Mostrar mensagens com a etiqueta pobreza. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta pobreza. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 30 de março de 2015

RECEIO VER A COR DO TERROR E DO MEDO

Com a devida vénia, transcrevo o comentário de Arnaldo Medeiros Ferreira, recebido por e-mail, acerca do texto de Júlio Isidro «NÃO QUERO MORRER» sem ver a cor da liberdade:

«Lamentavelmente, no Portugal Democrático e decorridos quarenta anos depois do 25 de Abril, a qualidade e a esperança de vida não se apresenta favorável nem propícia, não só para os idosos, mas também para os jovens. Entre uns e outros, emergiu uma geração formada politicamente nas "escolas dos jotinhas" para a qual só contam os interesses pessoais e partidários e das suas clientelas políticas.

Para esta "geração politiqueira" sem sentido de Estado e sem noção dos superiores interesses nacionais, o Passado pouco vale e o Presente não tem futuro. Apenas conta o dia de hoje, com fictícias proclamações de sucesso político e económico-financeiro, por detrás do slogan de "não somos a Grécia" apesar da esmagadora e esmagada maioria dos portugueses estar vivendo, em termos estatísticos, pior do que a média dos gregos. Basta ter como referência o salário mínimo.

Segundo essas proclamações de sucesso político e de milagre económico, temos os "cofres cheios" de dívida pública crescente, apesar da severa austeridade imposta e com 20% dos portugueses vivendo abaixo do limiar da pobreza, assim como estamos com taxas de desemprego mais baixas, mas sem criar mais empregos e com aumento real de desempregados e sem diminuir a emigração de jovens e não só.

Desejaria também ver a "COR DA LIBERDADE" mas confesso que, antes, preferiria não conhecer a "COR DO TERROR E DO MEDO".»

Ler mais...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O TRABALHO DEVE DIGNIFICAR A PESSOA

Transcrição de artigo:

“A crise é mais complexa do que aquilo que se vê e se entende”
 Por Jornal i com Agência Lusa publicado em 18 Fev 2015 - 23:18

O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje que “a crise é mais complexa do que aquilo que se vê e se entende”, sublinhando que “todos têm de pensar numa reorganização geral da sociedade e do trabalho”.

Manuel Clemente falava à agência Lusa no final da missa das cinzas, que celebrou hoje ao final da tarde, tendo afirmado que “o trabalho será em outras condições, para que efetivamente, as pessoas possam andar para a frente coma sua vida e dos seus”.

O eclesiástico referiu que “há um problema demográfico”, questionando: “se as pessoas não tiverem condições para terem família, para sustentar uma família, como é que isto vai acontecer”.

Face às dificuldades atuais, o patriarca afirmou que é necessário "pensar no imediato e responder às necessidades”, e citou as organizações que estão no terreno, entre elas as da Igreja, assim como as estatais e camarárias, “onde os cristãos estão na linha da frente”.

“Mas temos que pensar mais largo, em termos nacionais e europeus, estamos muito dependentes decisões que não são tomadas aqui, para a reorganização geral da sociedade, concretamente do trabalho”, declarou.

O cardeal-patriarca questionou “como vai ser o trabalho no futuro, com esta concentração empresarial e tecnológica que tantas vezes dispensa as pessoas que dantes trabalhavam? "Há aqui um montão de interrogações”.

“O trabalho tem de ser encarado numa amplitude muito maior”, afirmou.

Manuel Clemente destacou a Doutrina Social da Igreja, que “considera essencial o trabalho pela dignificação da pessoa”.

Por outro lado, o cardeal-patriarca defendeu “a animação cristã da ordem temporal” pelos leigos, e realçou que são os “cristãos que estão na linha da frente no mundo do trabalho, das empresas, da escola, da política, [e] da saúde”

“Nós que temos este trabalho apostólico na Igreja, estamos ao lado deles para os apoiar, para os manter nesta tradição viva que vem do Evangelho”, disse.

“O cristianismo é encarnação, é Deus na carme do mundo”, disse o clérigo, para rematar: “não chegamos ao céu senão pela Terra”.

Aos jornalistas, fazendo eco do que afirmou na sua homília, que é a mensagem da Quaresma para a diocese lisboeta, o cardeal patriarca afirmou que os sinais de recuperação económica tardam a chegar, pois “há muita gente que se interroga sobre o futuro e sobre a perda de trabalho a meio da vida”.

O cardeal patriarca revelou na missa que a receita da renúncia quaresmal do ano passado foi de 300 mil euros, que foram entregues à associação não-governamental Ajuda de Berço, para a construção de uma unidade de cuidados pediátricos.

A renúncia quaresmal (entrega de donativos dos católicos no período da quaresma, os 40 dias entre o carnaval e a páscoa) deste ano destinar-se-á a apoiar associações de jovens, como a Casa do Gaiato, e de sem abrigo, como a Comunidade Vida e Paz.

Cerca de 400 pessoas, entre elas o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e os duques de Bragança, Duarte e Isabel, assistiram hoje à eucaristia, na qual participam cerca de 20 sacerdotes e os bispos auxiliares da diocese.

Imagem de arquivo

Ler mais...

