segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pela paz em bairros difíceis

No bairro da Quinta da Fonte, no concelho de Loures, três instituições religiosas organizam uma marcha da paz com a intenção de gerar melhores condições para uma vida harmoniosa entre habitantes de diferentes origens. É uma iniciativa de louvar, mas deve haver o maior cuidado em evitar parcialidade. Deve fugir-se à criação de grupos de uma das partes em conflito e, tanto quanto possível, misturar indiscriminadamente pessoas de diferentes origens. Dessa forma, será o primeiro passo para o convívio dos diferentes.

Quando trabalhei na Casa do Adro, em Loures em vizinhança e interacção com as senhoras dos serviços culturais e outros de índole social, criei a melhor impressão do trabalho entusiástico que desenvolviam. Não tenho conselhos a dar-lhes, mas não deixo de aqui lhes transmitir estas reflexões.

Penso que, para evitar confrontos como os ocorridos recentemente no referido bairro, todas as Câmaras, escolas, religiões, principalmente onde existam bairros em risco, deveriam incentivar a constituição de grupos culturais, artísticos, desportivos, de actividades artesanais, etc., com pessoas de origens diferentes. Dessa forma, sem acções não competitivas, mas de trabalho de equipa, em boa colaboração, seriam criados hábitos de compreensão, tolerância, convívio amistoso, que afastaria as oportunidades de ocorrência de actos violentos inter-étnicos. E, para obter resultados materialmente visíveis, esses grupos poderiam dedicar umas horas por semana a serviços cívicos em benefício de toda a colectividade, independentemente de quem lá vive

O respeito mútuo é indispensável para a convivência pacífica e a amizade. Tem de haver lugar para todos.

2 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Meu caro a João:

cConcordo comas suas propostas para atentativa de boa vizinhança e são convívio entre gente de origens e culturas tão diferentes.
Acho, realmente, que as práticas que sugere poderiam conduzir à melhor compreensão e aceitação mútua das suas diferenças.
Do que eu, francamente, duvido é que muitos dos elemntos desses grupos estejam verdadeiramente interessados na paz e na harmonia.

Um abraço, como sempre, com muita consideração e estima por si e pelo trabalho que o tenho visto desenvolver. Bem-haja!

Jorge P.G.

A. João Soares disse...

Caro Jorge,
Muito obrigado pelas suas palavras. Concordo consigo acredito que «muitos dos elementos desses grupos não estejam verdadeiramente interessados na paz e na harmonia». Pode haver concorrência em negócios muito rendosos e pouco recomendáveis!
Mas acho que um trabalho feito com seriedade junto dos jovens ainda não viciados na luta pelo poder nos negócios, poderá criar boas condições para um futuro melhor. As modificações das sociedades não ocorrem com o gesto de uma varinha mágica, mas sim com um trabalho lento, mas perseverante. É preciso um pouco de entusiasmo e fé nas boas intenções.
Haja quem esteja em posição de fazer algo no bom sentido.
Um abraço
João