Luís Filipe Menezes está de parabéns, porque atingiu o seu objectivo de ser líder do seu partido. Porém, não há a certeza de que o partido e o país também mereçam ser felicitados.
Tal como no atletismo, os vencedores das corridas devem ser os mais capazes, os mais rápidos a chegar à meta e não aqueles que passam rasteiras aos competidores para estes se atrasarem, também na política devia haver a preocupação desportiva de mostrar aos eleitores a sua capacidade de aplicar estratégias, mais eficientes para desenvolver o País e granjear melhores condições de vida à população, através do ensino, da saúde, da justiça, do apoio a idosos, etc.
Mas a política não tem a lisura do desporto saudável e viril, utilizando, pelo contrário, a rasteira, a cilada, a traição, a calúnia, com uma frequência indesejável. Porém o País não beneficia com golpes baixos que acabam por trocar incompetentes por outros mais ou menos iguais. O País precisa, sim, de inovação, de formulação de novos caminhos para atingir os objectivos atrás referidos. E essas novas directrizes não se estabelecem com os pés assentes na miséria da guerrilha partidária, mas com a cabeça à altura dos valores éticos e sociais equipados com os melhores princípios morais da verdadeira democracia.
Não interessa que, em 2009, o vencedor nos traga mais do mesmo, como tem acontecido nas últimas décadas. É indispensável que a oposição, isto é, a capacidade de alternância democrática, seja inovadora, preparando as medidas necessárias para as circunstâncias previsíveis do futuro, ou mesmo para a preparação de um futuro diferente do presente. Nada adianta, como outros já fizeram, repetir citações de Sá Carneiro, que esteve correcto numa data já distante, muito diferente da hodierna. A actual oposição tem de criar um corpo de doutrina que lhe permita, no futuro, poder governar de forma coerente e eficiente e, antes, como oposição, ter capacidade para controlar o Governo e dialogar com ele no sentido de evitar que este cometa erros prejudiciais ao País e de decidir de forma correcta com vista a um País (população) melhor. Em vez e demolir os governantes com activa guerra psicológica, deve colaborar construtivamente no sentido do máximo benefício para os cidadãos. Estes acabarão por demonstrar a sua gratidão quando forem às urnas. As pessoas não são tão estúpidas e distraídas como os políticos querem fazer crer, nos seus discursos egocêntricos.
A Decisão do TEDH (399)
Há 47 minutos
15 comentários:
POis é, parece que agora o nosso amigo Menezes precisa de ajuda.
Eu tive o cuidado de lhe deixar 5 dicas no meu blog, queiram comentar se puderem...
Obrigado
Mas a definição de política não é passar rasteiras e montar ciladas? Infelizmente
Caro Desenrascado,
Gosto das suas cinco dicas, principalmente da última que é a mais difícil de ser posta em prática, no sistema em que vivemos.
Abraço
Caro RB,
Diz bem. Infelizmente. E o povo que se lixe! O povo é para os políticos o mesmo que a relva dos estádios é para os jogadores de futebol. É para pisar. Pagam nem piam!
Abraço
Ora aí está uma abordagem muito realista do que deve ser um governante em Portugal!
Pena é que se continue à espera do D. Sebastião, e este não merece a admiração que por ele temos!
Será caso para dizer, as moscas mudam, a m..... é a mesma!
Pois enquanto existir bipolarismo partidário em Portugal, estamos mal!
Um abraço,
Magno.
Caro Magno,
O ideal poderá ser parecido com a ideia expressa no post, mas a realidade é que as pessoas não têm estrutura moral capaz de lhes dar resistência à tentação da rasteira, da traição com ista a interesses imediatos para si ou para o partido.
Esperando por milagres, nunca se resolve nada, com ou sem D. Sebastião.
Quanto ao regime bipartidário, deverá ser completado com pelo menos um partido mais pequeno por forma a formar governo por um ou por outro, de preferência com a coligação com o terceiro. Mas é preciso civismo, dedicação ao País e abertura à crítica e à colaboração, conforme os temas em debate.
Abraço
Por srem interessantes, transcrevo do DESENRASCADO as
5 dicas para Luis Filipe Menezes...
No rescaldo da eleição da passada madrugada de Sábado, é chegada a hora de dar uma dica ou duas ao novo líder do PSD, o Dr. Luís Filipe Menezes, caso ele queira mesmo ser Primeiro-Ministro cá do burgo. Estas são as 5 dicas mais importantes e que devem estar, junto da mesinha de cabeceira, no gravador de mensagens do novo líder do PSD:
1. Não se disperse – O primeiro conselho só poderá ser o de focar as suas energias nos temas principais que afectam o quotidiano da sociedade portuguesa. Dica: desemprego e novas tecnologias devem ser a aposta, para ganhar é preciso ser bom no terreno do adversário…
2. A campanha acabou - Esqueça os tiques de campanha porque esta já está. Para além do mais, não ganho nada ainda, a verdadeira vitória está para vir (possivelmente!)
3. Aproveite a experiência – O facto de ter sido autarca todos estes anos só poderá ser uma vantagem. Coloque esta experiência ao serviço de boas ideias.
4. Apresente uma ideia – Por falar em ideias, apresente um nova (e boa, pelo amor de Deus!), não viva ao sabor do momento, crie uma agenda, mas não se estique. Seja eficaz, mas conciso.
5. Seja diferente –Não caia no corriqueiro, afinal de contas, quer ser mais um ou quer ser o tal? Dica: Quando o executivo tiver apresentado um bom resultado ou uma proposta interessante (está preparado? isto pode parecer estranho, mas…) ELOGIE, mas elogie mesmo. Cá entre nós, estamos todos fartos do bota a baixo permanente, queremos mais ideias.