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

POBREZA ENVERGONHADA

Pobreza envergonhada
Por Eugénio de Sá, em 17-10-2014, Dia Universal da Erradicação da Pobreza

Cálida tarde em caldo estio vertida
Na soleira da porta, uma velhinha
Espera pla caridade em frio trazida

Desse frio que da alma humana verte
Quando se estende a mão pra dar um nada
Mostrando no olhar o coração inerte

Esquece-se quem mais pode nesta vida
Que é dolorosa a sorte de quem pede
Porque a humilhação é tanto mais sofrida
Quando a necessidade à vista não se mede

E não se pense que não muda a sorte
Daqueles a quem a sorte bafejou
Porque certezas, só as há na morte!

Imagem de arquivo

Ler mais...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

POBREZA, RIQUEZA E «BURRICE» NAS ELEIÇÕES



Apontamentos antológicos das notícias de hoje.

«A situação verificada em 2013 repetiu-se em 2014. Num ano, Portugal viu ‘nascer’ mais 10 mil milionários no país,  ou seja, pessoas com uma riqueza líquida superior a um milhão de dólares (cerca de 790 mil euros).

Como refere o Diário Económico desta quarta-feira, o país onde cada vez mais pessoas estão no limiar da pobreza conta com quase 76 mil milionários. Os cálculos são do Credit Suisse e integram um estudo sobre a análise da distribuição da riqueza mundial.»

Artigos relacionados:

Movimento Zero Desperdício já recuperou 1,3 milhões de refeições
 10:43 - 15 de Outubro de 2014 | Por Lusa

Pobreza Ex-presidente da CAIS pretende criminalizar a pobreza
 10:53 - 15 de Outubro de 2014 | Por Lusa

Pobreza Redução de 200 mil pobres em seis anos não é fiável
07:41 - 15 de Outubro de 2014 | Por Lusa

Farinha Rodrigues Portugal vai demorar "anos" até reparar danos do atual Governo
 07:37 - 15 de Outubro de 2014 | Por Lusa

Lisboa Refood fornece quase mil refeições por dia e já prepara núcleos no país
 08:30 - 15 de Outubro de 2014 | Por Lusa

Movimento Zero Desperdício já recuperou 1,3 milhões de refeições
 10:43 - 15 de Outubro de 2014 | Por Lusa

Da leitura destas notícias e seguindo as palavras de Catroga, os eleitores devem evitar ser «burros» na decisão do destino do voto, tendo em conta as alterações ocorridas nos últimos anos. Devemos evitar rotinas e, em cada caso, cada momento, reflectir bem no problema  e com o saber dado pela experiência, decidir da maneira que nos pareça melhor, independentemente de pressões e de propagandas.

Imagem de arquivo

Ler mais...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

AUMENTAR O IVA É UMA DECISÃO GRAVE


Já há quase 4 anos em «Justiça Social» escrevi que «agravar o IVA afecta, por igual, todos os consumidores desde o mais pobre que apenas compra um pão para enganar a fome. Se tal ideia fosse aceite, aumentaria de forma trágica o fosso, já demasiado acentuado, entre os mais ricos e os mais pobres.»

Essa frase cingia-se ao facto de o IVA não respeitar escalões de rendimento dos contribuintes, como é normal na grande maioria dos impostos. Mas o que parece socialmente mais grave é que constitui uma taxa que é aplicada à totalidade dos rendimentos de um trabalhador que recebe o salário mínimo, mas apenas é aplicado a uma pequena fracção dos proventos de grandes capitalistas que não precisam de gastar a totalidade dos seus rendimentos que destinam maioritariamente a poupança investida na bolsa, cá ou no estrangeiro em paraísos fiscais.

E assim de aumenta o fosso social e depois há quem diga que a vida das pessoas não está melhor mas a do pais (políticos, ex-políticos, banqueiros e outros ricaços ?) está muito melhor, e por este andar, segundo tal conceito, continuará a estar cada vez melhor e a haver mais ricos com maiores fortunas, enquanto a fome e a miséria destrói muitas vidas.

As pessoas não devem ser esquecidas e até devem constituir a maior preocupação em cada decisão governamental ou legislativa. À contabilidade não deve ser dada a prioridade absoluta, porque ela não é o verdadeiro objectivo da governação que se destina a zelar pela qualidade de vida das pessoas, dos contribuintes, dos eleitores.

Os links seguintes referem o mesmo tema

A LÓGICA NÃO DEVE SER ATROPELADA

Grandes industriais vs justiça social

Imagem de arquivo

Ler mais...

sábado, 12 de abril de 2014

OPTIMISTA E PESSIMISTA....


O optimista é aquele que diz:

"Se isto continua assim, acabamos todos na rua a pedir esmola".

E o pessimista pergunta:

"A quem?"


Imagem de arquivo

Ler mais...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

GOVERNO BRINCA COM A POBREZA


Ler mais...

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

RECUPERAÇÃO... NOS SEM-ABRIGO


Têm surgido comentários de pessoas conceituadas, da área do Governo, como Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, Marques Mendes, Pacheco Pereira e outros a dizer que os governantes estão demasiado obcecados com as contas do défice e da dívida e não conseguem ver as realidades das condições de vida das pessoas.

