sábado, 3 de maio de 2008

O custo de vida dos portugueses

No JN de hoje com o título «Custo de Vida» , O chefe de redacção, Rafael Barbosa, apresenta várias facetas da problemática da abertura dos hipermercados aos domingos. Como em todos os casos semelhantes, aparecem argumentos, só para não ficar calados, que fazem temer pela acentuada e preocupante decadência intelectual dos portugueses, para não duvidar da falta de seriedade e honestidade dos opinantes .

E, com essas tricas do alecrim e da manjerona, desviam-se as atenções do grave problema do aumento dos preços, sobre o que a União Europeia alertou para a escalada do preço dos alimentos, nos meses que aí vêm, que pode rondar os 39%.

Também, nesta semana o preço dos combustíveis voltou a subir, custando hoje o atesto do depósito de 50 litros mais 13 euros do que há um ano.

Além disso, que já não é pouco, as taxas de juro do crédito à habitação voltaram a subir, o que faz com que se pague, hoje, mais 50% do que se pagava há três anos.

É um panorama aterrador, quando se pensa que muita gente vive com dificuldade com o salário que aufere e que, por isso, qualquer pequeno aumento transforma-se numa tragédia. E pelos números referidos não se trata de ninharias, sendo aumentos muito substanciais.

E isto é mais grave se atentarmos no magro valor do salário mínimo nacional, pois, se consultarmos os dados estatísticos actuais da Fundação Hans Böckler (referidos em www.portugalnoticias.com) verificamos que entre Portugal, a Irlanda e a Grécia, há poucos anos em situação semelhante na cauda da Europa Ocidental, estão hoje com uma situação muito diferente. A Irlanda tem um salário mínimo cerca de 3,6 vezes o do nosso País e o da Grécia é cerca de 1,6 vezes superior ao nosso. E ninguém cura de saber o método que os conduziu a esse grau de sucesso e de o aplicar ao nosso caso, devidamente adaptado.

Isto dá que pensar. Que população é a portuguesa? Que têm feito o políticos para, através do ensino, melhorarem a sensatez do nosso povo? Que directivas ou legislação têm sido difundidas para tornar a economia mais produtiva e capaz de melhorar as condições de vida?
Que estímulos têm sido atribuídos aos que mais contribuem para o enriquecimento do País com melhoria da vida dos mais carenciados? Muito pode deve ser reflectido sobre este tema.

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