A cerimónias do dia de Portugal este ano irão realizar-se em Viana do Castelo, no Campo d'Agonia, espaço recentemente intervencionado pelo Programa Polis. O Campo d’Agonia irá receber a principal parada das comemorações do dia de Portugal, que contará com a presença de 3000 militares e dezenas de viaturas tácticas e de combate, que ali estacionarão e desfilarão.
Como não foi considerado adequado fazer tal parada em terreno pelado, cerca de 20 militares do Regimento de Engenharia de Espinho começaram esta semana a montar um relvado com uma área de 9000 metros quadrados (equivalente a um rectângulo de 100 por 90 metros)
Esta operação de colocação de relva, consta de compra das pranchas de relva em Almeirim, o seu transporte para Viana do Castelo, utilização de máquinas para carga, descarga e colocação no terreno, sistema de rega, transporte do pessoal desde Espinho, com o apoio logístico inerente à sua estada no local durante mais de três semanas e a colaboração da equipa de jardinagem da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
A notícia do DN não refere os custos de toda a operação, mas como o País vive desafogado, não há qualquer hesitação em ostentar a riqueza própria de tempo de vacas gordas.
Se fosse uma obra necessária para ali ficar um espaço lindamente ajardinado, não haveria que levantar grande reparo à oferta à Câmara Municipal de Viana do Castelo desta melhoria urbanística. Mas há grandes dúvidas que, após as manobras e desfile de viaturas militares tácticas e de combate, aquela relva recentemente colocada e ainda não consolidada fique em condições de recuperar o seu aspecto sem ter de ser levantada, alisado o terreno e voltada a ser colocada e substituída a mais danificada.
E, por mais que se faça, nunca poderá ser mostrado um arsenal que amedronte qualquer outro Estado do terceiro mundo. Enfim mania das grandezas, da ostentação, de quem nem tem para mandar cantar um cego.
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Há 4 horas
2 comentários:
João
Acho que o 10 de Junho deve ser comemorado. Com tanta pompa? Talvez, apesar das dificuldades. Afinal é o dia de Portugal, de Camões e das comunidades de Língua Portuguesa. Acho que o mal não vem daí... outras coisas, sim deveriam ser "encurtadas" como os salários chorudos dos políticos e dos gestores.
Bom fim-de-semana
Abraço
Amaral,
Apesar de o País estar neste estado de penúria, o dia de Portugal deve ser festejado com dignidade, embora sem demasiada pompa.
À medida que o mundo está a tentar ser menos violento e mais pacifista, parece que as celebrações nacionais deviam ser mais assentes nas capacidades do povo e menos nas forças militares. Estas servem para mostrar força ao estrangeiro, mas no momento presente, isso não faz sentido e não é coerente com a redução com que o governo as encara.
Um abraço
João
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