Essa obsessão ansiosa conduz as palavras dos políticos ao estilo eleitoralista, pensando nos três actos eleitorais do futuro próximo. O termo mais em uso nestes dias é o da RECUPERAÇÃO já em curso, sem se demonstrar o que isso tenha representado de benefício para as pessoas. Estas interrogam-se sobre o que temos andado a fazer desde há quase 3 anos? Para que servem os sacrifícios já feitos e os que pesam como ameaça para os próximos tempos. E isto faz recordar as palavras de Poiares Maduro «compreendo que as pessoas se sentam zangadas com o Governo»

Mas as notícias, por maior que pretenda ser o seu controlo, deixam escapar aspectos da triste realidade. Apesar de se falar em recuperação, os cortes ameaçam continuar e a pobreza aumenta sendo dolorosa a «pobreza envergonhada» de pessoas que já se privaram de tudo e vegetam com todo o género de carências. Os juros da dívida não baixam dos 5%, e agora um estudo da Santa Casa da Misericórdia diz que 5% dos sem-abrigo de Lisboa são licenciados. Será isto o desenvolvimento, a recuperação, o aumento da cultura? Realmente, Augusto Mateus disse que a cultura é essencial para criar riqueza. Mas será ela indispensável nos sem-abrigo, nestas noites de agreste invernia? Será socialmente justo, estar a formar licenciados para depois terem à sua espera os passeios da cidade?

Será que aqueles que se consideram «donos do país» se sentem bem com a sua consciência e continuam a ufanar-se de que estamos em recuperação? Mesmo em campanha eleitoral, é preciso procurar ser mais franco e verdadeiro para com os desejados eleitores. Destes nem todos andam de olhos fechados.

Imagem de arquivo

Ler mais...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

TOURADAS RECEBEM 16 MILHÕES


A notícia Touradas recebem 16 milhões de euros suscita reflexão preocupada, em face à crise que nos provoca austeridade sucessivamente agravada.
 Afinal, é para estas «generosidades» que estamos sendo esmagados pelos sacrifícios que nos são impostos de forma cada vez mais rigorosa e impiedosa.
Entretanto, ao lado destes brincalhões das arenas, há crianças a passar fome e idosos a morrer de frio e de falta de apoios de saúde.
 Onde está a sensatez dos governantes?
 Que sentido de responsabilidade possuem?
 Qual o seu sentido de Estado?
 Que conhecimento têm das condições de vida dos cidadãos socialmente suburbanos?

Ler mais...

CORTES NAS PENSÕES DE REFORMA


O poema de Zélia Chamusca intitulado TROVA XVI, recebeu um comentário que por merecer reflexão se transcreve:

A Alemanha condena os cortes nas pensões de reforma, considerando-os um roubo de legítima propriedade privada, como devem se consideradas as pensões.

Cá, entre nós, o Poder rouba essa propriedade privada que para muitos pensionistas é a única possibilidade de subsistência e resulta de descontos feitos durante toda a vida activa de cerca de 40 anos, para poder reduzir o IRC sobre os rendimentos mais altos.

É, custe a quem custar, a tal condenável protecção aos reais donos do país que puxam os cordelinhos que fazem mexer as marionetes do Governo. Esta atitude é coerente com a que não cria um tecto para as pensões milionárias, sejam ou não acumuladas.

Também está sintonizada com a ausência de legislação contra a corrupção o tráfico de influências, as negociatas, a promiscuidade de interesses públicos e privados de muitos políticos em funções, o enriquecimento ilícito., etc.

Também não deixam de financiar fundações e instituições que pouco ou nenhum interesse têm para o país a não ser para os parasitas que deles vivem.

E saliente-se a dúvida: onde ficou encalhada a Reforma do Estado tão prometida no início deste Governo? Porque não prosseguiu, se é que realmente foi iniciada?

Agradecem-se esclarecimentos.

Imagem de arquivo

Ler mais...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PEPE MUJICA, PRESIDENTE DO URUGUAI


Eu não sou pobre!
Pobres são aqueles que acreditam que eu sou pobre.

Tenho poucas coisas, é certo, as mínimas, mas apenas para ser rico. Quero ter tempo para... dedicá-lo às coisas que me motivam. Se tivesse muitas coisas, teria que me ocupar de resolvê-las e não poderia fazer o que eu realmente gosto.


Essa é a verdadeira liberdade, a austeridade, o consumir pouco. Vivo numa pequena casa, para poder dedicar tempo ao que verdadeiramente aprecio. Senão, teria que ter uma empregada e já teria uma interventora dentro de casa.

Se eu tivesse muitas coisas, teria que me dedicar a cuidar delas, para que não fossem levadas... Não, com três cómodos é suficiente. Passamos a vassoura, eu e a velha, e já se acabou. Então, temos tempo para o que realmente nos entusiasma. Verdadeiramente, não somos pobres!”

José Mujica — Presidente do Uruguai


QUEM É JOSÉ MUJICA?

Conhecido como “Pepe” Mujica, o actual Presidente do Uruguai recebe USD$12.500/mês (doze mil e quinhentos dólares mensais) por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, vive com 1.250 dólares, cerca de R$2.538,00 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios.

