terça-feira, 25 de março de 2008

Títulos da imprensa. Propaganda ou rasteiras?

Há títulos de artigos de jornais que, por serem tão chocantes podem causar asco por serem tomados por propaganda insensata ou constituírem rasteiras ao Poder por se prestarem a futuras comparações entre o prometido e o realizado.

Hoje lê-se no DN que «Portugal vai baixar em 30% novos casos de tuberculose», o que de repente parece ser um desse títulos, pois hoje, devido a factores variados nos últimos anos, o País destaca-se por ter os números mais elevados na Europa.

Depois lê-se o artigo e conclui-se que se trata de um objectivo a procurar atingir em três anos, a fim de Portugal igualar a taxa europeia de incidência da tuberculose, passando dos actuais 25,7 para 18 casos por cem mil habitantes, segundo anunciou ontem a Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Para atingir este objectivo prioritário, o Plano Nacional de Tuberculose procederá à detecção de, pelo menos, 70% dos casos e destes a cura de 85% ou mais, ao final de um ano, de forma a consolidar a diminuição de casos e conter o fenómeno da multirresistência.

Segundo a ministra da Saúde, Ana Jorge, esta meta tem que assentar "na importância do trabalho dos profissionais, o cumprimento das terapêuticas, especialmente para reduzir a forma multirresistente da doença e cumprir as boas práticas", o que devido aos comportamentos da sociedade e à complexidade do fenómeno, torna difícil a aquisição do objectivo. Tem de haver persistência na acção dos profissionais e no esclarecimento dos cuidados a ter pela população.

Embora a curva dos números de tuberculose esteja a diminuir - 14% de 2006 para 2007 -, Ana Jorge garantiu que a "acção não pode abrandar", recordando que a forma multirresistente da doença tem uma "expressão muito elevada", sobretudo na área metropolitana de Lisboa.

A governante sublinhou a importância de um acompanhamento de proximidade, de forma a tentar que os doentes tomem os medicamentos de forma directa e presencial., quando for esta a única forma de combate à doença. É preciso ter êxito nestas tarefas em trabalho de equipa de profissionais e das comunidades" por se tratar de uma doença que é "sempre um risco para a comunidade por ser contagiosa".

As acções abrangem actos adequados para tratar os pacientes, rastrear as pessoas que com eles convivem e para apoio domiciliário, sem descurar o acompanhamento de populações mais vulneráveis, e dos imigrantes".

Depois desta explicação (mais pormenorizada na notícia) conclui-se que ninguém garante que se atinja o objectivo, como o título leva a crer, mas que tudo vai ser feito nesse sentido, podendo até, se houver êxito, ser ultrapassado.

2 comentários:

Maria Clarinda disse...

� a maneira de se manter um povo iludido...a j�+a velha jogadela de areia nos n/olhos...
Adorei andar pelo teu blog. Voltarei certamente sempre que puder.

A. João Soares disse...

Maria Clarinda,
Ainda bem que gostaste. Espero mais visitas e comentários. Visitei o Sombras de mim e gostei, já o tendo colocado em favoritos.
Beijos
A. João Soares