Ontem era noticiado que as meninas a quem hoje é permitido o ingresso na Marinha, coisa que estava reservada apenas a homens, fizeram um choradinho para poderem entrar nos Fuzileiros, especialidade preparada para combates de grande violência e perigosidade, talvez porque acham que o respectivo crachá é muito decorativo e prestigioso. O Sr. ministro da Defesa, muito sensível a tais apelos femininos, e não querendo ser apelidado de machista, determinou que se deve "respeitar o princípio da igualdade de género no acesso a todas as classes e especialidades", ficando assim a Marinha obrigada a aceitar mulheres nos fuzileiros.
Será uma atitude louvada por todas as feministas que lutam pelo uso de símbolos que apenas eram apanágio de homens altos, fortes e espadaúdos!
Mas os mais entendidos, logo chamaram a atenção para certos pormenores significativos.
O almirante Vieira Matias diz que a não admissão de mulheres nos fuzileiros não é "uma questão de inferioridade, mas de diferença" - por exemplo, a "emotividade das mulheres desaconselha que entrem em combate directo". E há a questão física: "O esforço, até mesmo o peso do equipamento, pode ser excessivo."
O general Garcia Leandro diz que, em nome do princípio da igualdade, o sexo feminino não deve ser impedido de concorrer - "depois, a realidade fará a sua selecção". Ou seja, "na maior parte dos casos as senhoras serão eliminadas".
De forma parecida o general Loureiro dos Santos manifesta-se contra qualquer limitação. "Por princípio não deve haver nenhuma discriminação", salienta - as mulheres devem poder entrar "desde que tenham capacidade para atingir o standard exigido". E alerta que "Não podemos fazer o downgrading dos fuzileiros para pôr lá mulheres. Não pode haver comandos ou fuzileiros de primeira e de segunda."
Por seu lado, o general Leonel Carvalho reforça a mesma ideia. "As forças especiais existem para tarefas e missões de grande perigosidade, de grande exigência física e psicológica. Concordo que as mulheres tenham acesso, mas têm de fazer o que é exigido para ser fuzileiro. Homem ou mulher, tem de cumprir as mesmas exigências".
Mas, perante estas objecções, elas que, mesmo sendo loiras, não são tão estúpidas como as anedotas as pintam, logo consideram que para usar o crachá e o título, não é necessário correr os riscos dos combates demasiado másculos. Elas não tomarão parte em missões de combate e justificarão a especialidade desempenhando funções de limpeza, cozinheiras, amanuenses, enfermeiras de retaguarda, apoios psicológicos, etc. mas, embora parecendo iguais a todas as mulheres militares, elas têm a distinção de serem denominadas fuzileiras.
Onde está então a discriminação? Onde começa e onde acaba a tal diferenciação de sexos? Mas as vaidades femininas levam grandes homens a sucumbir dando-lhes apoio legal. E, depois, o downgrading dos fuzileiros a que se refere Loureiro dos Santos, virá a caminho, sem grandes atrasos.
Pensamento da semana
Há 1 hora
1 comentário:
As forças especiais sao uma forma diferente de estar. Nao concordo com a entrada de mulheres nos Comandos. Se por qualquer motivo as aceitarem a concurso, deverão fazer as provas fisicas de aptidao em igualdade de exigencia com os homens. O curso de Comandos nao comporta requintes femeninos. Sou adepto que haja um grupo muito restrito de mulheres com um curso especial de modo a poderem desempenhar acçoes especiais onde o facto de ser mulher seja fulcral à actuaçao determinada pelos ss ou forças militares ou de segurança, em qq parte do mundo. Facto k se passa em paises conceituados nesta àrea. Olhem o exemplo na tropa normal. Cumprem em todas as especialidades? Os páras evoluiram com as mulheres? Entrariam elas no tempo do SMO? Sou contra as cotas facilitistas, seja qual o sexo. E agora a grande questao: o actual regime de acesso -voluntariado e a contrato- é eficaz? Ou o fim do SMO é um pouco o fim da selecçao eficaz de pessoal nas forças armadas? Curiosamente, as forças especiais têm tido pessoal para dotaçao mínima das suas unidades operacionais. Porquê? Talvez porque os voluntários para as FE busquem adrenalina e os que para aqui concorrem, já oriundos das fileiras, busquem a possibilidade de MI.
Teria muito a dizer, neste caso, a escrever sobre este assunto. Qual o défice de pessoal nas FA?
Saudaçoes
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