O restante do dinheiro ele distribui entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.

“— Esse dinheiro me basta e tem que bastar, porque há outros uruguaios que vivem com menos”, diz o presidente Mujica.

Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando da companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.

Além de sua casa, seu único património é um velho Volkswagen, cor celeste, avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa.

Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky, também doa a maior parte de seus rendimentos.

A poucos quilómetros de Montevideu, já saindo do asfalto, avista-se um campo de acelgas. Mais à frente, um carro da polícia e dois guardinhas: o único sinal de que alguém importante vive na região. O morador ilustre é José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, presidente do Uruguai.

Perguntado sobre quem é esse Pepe Mujica, ele responde: “— Um velho lutador social, da década de 50, com muitas derrotas nas costas, que queria consertar o mundo e que, com o passar dos anos, ficou mais humilde, e agora tenta consertar um pouquinho de alguma coisa”.

Ainda jovem, Mujica envolveu-se no MLN — Movimento de Libertação Nacional e ajudou a organizar os tupamaros, grupo guerrilheiro que lutou contra a ditadura.

Foi preso pela ditadura militar e torturado. “— Primeiro, eu ficava feliz se me davam um colchão. Depois, vivi muito tempo em uma salinha estreita, e aprendi a caminhar por ela de ponta a ponta”, lembra o presidente uruguaio. Dos 13 anos de cadeia, Mujica passou algum tempo num prédio, no qual o antigo cárcere virou shopping. A área também abriga um hotel cinco estrelas. Ironia para um homem avesso ao consumo e ao luxo.

No bairro Prado, a paisagem é de casarões antigos, da velha aristocracia uruguaia. É onde está a residência Suarez y Reyes, destinada aos presidentes da República. Esse deveria ser o endereço de Pepe Mujica, mas ele nunca passou sequer uma noite no local. O palácio de arquitectura francesa, de 1908, só é usado em reuniões de trabalho.

Mujica tem horror ao cerimonial e aos privilégios do cargo. Acha que presidente não tem que ter mais que os outros.

— "A casinha de tecto de zinco é suficiente”, diz ele.

-“Que tipo de intimidade eu teria em casa, com três ou quatro empregadas que andam por aí o tempo todo? Você acha que isso é vida?”, questiona Mujica.

Gosta de animais; tem vários no sítio. Pepe Mujica conta que a cadela Manoela perdeu uma pata por acompanhá-lo no campo, e que ela está com ele há 18 anos.

A vida simples não é mera figuração ou tentativa de construir uma imagem, seguindo orientações de um marqueteiro.

Não, ela faz parte da própria formação de Mujica.

No dia 24 de maio de 2012, por ordem de Mujica, uma moradora de rua e seu filho foram instalados na residência presidencial, que ele não ocupa porque mora no sítio. Ela só saiu de lá quando surgiu vaga em uma instituição.

Neste início de inverno, a casa e o Palácio Suarez y Reyes, onde só acontecem reuniões de governo, foram disponibilizadas por Mujica para servir de abrigo a quem não tem um tecto. Em julho de 2011, decidiu vender a residência de veraneio do governo, em Punta del Este, por 2,7 milhões de dólares. O banco estatal República a comprou e transformará a casa em escritórios e espaço cultural.

Quanto ao dinheiro, será inteiramente investido – por ordem de Mujica, claro – na construção de moradias populares, além de financiar uma escola agrária na própria região do balneário.

O Uruguai ocupa o 36ª posição do ranking de EDUCAÇÃO da Unesco, enquanto o Brasil ocupa a 88ª posição. Já no ranking de DESENVOLVIMENTO HUMANO, o Uruguai ocupa o 48º lugar, enquanto o Brasil ocupa o 84º lugar. Enquanto isso no Brasil, políticos reclamam que recebem um salário baixo para o cargo que exercem. QUE VERGONHA!!!

Mujica é um homem raro, nesses tempos de crise de valores morais e de ética, dentre os políticos sul-americanos. Compartilhe essa história.

Temos que saber que existe um político de verdade, que trabalha em favor do povo, e não de sua própria conta bancária.

Recebido por e-mail

Imagem do Google.

Ler mais...

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

AINDA PODE HAVER CORTES !!!


A jactância constante do título seguinte Governo defende que cortes salariais na função pública são menores que em 2012 constitui uma prova de muita ignorância da matemática. O que interessa não é os cortes serem inferiores aos do ano anterior. O essencial e importante é que além dos cortes sofridos nos últimos anos, os cidadãos vão sofrer maior agravamento. O que é preciso ter em conta é o dinheiro disponível que lhes resta é cada vez menos. O que tem significado é a fracção de dinheiro que lhes resta, em relação a 2011, nos anos 12012, 2013 e em previsão em 2014.

Por este caminho de agravamento doentio e persistente da austeridade, dentro em pouco, o corte vai ter de ser cada vez mais pequeno até que não poderá ser mais do que zero por já não haver um cêntimo na posse de muitos cidadãos. E depois onde vão os governantes buscar o dinheiro para pagarem as suas subvenções e todas as regalias constantes da nota 1 da notícia Despesas com gabinetes do governo aumentam 1,3 milhões de euros: «Os gastos com pessoal abrangem, além das remunerações de ministros, secretários de Estado e seus colaboradores, as despesas de representação, ajudas de custo, suplementos e prémios, subsídio de refeição, férias e Natal e contribuições para a Segurança Social ou a Caixa Geral de Aposentações. Os bens e serviços abrangem telemóveis, combustíveis, alimentação, deslocações e estadas, estudos e consultadoria, entre muitas outras rubricas.»


