domingo, 14 de janeiro de 2007

MODERNIZAR NÃO É ACTO ESPONTÂNEO

Modernizar não é acto espontâneo

Qualquer atleta quando se lança na conquista do êxito, na corrida para a meta ou no salto para mais longe, começa, obrigatoriamente, por tomar conhecimento, definir e/ou ter em atenção a linha de partida, ou de chamada, sem o que tudo pode ser nulo, improfícuo, falhado, desclassificado.

Para avançamos, devemos conhecer o ponto onde nos encontramos e de onde temos de partir, os resultados a obter e, depois, formular e comparar as possíveis modalidades de acção para,, de entre elas, seleccionar as vias, as maneiras, de exercer o esforço no melhor sentido, com economia de recursos em que está incluído o tempo.

Isto não é válido apenas em teoria, pois aplica-se em todas as actividades práticas desde o desporto às mais complexas indústrias e actividade de gestão ou de governação. Aplica-se, forçosamente, ao complexo problema do desenvolvimento de um País. Quais são os dados deste problema? Qual é a linha de partida? O que somos? Em que ponto nos encontramos?

Para estas interrogações, há muitas respostas populares e vulgarizadas: estamos num pântano; estamos de tanga; estamos num buraco; estamos num beco sem saída; estamos na lama; estamos numa fossa, etc. Mas, na realidade, falta definir os vários parâmetros desta situação indesejável, a fim de que as modalidades de acção sejam escolhidas sem ser com base em entusiasmos de momento, orgásmicos, cuja energia depressa se esgotará sem produzir os desejados resultados. De caprichos impulsivos já nos bastam as sucessivas alterações ao código da estrada para eliminar a hecatombe que destrói os homens na idade mais válida, sem o ter conseguido. Ou os sucessivos agravamentos dos impostos para reduzir o défice e desenvolver o bem-estar da Nação, sem vermos o fim da crise e o momento de desapertar o cinto, com excepção para os próximos da oligarquia reinante que, apesar de tudo, vêm aumentar os seus activos incessantemente.

É necessário método, lucidez, bom senso e vontade perseverante, tanto no estudo inicial antes das grandes decisões, como posteriormente na sua concretização. Sem isso, esgotam-se recursos e credibilidade e o País continuará a arrastar-se pela rampa, em obediência natural às leis da gravidade que, neste caso, impõem o «movimento uniformemente acelerado». Peço desculpa aos políticos, quase todos homens de letras, por esta referência à ciência, à física e à matemática, mas confesso que não estou a troçar da vossa ignorância das realidades mais rudimentares da vida nacional.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Soares,

para se vencer uma corrida de orientação é preciso saber onde "pára" o Norte!

No governo só há desnorte...isto diz que a bússola deles está avariada ou escolheram o azimute errado!...

Abraços

MRelvas

A. João Soares disse...

Obrigado M Relvas,
Parece que isto é uma das doenças da Democracia. O povo não escolhe os melhores para o representarem, mas sim aqueles que lhe parecem melhores de entre os que se candidatam. Logo, o âmbito da escolha é limitado àqueles que, não sabendo fazer nada de útil para o País, como agentes económicos, numa qualquer profissão, se dedicam a fazer o papel de «parlapatões» a aldrabar os pacóvios (que somos todos nós). Nada de genial se pode esperar de pessoas, que se movem pelas mais baixas motivações de vaidade, ganância de enriquecimento rápido à custa dos dinheiros públicos, sem terem a mínima vergonha e sem olharem a meios. E actuam a coberto de leis feitas por eles à medida para se ajustarem aos intereses da malta da Oligarquia, ou à margem das leis, com a impunidade que se atribuem. Eles já se referem a este grupo como a «classe» política. Que classe!!!
Até quando o povo continuará de olhos fechados obscurecido pela anestesia aplicada pela propaganda enganosa dos políticos apoiados por maus jornalistas?
Um abraço
A. João Soares