quinta-feira, 5 de julho de 2007

O ciclo vicioso dos partidos

Na realidade, o objectivo dos partidos políticos é a conquista o poder. Para quê? Para poderem nomear pessoas, isto é, os familiares e amigos dos companheiros de clã. Para quê? Para que estes, em prova de gratidão pelo bom emprego, contribuam, por todos os meios para a manutenção do poder «ad eternum».

Isto não é exagero nem má língua. Além de ser deduzido da observação dos acontecimentos frequentemente noticiados, foi agora dito, como noticia o JN, pelo Sr. deputado Vítor Baptista que «Ganhámos as eleições para nomear pessoas» e que as substituições «são normais, tendo em conta os resultados eleitorais». O PS, com maioria, «é um glutão dos lugares da Administração Pública». Isto vinha a propósito das demissões dos directores do centro de saúde de Vieira do Minho e do Hospital de S. João da Madeira.

Também, há pouco tempo, quando foi muito falado o número excessivo de assessores da Câmara Municipal de Lisboa (CML), uma vereadora em entrevista à comunicação social disse, com toda a franqueza, que as nomeações são feitas por critério de «confiança política» e não propriamente de «competência técnica».

Somos assim tentados a crer que os políticos governam para os interesses pessoais e dos amigos e não prioritariamente para o País, isto é, não se preocupam grandemente em melhorar as condições de vida dos portugueses contribuintes. Parece que é verdade não haver na política, vergonha, ética, moralidade, nem sequer bom senso, e muito menos amor e dedicação ao País. É espantosa a facilidade com que alguns políticos deixam cair a máscara da democracia, mal afivelada, por serem maus actores e por terem no íntimo da sua ambição as molas impulsionadoras do autoritarismo oligárquico.

7 comentários:

Anónimo disse...

Mas só agora é que descobriram?

A. João Soares disse...

Mesmo agora, isto continua muito obscurecido pela campanha subtil de embrutecimento das mentes, à custa das novelas, futebol e disputas de menor interesse. Há que repetir as verdades a fim de serem vistas com clareza. O que é dito no post não se aplica apenas ao partido actualmente no Poder. É uma característica muito generalizada, infelizmente.
Sugiro a leitura dos comentários em Do Miradouro post igual.
Abraço

Naty disse...

Olá obrigada pelas bonitas palavras, os textos que publico na voz do povo vão deixar de ser publicadaos, pois estou a criar uma página de textos agregada ao meu blog.Por diversas razões pretendo desvincular-me de tudo que diz respeito ao sr Victor Simoes depois envio-lhe o endereço.
bjs naty

As Aparências Enganam disse...

Puxa! E eu pensei q isso fosse coisa de país subdesenvolvido q nem o meu... rsrs... ocorre-me agora o drama do protagonista de "As Aves", de Aristófanes, que não encontra uma só cidade q preste... rsrs... Obrigado pela visita ao Voyeur! Vim agradecer o comentário e oferecer minha amizade. Seja sempre bem-vindo em minha casa. Um ótimo final de semana para vc!

A. João Soares disse...

Caro Fábio,
Seja sempre bem vindo. Cá no nosso beco, é assim como eles próprios confessam e quanto a terceiro mundo, já há quem diga que estamos no quinto. Não existe? Mas os portugueses estão a inaugurá-lo, com muita arrogância e autoritarismo!
Um abraço

Anónimo disse...

Quem ganha as eleições é para GOVERNAR e bem!

Escolher pessoas para complementar o governo deve ser feita por CONCURSO PÚBLICO devidamente publicitado.

A competência deve ser sinónimo de liberdade e de crescimento de Portugal.
É claro que os directores gerais são nomeados com confiança política, o que gera uma espiral de mais do mesmo!

Os DG que são competentes para o País não deviam ser retirados só porque pertencem a outro partido, ou porque apenas foram nomeados por outros!

Abraço
MR

A. João Soares disse...

Esse absurdo de que governar é nomear pessoas de «confiança» para lugares de responsabilidade, é uma fonte de incapacidade da máquina administrativa pública. Assim, Portugal cada vez se afastará mais da linha da frente dos seus parceiros europeus. Esses cargos deviam ser por concurso público a que poderiam concorrer todos os funcionários de acordo com as condições definidas para o caso concreto, em que a experiência, a competência, o currículo, seriam a base de selecção, independentemente da cor política.
Abraço