Imagem de arquivo

Ler mais...

domingo, 13 de outubro de 2013

GUERRA CIVIL É UM PERIGO A EVITAR


As palavras de Domingos Azevedo não devem ser consideradas uma profecia, mas apenas um alerta que deve ser meditado pelos governantes por forma a analisarem bem a crise recessiva em que continuamos, ao fim de quase dois anos e meio de grandes sacrifícios, directamente para as pessoas e indirectamente através da degradação da economia, de que é prova evidente o OE 2014. Oxalá as palavras citadas no artigo a seguir transcrito não venham a ser uma profecia:

Com o que tem acontecido em Portugal "era para ter uma guerra civil em cima"
Jornal de notícias. 13-10-2013. Publicado às 09.35

O bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas diz que "os portugueses têm sido demasiado cordatos" face aos sacrifícios impostos e espera "mais do mesmo" em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2014.

"O que eu espero deste Orçamento do Estado em termos fiscais é um pouco mais do mesmo. Não espero nenhum rasgo capaz de retirar as coisas do curso negativo em que têm estado. Espero que especialmente a classe média vá continuar a ser a grande sacrificada desta crise financeira que Portugal vive", afirmou Domingues Azevedo em declarações à agência Lusa.

Para o bastonário, "os cidadãos portugueses andam calmos de mais", considerando que, "ao que tem acontecido na vida pública portuguesa, era para estar a ferro e fogo, com uma guerra civil em cima"

"Têm pedido tantos sacríficos aos portugueses que eu acho que os portugueses são demasiado cordatos no meio de todo este processo", acrescentou.

Domingues Azevedo diz que "há uma grande vontade" de arrecadar impostos, mas "uma vontade praticamente inexistente" de tributar as mais-valias e os rendimentos de capital, antecipando que "as injustiças vão continuar" e que "as grandes vítimas deste orçamento vão ser os trabalhadores por conta de outrem".

O bastonário da OTOC defende ainda que "seria um ato de inteligência" chamar grandes empresas para que tenham "alguma comparticipação no reequilíbrio das contas públicas", porque se não o fizerem "mais dia, menos dia não vão ter quem lhes compre", destacando os exemplos da PT, da EDP e da Galp Energia. Um setor que Domingues Azevedo entende que devia ser valorizado é o do turismo e atividades relacionadas, como a da restauração, considerando que "estar a sobrecarregar um setor destes é antieconómico".

"Entrámos num ciclo vicioso e temos medo de sair dele. Temos de perguntar o que é que temos feito para conseguir alguma coisa de diferente. E não temos feito nada", disse.

Imagem de arquivo

Ler mais...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

«DÍVIDA NÃO PÁRA DE CRESCER»


Transcrição de trecho da notícia Execução orçamental. "Enorme" aumento de impostos só serve para pagar à troika que nos deixa preocupados com o buraco para onde estamos a correr e que certamente nos faz desejar uma mudança de rumo, com cortes substanciais nas «gorduras» da máquina burocrática do Estado sem agravar a austeridade que já asfixia a enorme maioria da população.

«Segundo os dados de ontem da DGO, nos últimos 12 meses o governo aumentou a dívida directa do Estado mais 19,4 mil milhões, um salto de 10,4%. No final do último mês, esta dívida - que não inclui as dívidas das empresas públicas, por exemplo - já ascendia a 207,4 mil milhões, contra os 187,9 mil milhões registados em Agosto de 2012.

Entre Janeiro e Agosto, Portugal acumulou um défice de 4794,8 milhões de euros - segundo os critérios da troika -, isto quando por imposição o país não deverá ultrapassar os 7300 milhões de défice até Setembro.

Z Já em relação à conta consolidada das administrações públicas, está a haver um agravamento nas contas este ano. Os dados ontem divulgados pela DGO para a conta consolidada das administrações públicas dizem respeito ao período de Janeiro a Julho - só em Outubro serão divulgados valores de Agosto -, meses em que o governo acumulou um défice de 5651,9 milhões de euros. Nos mesmos sete meses de 2012, este défice tinha ficado pelos 3089 milhões de euros - graças a uma bateria de receitas extraordinárias utilizadas no ano passado.»

Imagem de arquivo

Ler mais...

terça-feira, 30 de julho de 2013

INJUSTIÇA SOCIAL SEM DISFARCE


Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Brincar aos pobrezinhos
Ionline. publicado em 30 Jul 2013 por Nuno Ramos de Almeida, Editor-executivo.

O governo garante que a economia está muito melhor e no sapatinho tem algumas prendas: 4,7 mil milhões de cortes nas despesas do Estado e a diminuição do IRC.

Cristina Espírito Santo, filha de um administrador do BES, confessou, na Revista do "Expresso", que gosta de ir para a herdade da família na Comporta porque é como "brincar aos pobrezinhos".

