mais votos para ser reconduzido no cargo!

Mas a realidade não parece provar que este frio tivesse surgido em resultado de tal tão propagandeada luta. Trata-se de uma situação natural não prevista nem controlável pelo homem. E pensem que podem existir coisas certas nos diversos textos que aqui publiquei, de que refiro os seguintes títulos e as datas em que vieram a público: em 26-04-2019, “Alterações climáticas e defesa do ambiente”; em 05-07-2019, “Alteração climática é fenómeno natural”; em 06-06-2019, “Tempestades de granizo”; em 20-09-2019, “Contra a desertificação, pela natureza”; em 04-10-2019, “Alterações climáticas e ambiente”; em 11-11-2020, “Alterações climáticas”; em 11-12-2020, “Defender o ambiente e respeitar o espaço cósmico”.

Deus nos livre dos vaidosos pretensiosos “sábios” que só têm certezas e nunca aceitam dúvidas, ao contrário dos célebres cientistas que vivem cercados de dúvidas, e mesmo quando obtêm respostas credíveis para elas, continuam os estudos e as experiências para as confirmar. E é com a procura de respostas para as suas interrogações que avançam para as certezas que irão constituir o verdadeiro saber científico. A dúvida constitui o ponto de partida para a investigação e para o desenvolvimento da ciência. A evolução científica parte das dúvidas.

E quando apenas há certezas e se anunciam as futuras decisões, antes de se iniciarem os estudos para as questões que devem ser consideradas, então, provavelmente, caminha-se para uma sucessão de erros que degradam a economia e todo o ambiente circundante, incluindo a situação social de um país como o nosso que vê piorar, a par e passo, a sua situação relativa aos parceiros da União Europeia.

Quem só tem certezas e nunca tem dúvidas não passa de um estúpido pateta. Para obter conhecimento e contribuir para o desenvolvimento é conveniente usar humildade, aceitar dúvidas e tudo fazer para as eliminar e, assim, ficar seguro das realidades, dos problemas e dos seus factores e condicionamentos e, depois, poder tomar a decisão que mais lhe convier para a finalidade que deseja. Isto é mais seguro do que tomar decisões por palpite e apenas por convicção de momento.

Num curso em que se ensinava a preparar as decisões, o General Bettencourt Rodrigues, no momento de fazer a lista das possíveis modalidades de acção, dizia: “agora durante 5 minutos a asneira é livre”. Isto é, a decisão final deve ser uma escolha da melhor solução de entre todas as possíveis. Este curso destinava-se a formar oficiais que iriam integrar o Corpo do Estado-Maior do Exército. ■


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