Transcreve-se este texto de Renato Nunes, emigrante nos Estados Unidos da América recebido por e-mail de Alô Portugal, pela análise perspicaz, realista e oportuna, de forma muito irónica, que faz da situação da União Europeia após o NÃO ao referendo da Irlanda.
Consórcio franco-germano
O "não" do povo irlandês foi "areia na engrenagem" da máquina criada pelo consórcio franco-germano que domina a Europa mas os dedicados lideres "europeus" não desistem e preparam já uma "alternativa 'C' "
Os burocratas e lacaios de Bruxelas, a começar por Barroso e a acabar em Sócrates sentem hoje um misto de pesar e de raiva.
Depois de tanto trabalho a alinhavar um Tratado que tão bem servia os interesses dos quatro grandes - Franca, Alemanha, Inglaterra e Itália - não e que os ‘marginais’ Irlandeses resolvem torpedear aquilo que Lisboa aconselhou e aprovou ?
Como se atreveram a tal? Como se atreveram a ter opiniões diferentes das dos seus lideres?
Já se conhecia - depois do que aconteceu em Franca e na Holanda há anos atrás - do perigo que é submeter a voto directo (pelo Povo) assuntos importantes, coisas como o futuro da hegemonia Franco-Alemã na Europa.
Então, para que servem os Parlamentos Nacionais cheios de políticos com saber e visão ?
Aí, ao menos os donos da U.E. contam com maiorias de políticos inteligentes e fiéis aos princípios do "Europeísmo" e que votam SIM nos projectos que lhes são enviados de Bruxelas para serem impostos para bem dos seus compatriotas.
Pois se vem de Bruxelas só pode ser bom !
Em Portugal é assim que se faz e o exemplo Lusitano devia ser seguido em toda a Europa.
Os sábios dirigentes de Portugal nunca sujeitariam um Tratado feito por gente genial, brilhante, ao voto de gente que não sabe o que quer.
Nos Parlamentos sim, não se correm perigos desnecessários.
Como tal, especialmente os partidos predominantes são os de Centro-Esquerda -- em Portugal PS & PSD - o voto é obviamente um SIM.
Para que correr riscos deixando nas mãos do Povo - quase sempre ignorante e desconhecedor do que é bom para ele, se não forem as Elites a dizer-lhe! - decisão que podem forçar a ter-se de arranjar nova forma de fazer passar o Tratado? É só para dar trabalho.
Pois amigos, já neste momento os valorosos e abnegados dirigentes Europeus se preparam para activar a "Alternativa 'C'" !
A tal que diz que bastara SIMPLES MAIORIA para que o Tratado possa ser imposto a todos os países membros e que não é necessário referendo popular, pois bastará o voto da maioria simples dos representantes eleitos pelo Povo.
Portanto, basta 14 Parlamentos votarem SIM e a coisa está concluída e aprovada sem entraves, nem surpresas.
Não se entende porque insistem ainda alguns políticos em querer o voto directo popular sabendo que as massas nem sabem sequer no que estão a votar e preferem ser lideradas do que ter que pensar e tomar decisões?
Então não se viu já que o Povo até é dado a reeleger uma vez e outra as maiores nódoas e vigaristas políticos nos seus países?
Eles não são difíceis de levar. É preciso é saber dar-lhes Pão & Circo na altura devida.
E que mais seria de esperar de gente de baixo nível mental e intelectual cujo comportamento é altamente previsível há anos?
O futuro da UNIAO EUROPEIA e das riquezas fabulosas que vai trazer aos grandes consórcios do Capitalismo Globalista Euro-Americano não pode ser refém de votos NÃO de alguns simplórios que pensam que são alguém!
Renato Nunes, Carolina do Sul, EUA
O governo português e Moçambique
Há 1 hora
4 comentários:
Muito bem observado e corrobora a minha posição sobre a "democracia" das elites políticas subservientes ao capital anónimo e internacional que explora onde o lucro pode ser maior... Um capital apátrida, traiçoeiramente apátrida, e superiormente desumano.
Não. Não sou comunista... sou parte dos explorados e se isso iguala o meu discurso ao dos comunistas, então, pelo menos para mim e por enquanto, eles têm razão!
Caro Alves de Fraga,
As suas palavras «Um capital apátrida, traiçoeiramente apátrida, e superiormente desumano» traduzem o regime a que estamos sujeitos, a que o mundo está sujeito. Não há governos que coloquem os interesses das pessoas em primeiro lugar, e quando digo pessoas, refiro-me à maioria dos desprotegidos, dos que não fazem parte dos parentes e amigos dos clãs que se revezam nas cadeiras do Poder.
Não compreendo nada desta democracia, em que o povo tem o «direito» de obedecer, votar como eles querem e sem mostrar indignação, sem ter oportunidade de ser esclarecido. E quando pensa e age em conformidade, como fizeram os holandeses e franceses e, agora, os irlandeses, vão mudar as regras do jogo. Isto é próprio de batoteiros, de vigaristas que tentam, de qualquer modo, levar a água ao seu moinho.
As pessoas não contam para nada, só atrasam os objectivo do capital dominador, o que anula qualquer definição clássica de «democracia». Acabem com esta fantochada e chamem a isto o verdadeiro nome: ditadura a prazo renovável.
Um abraço
A. João Soares
O artigo de que se deixa o link, França quer irlandeses a repetir referendo, mostra que a França teima em fazer da Europa aquilo que mais lhe convém, quer o povo queira ou não. No caso presente, o povo irlandês tem de acabar por aceitar aquilo que lhe é imposto, tal como aconteceu aos outros povos em que o povo já disse NÃO, mas que agora ninguém lhe pergunta! Será este o novo conceito de DEMOCRACIA que a Europa quer pôr em acção? Os gregos que criaram o conceito já morreram há muitos anos e estão inteiramente esquecidos!!!
A. João Soares
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