Infelizmente, a maioria da população portuguesa está condenada a brincar aos pobrezinhos todos os dias. E o governo cada vez nos dá mais coisas para ficarmos imersos no jogo. Nos últimos dois anos, 210 mil dos portugueses mais jovens e preparados foram forçados a sair do país, para fugir a este desafio obrigatório para quem não é familiar de milionário.

Há uns anos, o multimilionário Warren Buffett manifestou-se contra uma sociedade em que os ricos têm a vida resolvida e os pobres a vida condenada. Para Buffet, o direito de herança que faz dos filhos dos ricos ricos e dos pobres pobres significa querer ganhar os Jogos Olímpicos de amanhã com os descendentes da equipa dos jogos de há 40 anos.

Os mecanismos existentes para permitir uma política que contrarie esta situação e dê uma maior igualdade de oportunidades na sociedade passa por uma política fiscal justa que permita a redistribuição de rendimentos e a existência de um Estado social que tenha a educação e a saúde como direitos universais.

Acontece que as políticas neoliberais nos Estados Unidos e as contidas no Memorando da troika fazem da desigualdade fiscal e da destruição do Estado social os seus principais pilares. Talvez por isso, Warren Buffett assumiu, numa entrevista a CNN, que "há guerra de classes, com certeza, mas é a minha classe, a classe rica, que está a fazer a guerra, e estamos a ganhá-la". Recordou ainda que só paga 17% de impostos, enquanto os seus empregados pagam 33% ou 41%. A crise tem sido uma verdadeira máquina de guerra a promover o aumento das desigualdades em Portugal e no resto do mundo desenvolvido. No início dos planos da troika calculava-se que - embora a responsabilidade do desastre económico estivesse ligado a um modelo de desregulamentação financeira, a multiplicação de negócios ruinosos com parcerias público-privadas e swaps e à criação de uma moeda única que privilegiou a Alemanha - em cada dez euros retirados para pagar a crise, mais de oito vinham directamente dos bolsos dos trabalhadores por conta de outrem e dos reformados. Esse estudo divulgado pelo "Público" revelava que menos de um euro, desses dez, era pago pelas grandes empresas e pelo capital financeiro.

Como se provou pela situação actual esta política destruiu o emprego e a economia. O que propõe neste momento o governo? Diminuir os impostos das empresas e continuar a fazer suportar a crise apenas por quem trabalha. Afirmam que este choque fiscal vai promover o emprego, quando na prática só é possível gerar empregos se os portugueses tiverem dinheiro para gastar. A esmagadora maioria das nossas empresas trabalha para o mercado interno, e se os trabalhadores continuarem a ter de pagar directamente a crise, essas empresas não vão sobreviver.

Acresce que os cortes previstos de 4,7 mil milhões de euros vão repercutir- -se como cortes nos salários dos trabalhadores. Se os transportes, a saúde, a educação e outros bens de primeira necessidade ficam mais caros, é como se nos tivessem cortado ainda mais os salários.

Aquilo que se está a fazer não é sanear as finanças públicas nem relançar a economia para a maioria das pessoas, mas garantir uma maior fatia na distribuição de rendimentos para uma minoria de privilegiados - aqueles que podem "brincar aos pobrezinhos" na Comporta.

"O capital tem horror à ausência de lucro; quando o capital fareja o lucro torna-se ousado. A 20% fica entusiasmado. A 50% é temerário, a 100% enlouquece à luz de todas as leis humanas e a 300% não recua perante nenhum crime" (Karl Marx, "O Capital").

A crise é uma máquina de guerra e o governo está-se nas tintas para as vítimas.

Editor-executivo.

NOTA. É louvável a franqueza de Warren Buffett. Mas os governantes estão submissos perante as pressões dos ricos. O texto cita Karl Marx, mas temos palavras mais recentes, as do Papa Francisco que mostra grande sensibilidade para a ausência de Justiça Social que começa é visível mesmo nos mais baixos níveis que aceitam as injustiças, muitas vezes, em consequência da propaganda e com a esperança de ser beneficiados pelos «ídolos efémeros».

Imagem de arquivo

Ler mais...

domingo, 28 de julho de 2013

PAPA FRANCISCO E A SOCIEDADE FUTURA


Transcrição de artigo com interesse para estudos geoestratégicos:

«OPapa Francisco pode ser o líder de uma revolução mundial» EL PAÍS, 
EL PAIS, Madrid 30-3-2013 Por Juan Arias Publicado em julho 3, 2013 por R Paiva

Juan Arias escreveu em El País, periódico espanhol de tendência socialista (Madri 30.03.13) que “a Igreja encontrou um líder? E o mundo político? A Igreja foi mais rápida que o mundo político”. O articulista traça um retrato da Igreja na Europa, cuja população envelhece e as crianças rareiam, vendendo templos, muitos convertidos em boates, e o mundo político, “que se encontra perdido numa profunda crise, não só económica, mas também de valores, órfão de liderança, em plena revolta civilizacional”. Então, “as duas instituições – a religiosa e a leiga – se arrastam sem horizontes para as jovens gerações, sem saber por onde ir”.

