quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

RÉSTIA DE ESPERANÇA NO MÉDIO ORIENTE

Em entrevista á Reuters, Khaled Meshaal, o líder no exterior do Hamas (desde que Israel assassinou o velho xeque Ahmed Yassin), afirmou que o Estado de Israel é uma realidade, um facto consumado e que o seu reconhecimento formal pela Palestina ocorrerá quando esta for reconhecida internacionalmente como Estado. Segundo ele, o problema da Palestina não é a existência do Estado de Israel, mas sim a não existência do Estado palestiniano. É curioso enfatizar o facto de Meshaal ter em 1997 sido alvo de uma tentativa de assassinato a mando do Governo israelita de Benjamin Netanyahu.

Nestas condições, parece que estão a ser dados passos decisivos para a paz israelo-palestiniana e a aceitação do «estatuto final» dos territórios, um dos principais pomos de discórdia das últimas décadas. São sinais de êxito da actividade diplomática que vem sendo adoptada nos tempos mais recentes. Continua, porém, o problema interno de conflitualidade entre o Hamas e a Fatah, estando a ser procurada a solução através da realização de eleições para o substituto do Presidente Abbas (da Fatah).

Esta notícia poderá ter efeitos visíveis só daqui a mais tempo do que o desejado, mas para já resultará certamente numa acalmia do espírito de conflitualidade existente na região, ajudando a serenar os receios levantados pela notícia de um eventual ataque de Israel com armas nucleares miniatura a centrais iranianas de enriquecimento de urânio. Seria óptimo que os poderosos do Mundo se convencessem de que ficam mais económicas em vida e recursos materiais as soluções de diferendos pelo diálogo diplomático e as negociações mediadas por terceiros.

3 comentários:

Anónimo disse...

Peço desculpa, mas não me parece que assim seja. Há já várias dezenas de anos que, de vez em quando se vislumbra uma "luz ao fim do túnel", como diria um certo senhor muito conhecido dos meios políticos. Mas uma coisa acontece sempre. Quando tudo parece encaminhado, há um tiro aqui, uma bomba acolá, enfim, algo que faz com que tudo volte à estaca zero.
Porque, desgraçadamente, há muita gente poderosa que só tem a perder com o fim do conflito.

A. João Soares disse...

Respeito o su ponto de vista, muito realista. Não esqueço que Clinton esteve quase a conseguir formar o Estado da Palestina, através de conversações dos dois interessados nos EUA durante vários dias.
Mas alimento a minha filosofia de optimismo e esperança que, se nada de positivo resolve, tem um efeito salutar na vida. E só com esperança e persistência nas negociações se conseguirá a vitória sobre os demónios que o meu amigo refere como «gente poderosa».
Sem esperança só resta o suicídio colectivo da humanidade!!!
Um abraço

Anónimo disse...

Caro João Soares,

não vejo solução quer pela via do diálogo quer pela via da guerra.Por isso existem constantes acções de desgaste de guerrilha e contra-guerrilha levada a cabo naquele local.

Ali estão os executantes de quem na realidade tem interesse em que assim continue!

Gosto do seu optimismo,mas o mundo hoje só vê os interesses,nada claros!

Um abraço
Mário Relvas