É frequente ler-se em textos com pretensões éticas que os comportamentos das pessoas são condicionados pela poderosa influência de dois pólos opostos – o Amor e o Medo. Quando preponderante a influência do Amor, há amizade, compreensão, abertura, confiança, generosidade, e as pessoas vivem em harmonia, bom entendimento, diálogo e felicidade. Pelo contrário, se a força dominante vem do lado do medo, tem preponderância a desconfiança, o ódio, a inveja, o desejo de vingança, etc. e, nessas condições, a vida é um martírio permanente, um desassossego e ansiedade que impedem a felicidade.
E, como os Estados são, na sua essência, pessoas, estão forçosamente condicionados por aqueles dois pólos. Quando se destaca o bom entendimento e a confiança, há paz, desenvolvimento com cooperação e ajuda mútua. Pelo contrário, quando impera o medo e a desconfiança, o tom das relações torna-se confuso e ruidoso, sendo a tensão de tal forma alta que pode estalar o conflito aberto a qualquer momento.
Vem isto a propósito de dois títulos convergentes no Diário de Notícias de 28 de Novembro: «O medo recíproco nas relações internacionais» do Professor Adriano Moreira e «Rússia ainda desconfiada» de Patrícia Viegas. O aparecimento destes títulos pode resultar numa chamada de atenção dos estrategas ou pode apenas constituir um augúrio realista da evolução do actual estado do mundo, à beira do abismo.
Oxalá os actores que actualmente se encontram em cena no palco global, compreendam que o bom entendimento é benéfico para toda a população mundial, que bem precisa de ser bem governada em paz e desenvolvimento.
NOTA: Sobre este tema ler o artigo aqui colocado em 11 de Novembro: «Relações internacionais são interesseiras»
A Decisão do TEDH (394)
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