quinta-feira, 19 de julho de 2007

Defensores da Ota estão activos

O post colocado em Do Mirante no Domingo, 27 de Maio de 2007, com o título Ota. Porque ter medo de esclarecer? tem neste momento 17 comentários, incluindo as minhas respostas aos visitantes.

Passados 51 dias depois da sua colocação, surgiu este comentário de um anónimo que aqui transcrevo seguido da minha resposta dada de imediato e dos comentários que julgo apropriados.

Anónimo disse... Afinal ainda não compreendi porque é que quase todos estes escribas estão contra o novo aeroporto na Ota, será que trabalham para a Sonae? tem interesses em Troia? ou na Comporta turismos?
Será que sabem algo sobre aeroportos? ou tráfego aéreo? ou será só vontade de dizer mal porque está na moda? argumentos não li nenhum, tratar-se-á de intelectuais de caneta?...

A. João Soares disse...O que falta é argumentos para defender o projecto que se vai implementar, seja na Ota ou em qualquer outro lugar. O sr «Anónimo» sabe explicar-nos as vantagens da Ota? Se sabe, porque não nos explica? De que tem medo para se ocultar no anonimato? Aqueles que apelida de «escribas» não tiveram esse medo.Ficamos à espera que nos explique, de cara destapada, as virtudes da Ota para Novo Aeroporto de Lisboa.

É curioso que o anónimo é adepto da localização do NAL (novo aeroporto de Lisboa) na Ota, mas, como vem sendo costume dos defensores desta solução, não apresenta qualquer argumento da sua opção, limitando-se a atirar com poeira para cima dos que defendem a localização a Sul do Tejo. É uma «defesa» do estilo da do ministro Mário Lino (a Sul do Tejo é deserto) e do Dr. Almeida Santos (a possibilidade de os terroristas destruírem as pontes sobre o Tejo).

E quem será este anónimo? Porque lhe interessa tanto a localização na Ota?
Pode tratar-se de uma de várias hipóteses:
- pode ser um dos proprietários recentes que, tendo sabido da construção do aeroporto, comprou o máximo de terrenos para os vir a vender por um preço éne vezes superior ao da compra (neste caso pode ser alguém ligado ao Poder, como aqueles que compraram os terrenos do Alentejo onde ia passar a auto-estrada para o Algarve); - pode ser também um empresário da região do Oeste que seria beneficiado com um aeroporto perto de casa;
- também pode ser alguém ligado a empresas da construção civil porque estas estão sumamente interessadas na Ota porque aí os trabalhos são mais complexos, demorados e caros e a facturação será para eles mais interessante;
- este argumento da facturação torna a Ota mais interessante também para os políticos porque a «comissão» dos contratos será maior;
- e há a acrescentar aqueles que já se expressaram publicamente a favor e que agora, para não darem o braço a torcer, continuarão a teimar nela.

E, vistas estas hipóteses gerais em que o anónimo pode estar situado, e a sua incapacidade em citar um único argumento em sua defesa, conclui-se que pode haver muita gente com poder de influência interessada na defesa da solução Ota, mesmo sem saber indicar uma razão convincente.

Há pois que contar que eles não desarmam na teimosia arrogante, mesmo sem explicarem nada. Por mim, estou aberto a qualquer explicação lógica e convincente, mas não apoio uma decisão que apenas use o argumento «porque sim», como tem vindo a acontecer.

2 comentários:

Anónimo disse...

Afirmei no meu blog e reafirmo, estou-me burrifando para aeroportos e essas tretas, pois acho o que move essa gentelha são interesses privados encostados ao grande capital. Façam os aeroportos que quizerem (podem fazer um no meu quintal) mas antes, acabem com os 500 mil desempregados, os 2 milhões de pobres, o trabalho infantil, os recibos verdes, o trabalho precário e com os parasitas que vejetam e comem à nossa custa.

A. João Soares disse...

Caro Dias,
Compreendo perfeitamente a sua opinião. É uma questão de prioridades, coisa que os políticos ignoram. Para eles só é prioritário aquilo que interessar ao seu clã.
E têm a lata de aprovar leis com voto contrário de todos os paridos da oposição. Será que os deputados destes são todos anormais e só os do PS são inteligentes? Será que querem que essas leis sejam eliminadas quando houver mudança de governo? O Portugal não é de todos e para sempre? A lei não seria mais credível se tivesse em atenção algumas observações dos ouros partidos? O consenso não será mais democrático do que a teimosia arrogante dos senhores únicos da verdade em bom estilo ditatorial?
Não podemos nem devemos ficar indiferentes a estas bizarrias. Ao escrever isto estou a pensar nas alterações introduzidas no novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e à Lei Orgânica da GNR.
O PS, pelo facto de ter a maioria absoluta, actua como quer, desprezando a existência dos outros partidos. Bem fazem os eleitores estando-se marimbando para todos eles, e votarem em independentes como aconteceu nas intercalares de Lisboa e nas autárquicas de Oeiras, Gondomar e Felgueiras.
Parece que tanto os partidos como os políticos só servem para se governar e não para governar o País. Tem o amigo Dias quando se refere aos «parasitas que vegetam e comem à nossa custa».
Abraço