Abraços
Não acredito em nenhum deles!
Já nem acredito em Portugal. Nem em D. Sebastião.
A democracia comeu e foi comida pelos políticos.
Quem acredita hoje nos políticos?
QUEM?
A não ser que queira lá meter o mão!
Mas isto vai dar o peido. Com fartura!!
Não é só aqui!
A propósito, o Aromas de Portugal vai explodir...
saudações
Oh Amigo Mário Relvas,
Não acredito no que os meus olhos me dizem que aqui fica escrito. Que grande abalo sísmico aconteceu aí!!!
Os países têm que ser governados. Em qualquer organização, é costume haver hierarquia e um responsável pelas principais decisões, quando não possam ser tomadas por unanimidade, em conversa familiar. Os políticos são necessários e é preferível que actuem por processos democráticos, isto é, traduzindo a vontade do povo soberano.
Os procedimentos dos políticos não têm sido os melhores do ponto de vista ético, cá e lá fora. mas há países onde eles são apertadamente controlados pela opinião pública e pelas oposições, evitando-se dessa forma erros e abusos do poder.
Cada sociedade é espelhada nos seus representantes, quanto a virtudes e defeitos. Há, por isso, que desenvolver um esforço permanente e perseverante para melhorar o culto pelas virtudes morais. E o AROMAS DE PORTUGAL tem feito um trabalho notável nesse sentido. Será conveniente que continue embora se saiba que os resultados não serão visíveis curto prazo. Mas «água mole em pedra dura tanto bate até que fura». Continue, sem pressas, mas sem parar.
Abraço
Não acredito neste senhor nem um pouquinho só. tenho visto muito jogo rasteiro, muita ambição desmedida nos olhos, demasiado populismo, muita demagógica fanfarronice, faz-me lembrar - sempre que o vejo ou ouço - um Sócrates vestido de laranja.
Da forma que as coisas vão no seu Partido, era óbvio que iria vencer.
Mas atenção ao contra-ataque dos Cavaco's boys & girls, lá para 2009!
Cumprimentos.
Caro J.G.
Não tenho confiança em políticos. Não lhes compraria um carro usado. O post dá uns conselhos a LFM como se ele fosse uma criança a quem foi entregue um brinquedo complicado.
As oposições internas no PSD parece que já estão a levantar cabelo.
O certo é que nas actuais circunstâncias o País precisa de uma oposição capaz e receio bem que isso não seja concretizado.
Um abraço
Tem razão, meu caro João Soares. O ideal seria que as oposições deixassem de ser máquinas de trucidar governos, com o único fito de ganhar o poder. Mas tal propósito é um tanto utópico. Já basta a gabarolice despodurada e desmedida do senhor Pinto de Sousa para enaltecer a acção governativa. Qualquer elogio da oposição ao Governo acaba por ser um suicídio político. Ninguém o tem feito, por razões óbvias.
Quanto ao LFM, actual Presidente do PSD, nunca me encheu as medidas. Mas a reacção do PS (com Mário Soares à cabeça), mostra que este partido está com medo. O que pode significar que LFM não será tão mau como eu pensava...
Tem razão. O LFM poderá não ter uma estratégia coerente e sólida para vir a governar Portugal, mas no sistema político vigente de ganhar a corrida pregando rasteiras aos corredores rivais, o Governo poderá ter medo da frontalidade dele.
No caso, é importante que haja perspicácia para acompanhar a actividade governamental, para criticar tudo o que estiver mal e, assim, procurar evitar que o País continue a caminho da ruína. E não lhe faltarão motivos para a luta. Em democracia, por definição, deve haver um contra-poder, que deve ser exercido pela AR, a qual tem por função controlar as acções do Governo. Ora, como a AR está nas mãos do Governo, há que criticar c´fora, no meio do povo, pelos políticos da oposição, pela comunicação social que tenha coragem (o que não é frequente) e pelos populares que tenham aceso à Internet. É um dever de cidadania evitar que continuem a estragar a vida dos portugueses.
Embora procure ser apartidário e isento, não posso esconder alguma admiração pelo Louçã que faz um trabalho necessário de abanar a árvore para cair a fruta podre, só sendo pena ter alguns exageros que podem assustar as pessoas com receio de que parta a árvore!
Para o País seria conveniente que o PSD fosse alcandorado à altura do PS para manter a possibilidade da alternância.
Abraço
Vivemos tempos muito complicados.
A lisura já nem no desporto existe.
Não no chamado "desporto-rei", pelo menos.
Não creio que LFM venha trazer alguma coisa positiva à triste realidade dum partido que já foi o mais forte deste país.
Dizer e desdizer, atirar para o lado que mais convém, não me parecem ser grandes qualidades.
Tem demasiados telhados de vidro para conseguir fazer um bom lugar.
E quem sabe se eu me engano e o homem ainda vem a ser uma revelação...
Um abraço
Portugal precisa de alterar o estilo de fazer política que tem sido centrado na confrontação entre partidos sem pensar seriamente na melhoria das condições de vida da população.
Devia centrar-se neste objectivo sócio-económico com beneficio para os Portugueses em geral e não apenas dos políticos. Para isso, a oposição deve ser um fiscal, um controlador do governo a fim de evitar que ele abuse do poder e cometa erros graves. Ma, como todos têm telhados de vidro, conluiam-se e abafam os erros mais graves do outro par que ele depois retribua de igual forma.
O povo é para eles o que a relva é para os jogadores de futebol: é pisado sem contemplação.
Um abraço
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