Chega mais uma notícia preocupante e chocante de um massacre numa escola. Gostei de ler aquilo que Ferreira Fernandes escreveu no Diário de Notícias. O problema é grave e a Comunicação Social não está consciencializada para este fenómeno e, talvez involuntariamente, está a deitar achas na fogueira, ao dar publicidade com relevo ao número de mortos e outros pormenores. Na juventude, há muita gente imatura e demasiado influenciada pelos programas que vê na Televisão, na Internet e até na vida real.
Hoje, a vida é apresentada às crianças e aos adolescentes ainda em formação da personalidade, como uma competição em que interessa a aparência, a ostentação, a visibilidade mediática (de que os políticos dão exemplos), em que vence o mais atrevido, o que estimula a adrenalina, que arrisca a vida em loucuras com as motas, os automóveis, os desportos radicais, perdendo o respeito pela vida, própria e dos outros. Segundo a interpretação de Ferreira Fernandes, este jovem criminoso, nem falava por estar concentrado a contar as vítimas, apostado em bater o recorde existente dos anteriores actos de violência escolar. Não é fácil evitar que aconteçam novos casos e, por isso, o próximo causará mais vítimas. Pelo menos será esse o objectivo do assassino.
A Comunicação Social deve ocultar estas ocorrências, para que outros não se sintam estimulados a dar nas vistas dessa forma. O fenómeno não é novo e, quando a Marylin se suicidou, os jornais alertaram para o perigo da muita publicidade porque o exemplo podia ser seguido por muitas fãs. E, apesar dos cuidados havidos, constatou-se uma pequena onda de actos semelhantes. E presentemente, a juventude não é suficientemente acompanhada e aconselhada, raramente tendo um ouvido atento aos seus lamentos e um ombro de arrimo. Os adultos têm de mostrar mais disponibilidade para ouvir e compreender as angústias dos jovens e ajudá-los a resolver situações e a contornar as crises.
Almirante Gouveia e Melo (XXXIII)
Há 43 minutos
8 comentários:
Caro amigo João Soares,
deixei de escrever naquele outro blog, mas fico satisfeito que continuem.
Simplesmente eu sou o mesmo!
Este caso é preocupante. A sociedade está frustrada, com problemas sociais e nos states há armas por todo o lado, o que é permitido por lei, desde que cumpram a simples legislação.
Depois dá nisto...
Cá também existem armas a mais...e por demais e já nem falo nas legalizadas... mas nas ilegais!!
Estes jovens um dia sofridos pela vida, com problemas psicológicos pegam numa e imitam o que vêm na televisão...
Enfim, um verdadeiro massacre, enviando daqui um voto de solidariedade e pezar às famílias e ao povo amerciano, que deverá reflectir, embora não prescindam daquele direito constitucional, como já foi visto.
Nós em Portugal devemos reflectir!
Abraço
Mário Relvas
Embora sem dar muita publicidade ao caso, devemos reflectir, no mal da sociedade que ele reflecte. Por cá, já sucedem demasiados crimes que evidenciam que as pessoas perderam o respeito pela vida e, por outro lado, não têm perfeito conhecimento das armas e dos efeitos da sua utilização.
Algo tem de ser feito para lentamente melhorar os valores cívicos das populações mais jovens. E este esforço deve contar com a colaboração séria da Comunicação Social, principalmente, da televisão.
Um abraço
AJS
Caro João Soares
Casos destes são de lamentar e no entanto parece que a Comunicação Social faz deles a sua forma de se promover cada vez mais.
São normalmente as grandes desgraças que fazem as manchetes das primeiras páginas e que mais vende.
Os valores morais hoje parece que desapareceram. É por isso que de vez em quando gosto de passar os olhos lá por trás.
Agradeço-lhe a sua amável vista e o seu comentário no Gentes e Frentes.
Espero vê-lo por lá muitas mais vezes.
Um abraço
José Soares
Meu caro João Soares
Como por certo verificará assinei José Soares onde teria querido assinar José Gonçalves, muito provávelmente por lhe estar a responder e por simpatia para com o seu nome.
As minhas desculpas.
Um abraço
José Gonçalves
Caro João Soares,
São sempre de grande utilidade as chamadas de atenção para os excessos de alguma comunicação social.
É que, a ânsia de audiências e vendas é tão grande que acabam por fechar os olhos ao trabalho nocivo que fazem com as nossas crianças e jovens.
Mas, não é só a comunicação social a responsável, como é óbvio.
Ainda há bem pouco tempo, numa campanha eleitoral para o Conselho Executivo de uma Escola, onde sou presidente de associação de pais, os jovens tomaram como exemplo as palavras/impropérios muitas vezes vociferados por um tal madeirense que dá pelo nome de Alberto João.
Assim vai o nosso país.
É, pois, importante que façamos o que estiver ao nosso alcance para melhor formar os nossas crianças e jovens.
Maria Faia
Caro Joao Soares,
voltei, pois queria dizer-lhe o que bem sabe...
Quando escrevemos um artigo e enviamos para opinião aos jornais, sabe que se for a dizer bem de alguma coisa dificilmente vê os olhos dos leitores, mas se for a descascar aí sim...pegam logo!Mesmo assim escolhem em quem se descasca...
Por isso, parei por momentos de enviar textos aos referidos .
Quero no entanto dizer que já tive a opurtunidade de ter textos completos, numa página inteira, por diversas vezes a dizer BEM!
Mas só num jornal!
Abraços
Mário Relvas
Sugiro-lhe aleitura de um blog que é retrato de quem o escreve. Um GRANDE POETA!
Veja o "POEMA" que lá está...
http://soverdades.blogspot.com
Recebido por e-mail, em virtude de ter havido dificuldade na postagem
Meu amigo
Os acontecimentos que nos chegam ao conhecimento são extremamente preocupantes.
Para agravar tais acontecimentos ainda se explora de uma forma exagerada todas estas situações.
Se por um lado precisamos de ser informados, por outros, passaríamos bem sem a exploração mórbida dos mesmos acontecimentos que só servem para aquecer ânimos e ensinar aqueles que já têm tendências para fazer o mal, que aquilo que engendram é possível de se concretizar com relativa facilidade.
Necessário é modificar os valores seguidos e, em muitos casos, voltar às origens, pois entretanto, perdeu-se o rumo.
Beijo com amizade
Alexandra Caracol
COMENTÁRIO: Agradeço a sua gentileza. O problema é gravíssimo pelo que representa da feição actual da humanidade e da sua falta de valores. A demsiada publicidade alicia outros psicologicamente desequilibrados optarem por esta via tão visível. Nenhum jovem teria a «sorte» de fazer um vídeo que seria visto em todo o mundo, como agora aconteceu! Este psicótico acabou por ser um herói, um vencedor, quer no número de vítimas quer na sua projecção mundial. Isto é grave e devia fazer pensar os responsáveis pela Comunicação Social. As pessoas sensatas do mundo devem elevar a voz contra estas posições da Comunicação Social, que age como abutres perante cadáveres.
Cara Alexandra estamos do mesmo lado, mil beijinhos
João
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