sexta-feira, 30 de maio de 2008

Pobreza e injustiça social

Saíram notícias de um relatório estrangeiro que coloca Portugal em muito má posição entre os parceiros da União Europeia no que se refere ao desenvolvimento da riqueza nacional e à sua distribuição desequilibrada, aprofundando e alargando o fosso entre ricos e pobres, numa crise de grave injustiça social.

Ontem na AR a oposição frisou isso ao PM o qual, de forma habilidosa, respondeu que o tal relatório se refere a 2004, época do anterior Governo. Só que o seu interlocutor não teve a presença de espírito de dizer que tudo indica que agora seja pior.

E é pior, como vários jornais hoje relatam, como o JN, que as casas de penhores estão a ser mais procuradas, tendo em Lisboa e Porto a procura crescido quase 50% em relação a igual período de 2007. E o que é mais sintomático é que, de acordo com responsáveis por estes estabelecimentos, as pessoas penhoram tudo ouro, prata, linhos e a própria roupa.

Os penhoristas referem que são procurados por pessoas de todas as camadas sociais e as épocas de maior procura são as de Setembro/Outubro, regresso às aulas, na época de pagamento das contribuições autárquicas e depois das festas.

O funcionamento destas casas assenta no empréstimo de dinheiro a clientes que depositam na loja determinado bem, como garantia. Este é avaliado e a quantia a emprestar depende desse valor. O objecto ficará na loja por três meses, durante os quais poderá ser recuperado. Depois desse tempo a loja pode vendê-lo.

Os responsáveis por estas lojas dizem existir o desejo de recuperar os objectos, mas são cada vez menos os que conseguem.

Isto não precisa de grandes congeminações para se concluir da pobreza, da miséria, que afecta grande parte dos portugueses, resultado da injustiça social, da má distribuição da riqueza, do grande fosso, entre os mais ricos e os mais pobres, entre os que têm fome e os que usufruem de «tachos dourados» e de «reformas milionárias».

E o que fazem os governantes para melhorarem esta situação? Qual é a política social do Governo?

3 comentários:

ANTONIO DELGADO disse...

CAro A. João soares,

é uma vergonha e uma afronta ao bom senso que o nosso 1º. ministro tenho o desplante de dizer que os dados referem-se a 2004 como tudo estivesse melhor. Só por isto se ve como ele GOZA COM OS MAIS DESFAVORECIDOS quando eles cada vez são mais: seja a engrossar as filas dos centros de emprego, seja nas casas de sopa aos pobres, como em Arroios. Outro dia passei e pelo numero que vi pensava que seria uma manifestação...só depois percebi o que era. O fosso entre os ricos e os pobres cada vez é maior e recentemente mente a EU culpou que parte desta crise se deve aos altos salários dos executivos e às indemenizações milionárias.

Um abraço fraterno e bom fim de semana.
António Delgado

A. João Soares disse...

Caro António,
Esta pobreza que ninguém pode, com dados convincentes, negar e que os governantes querem fazer ignorar, é um ESCÂNDALO, perante os proventos dos detentores de «tachos dourados» e de «reformas milionárias».
Sugiro que, quando se falar dos proventos dos tubarões, se traduzam esses valores em quantidade de salários mínimos nacionais. Dessa forma se terá mais noção de quantos anos um pobre trabalhador tem de trabalhar para ganhar tanto como eles ganham num mês!!! Nalguns casos precisariam de trabalhar milhares de anos.
É imoral e, quando o povo despertar da letargia em que é mantido, a revolta poderá ser demasiado sangrenta. O melhor seria evitá-la.

Abraço
A. João Soares

ANTONIO DELGADO disse...

CAro A. João soares,

Já vi que foi ver a artigo no meu blog. Há ainda um artigo frances sobre esta questão muito mais claro.

Um abraço
António