Arias admira-se  de que, “nesse panorama, a Igreja, com seus dois mil anos de história, seus santos e demônios, suas inquisições e mártires da caridade, conseguiu encontrar um líder mundial (…) Um pequeno grupo de cardeais – a maioria anciãos e conservadores – (…) deram-se conta de que o eixo do mundo mudou: já não é a Europa, mas os países emergentes”. Por isso foram procurar o novo Papa longe.

O Papa Francisco, que “se continua intitulando sacerdote e bispo, se converteu, em menos de um mês no cargo, “no personagem mais em foco do planeta, como um dia foram Gandhi e Martin Luther King (…) Com alguns gestos simbólicos ele desencadeou uma autêntica revolução religiosa e política, que começa a refletir-se além da Igreja”.

Arias relembra como Stalin perguntou quantas tropas tinha o Papa: “Falava de armas, contudo, a Igreja tem outras armas, que começavam a enferrujar”. Ela é uma instituição, acrescenta, “apesar dos erros que arrasta, das melhor organizadas do mundo, que conta com ‘meros’:

• 1.200 milhões de fiéis;
• Um exército de 1 milhão de sacerdotes e religiosos;
• Com 114.736 instituições assistências pelo mundo;
• 5.246 hospitais;
• 74 mil dispensários e leprosários;
• 15.208 residências para anciãos necessitados;
• 1.046 universidades;
• 205 mil colégios;
• 70 mil acolhimentos para 7 milhões de crianças;
• 687.282 centros sociais;
• 131 centros de apoio a pessoas que sofrem de AIDS em 41 países”.

Arias cita um líder comunista italiano, que comentava que se o Partido contasse com estes elementos, faria “uma verdadeira revolução social”, e comenta: “E essa verdadeira revolução social é a que o Papa Francisco começou a levar a cabo na Igreja, e que o mundo político parece incapaz de empreender, mergulhado em suas receitas de sacrifícios e cortes de gastos com os mais fracos, enquanto, como erva daninha, se multiplica a corrupção dos políticos e banqueiros”.

O articulista prossegue : “A Igreja parece ter encontrado este líder. E não é um líder místico, trancado em suas orações, com uma visão arcaica e autoritária da fé, mas alguém que pediu aos militantes deste exército que deixem de ser ‘coleccionadores de antiguidades’ e cultivadores de ‘teologias narcisistas” para irem “sujar os pés com o barro nas periferias do mundo’, onde se encontram os mais explorados pelo poder”.

Segundo Arias, este Papa é um jesuíta dotado de “racionalidade e fé”, que, além de teologia, estudou psicologia e literatura. Um jesuíta, que adoptou como símbolo o nome de Francisco, “pode chegar a ser mais que um líder espiritual de uma Igreja. Seus antecedentes como arcebispo e cardeal de Buenos Aires e seus primeiros gestos de desapego às aparências e símbolos de poder do vaticano, a fim de enfatizar que a Igreja deve ser ‘pobre para os pobres’ o estão convertendo numa referência política e social para o mundo”.

Por isso, os poderosos estão percebendo, até com certo medo, que “o Papa Francisco não é apenas um religioso que se contentará em lavar os pés dos pobres e visitar favelas”. Eles começam a intuir que “apostar nos deserdados da terra, na escória do mundo, nos desalojados, não só para os consolá, mas para os elevar social e culturalmente (…), equivale a uma nova revolução mundial”.

Arias refere que se diz que o Papa Francisco, quando encontra agnósticos e ateus, só lhes fala de Deus se eles tomam iniciativas, mas sempre lhes pergunta se estão disponíveis para se empenhar na luta contra as injustiças. Ele gosta da política “como força responsável pelo bem-estar das pessoas”.

Comenta que as autoridades brasileiras estão preparando um serviço de segurança com 750 policiais e militares para proteger o Papa em sua vinda ao Rio para a Jornada Mundial da juventude, e diz: “Não será fácil, contudo, blindar totalmente um Papa, que pediu aos sacerdotes do mundo inteiro que ‘não tenham medo de perder a própria vida’, se o empenho social e religiosos o exigisse”.

O longo artigo – que merece ser lido na íntegra – conclui citando Gandhi: “Os covardes, afinal, são já vivos mortos”.

Publicado em Coisas do Povo de Deus por R Paiva. Marque Link Permanente.

Imagem de arquivo

Ler mais...

quinta-feira, 30 de maio de 2013

RECESSÃO IMPARÁVEL?


Na consulta matinal à Comunicação Social deparei com notícias demasiado preocupantes que exigem análise cuidada a fim de não cairmos em tentações de falsos optimismos e de atrevidas previsões condenadas à partida, quer pelo realismo quer pelas experiências recentes. De salientar as referências que Constança Cunha e Sá faz às referências contraditórias feitas por elementos do Governo e da estrutura do PSD, ao esquema do acordo com a troika e às entidades por ele responsáveis.

Por não dar jeito transcrever textos extensos, limito-me a colocar aqui os links das principais notícias que possam ser úteis para os leitores que estiverem interessados em conhecer melhor os vários aspectos do tema.

