Ao saber da decisão do Governo de não adoptar a ratificação por referendo popular e de a fazer pelo Parlamento, sinto que os meus argumentos ao referir-me ao tema em nota no post de 14 de Dezembro não eram descabidos nem desprovidos de lógica pragmática.
Porém, fiquei a lamentar a posição desagradável em que o primeiro-ministro ficou ao proceder de forma oposta ao que tinha prometido em campanha eleitoral. Tinha que apresentar justificação, mas esta não passou de uma obrigação protocolar, política, que poucos aceitaram intimamente. Também não lhe era oportuno confessar que recebeu muitas pressões dos seus pares europeus.
É mais uma lição de que mais vale a humildade de guardar a publicidade para depois da obra concluída do que prometer e criar expectativas que não serão esquecidas e criam situação indesejável quando goradas. De promessas está o inferno cheio e é grande o monte de cacos e ruínas de políticos que mentiram!
Além das promessas de criar emprego e de não aumentar impostos, veio agora esta aumentar o rol das falsas ilusões criadas aos eleitores que, levados por ideias fantasiosas, foram atrás de uma solução que criou uma maioria absoluta que, como tudo o que é absoluto, não é salutar.
E devido a esta desilusão em relação ao que tinha sido prometido, é que, muita gente critica a decisão sobre a ratificação do tratado, sem sequer pensar qual seria o valor acrescentado por um referendo em relação aos custos, de vária ordem, que ele acarretaria.
Por isso, se acho que a decisão foi a mais sensata, lamento que o primeiro-ministro tivesse feito uma promessa que acabou por não cumprir.
A Decisão do TEDH (396)
Há 4 minutos
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