Duas notícias de hoje criaram em mim uma sensação muito agradável e restauraram o orgulho de ter nascido neste rectângulo.
Muito se lê e se escreve, com pessimismo, acerca do futuro do País, e, quando escrevo, procuro sempre deixar uma ponta de esperança na juventude, alimentando a convicção de que nos mais jovens, nas actuais crianças, há-de, sem dúvida, aparecer um punhado de pessoas sensatas e bem dotadas de capacidades intelectuais e éticas que lhes permitam restaurar o prestígio de Portugal no Mundo e a felicidade dos cidadãos que terão melhores condições de vida do que actualmente.
Dois jovens portugueses, foram galardoados com prémios internacionais que os honram e lhes abrem novas perspectivas de carreira. Eles mostram que o culto da excelência, não morreu e nem tudo se mede por critérios de mediocridade. O exemplo destes jovens merece ser apontado como objectivo para os nossos estudantes, cada um naquilo para que se sentir mais vocacionado, e merece ser também bem meditado pelos responsáveis pelo ensino e pelas ciências, a fim de darem o apoio mais adequado a quem demonstrar qualidades mais positivas.
No DN vem uma entrevista com Henrique V. Fernandes, investigador do Instituto de Medicina Molecular que é o único investigador português a receber uma bolsa no valor de 1,9 milhões de euros do European Research Council. Reconhece que se torna indispensável criar condições para o regresso dos investigadores que se encontram no estrangeiro, onde se formaram, e que é necessário criar massa crítica para uma melhor competitividade com os cientistas estrangeiros. Agora houve um premiado português entre 200 europeus e é desejável que passem a ser mais. São indispensáveis apoios e estímulos para os estudiosos se formarem e ficarem por cá a desenvolver projectos válidos.
Outra notícia, no Público e no JN, refere-se ao prémio concedido pela UNESCO, relativo às celebrações do Ano Internacional do Planeta Terra, que se comemora em 2008, a Diana Carvalho, de apenas 20 anos, aluna finalista do curso de Comunicação e Multimédia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real. O galardão vai ser recebido nos próximos dias 12 e 13 na sede da UNESCO, em Paris.
A jovem vila-realense foi a vencedora portuguesa deste prémio tendo concorrido com um filme com a duração de três minutos, elaborado com desenhos, programas de edição e filmagens reais em locais como o Douro e as «Fisgas de Ermelo" na Serra do Marão. Com a parte inicial deste trabalho, constituída por desenhos a preto e branco, pretende "alertar para a poluição e a sujidade", enquanto na segunda parte, as imagens "são reais e de cores vivas e fortes do Douro e de Ermelo".
Porém, em contrapartida ao optimismo gerado por estas notícias, surge uma outra no Público que traz por título « Só 12 titulares de cargos públicos pediram segredo de dados ao TC». Enoja-me o SÓ! Penso que 12 já é um número muito exagerado. Realmente, bastava apenas um para nos sentirmos repugnados com os políticos que temos. É pena que esses «só» 12 não vissem os seus dados devidamente investigados e fossem condenados pelas falcatruas que não queriam ver publicadas. Talvez o jornal, ao colocar o «SÓ», queira dizer que há muitos mais que estão em iguais condições mas não tiveram a ousadia de manifestar o seu pecado fazendo igual pedido ao TC. Falta de ousadia ou falta de consciência da sua situação irregular e marginal, no tocante à ética geral (para não falar na ética democrática, muito mais restrita)?
Parabéns aos dois jovens, Diana e Henrique, galardoados e pesar aos políticos que receiam ver publicadas as suas declarações de rendimentos e à justiça que não investigou e condenou as suas fraudes que estiveram na origem do pedido de ocultação.
Sexta-feira na Rua do Benformoso em Lisboa
Há 3 horas
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