A generalidade dos pensadores aconselha a esquecer o passado, a viver intensamente o presente e a não estar obcecado com o futuro. É no presente, agora, que vivemos, com tudo o que de positivo e de negativo que isto possa ter.
Viver com os olhos e os pensamentos agarrados ao passado equivale a conduzir em marcha-a-trás numa auto-estrada, lentamente e com perigos incalculáveis. A enfatização do passado traz ódios, desejos de vingança, lamentos, ou, por outro lado, saudades que tornam difícil encarar as realidades de hoje.
Porém, o passado, se não deve dominar a nossa vida, também não deve ser totalmente desprezado e ignorado pois dele se devem extrair lições que nos impeçam de repetir erros já bem identificados e confirmados ou que nos incitem a tirar o máximo benefício de experiências positivas que não devem ser esquecidas e poderão apoiar, com a conveniente adequação, actuações futuras. Com base nesta acumulação de saber, obtida grão-a-grão, na vivência do passado, prepara-se o futuro, sem obsessão, aceitando a permanente incerteza, mas com esperança, esboçando objectivos, definindo planos, programas e tarefas, a fim de que amanhã tenhamos um «presente» melhor do que o de hoje e o de ontem.
É com esta filosofia que as pessoas (e os Estados) inteligentes, bem estruturadas mentalmente, retiram das crises, que não conseguiram evitar, os benefícios da experiência bem estudada e aproveitada, para mudar e, muitas vezes, para iniciar uma rota de sucesso que lhes poderá trazer êxitos consideráveis. As crises, as quedas, os acidentes, quando bem explorados, são pistas de enriquecimento espiritual e, por vezes, material. As árvores que crescem em terreno seco e ventoso criam raízes mais sólidas e resistem melhor às más condições do tempo.
Ficamos à espera que os governantes portugueses estejam à altura de encontrar a melhor saída da crise e de construir um futuro que traga felicidade, segurança e optimismo ao bom povo que neles confia.
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