- Recessão portuguesa em 2013 será mais profunda que o previsto
- OCDE não acredita em metas de défice
- Bruxelas rejeita nova flexibilização do défice... para já
- Bruxelas insiste no cumprimento do défice
- Programa de ajustamento "deve ajustar-se" à realidade, diz Portas
- Portugal precisa de cortar 6 mil milhões por ano até 2030
- OCDE: Portugal não vai atingir novas metas do défice para 2013 e 2014
- Vítor Gaspar desvaloriza previsões da OCDE
- «Mal seria se a grande preocupação de Vítor Gaspar fosse o Benfica» (com vídeo)
- Zona euro continua a crescer mais lentamente do que EUA em 2014
- Situações de fome confirmam relatos que chegam à confederação das famílias 

Imagem de arquivo

Ler mais...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

ESPIRAL RECESSIVA NÃO INFLECTE


Apesar de sucessivas previsões falhadas por excessivo optimismo e de promessas não cumpridas por terem sido irreais e tendentes a criar infundadas esperanças, as notícias mostram que a nível das realidades palpáveis, a «espiral recessiva» não evidenciam sinais de inflexão.

Não é animador saber que 21 falências entram por dia em tribunal, e que os casos de insolvências de pessoas singulares continuaram a aumentar. O próprio ministro Gaspar diz que cortes ascendem a 4700 milhões entre 2014 e 2016, o que, como a experiência de dois anos aconselha, devemos acrescentar uma percentagem de segurança ao volume dos cortes e ao prazo que ele indica. Por outro lado, empresas públicas agravam prejuízos, o que é compreensível por os seus gestores serem escolhidos pelo poder e não por concursos públicos honestos na apreciação dos currículos.

Mas o mais significativo, do ponto de vista da opinião pública, poderá ser o caso de VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) e profissionais terem ficado retidos por falta de crédito para pagar combustível, durante demasiado tempo, de que poderia ter resultado perda de vidas de pessoas à espera de socorro.

E não deixa de ser grave que, apesar da austeridade e dos cortes já com muito tempo de funcionamento, em vez de a dívida pública ter sido reduzida, consta que aumenta 131 milhões de euros por mês, o que leva a concluir que não há motivo para esperar a paragem da «espiral recessiva» e muito menos da sua inflexão. Certamente, não há vontade ou coragem para fazer parar o esbanjamento de dinheiro público, referido no post austeridade em 2013 e 2014 ??? e nos elementos nela linkados.

Imagem de arquivo

Ler mais...

terça-feira, 30 de abril de 2013

POBREZA E PRIVILÉGIOS


Transcrição de dois textos de artigos de Marinho e Pinto. Para ler um artigo completo deve fazer clic no respectivo título:

29-10-2012:
Austeridade e privilégios

(…) O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e - pasme-se - no complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar- -se nem fazer a sua higiene pessoal.

O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respetivos tribunais, ou seja, ao seus locais de trabalho.

Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.

29-04-2013:
Pobreza e desenvolvimento

(…) Portugal, pelo contrário, esbanjou, nos últimos 25 a 30 anos, consideráveis somas de dinheiro (vindas da Europa) em consumismo supérfluo sem ser capaz de lançar as bases de uma economia saudável e, logo, de um desenvolvimento sustentável. Traiçoeiramente, a Europa pagou milhões e milhões de euros aos armadores portugueses para abaterem os seus barcos de pesca e aos agricultores para deixarem de produzir e abandonarem as suas terras. Tudo isso com a cumplicidade criminosa das nossas elites políticas interessadas apenas em ganhar eleições fosse a que custo fosse ou então no seu próprio enriquecimento pessoal. Mas também com o beneplácito das nossas elites económicas grande parte das quais deslocaram o eixo do seu enriquecimento para a especulação financeira. A «economia de casino» substituiu com euforia a solidez da produção económica. Foram tempos de esbanjamento insensato, de novo-riquismo provinciano e de despesismo eleitoralista.

O resultado de tudo isso está hoje bem visível: empresas, empresários e consumidores estão sobre-endividados ao sector financeiro mas parece que ainda ninguém aprendeu nada com isso.

Imagem de arquivo

Ler mais...

domingo, 3 de março de 2013

Suíços dão exemplo de tecto salarial dos executivos


A notícia [Suíços aprovam em referendo limites aos salários dos executivos], mostra que não faltam bons exemplos para combater as crises sócio-económicas e financeiras, sem recorrer arrogante teimosamente à austeridade excessiva.

Não consta que a Suiça esteja em recessão semelhante ao que se passa em Portugal, nem com uma austeridade que esmague a população mais carente como acontece aos portugueses. Mas, por cá, os mais beneficiados com abusos em salários e pensões de reforma, estão ou estiveram na política ou são do mesmo grupo, como coniventes ou cúmplices dos assaltos directos ou indirectos aos cofres nacionais. Isso, ligado à debilidade moral dos governantes, torna difícil optar por uma medida semelhante à da Suíça e com a expressão dos salários e mordomias, não em milhares de euros mas em salários mínimos, para ser mais fácil sentir-se a diferença entre os mais favorecidos e os mais desprotegidos e abandonados, pelo regime. Com tais medidas passaria a haver mais justiça social.

Imagem de arquivo

Ler mais...