terça-feira, 12 de agosto de 2008

Reclusos. Trabalho reabilita

De Bragança, no extremo nordeste do País, o tal interior que os sucessivos governos têm desprezado, chega uma notícia positiva que bem pode servir de exemplo ao resto do País. Não se trata de aluguer de quintas a terroristas para treino e descanso, como muitos temem que venha a acontecer no interior abandonado e ignorado pelos governantes.

Em Bragança, desde há quatro anos, a Câmara Municipal de Bragança emprega reclusos dos estabelecimentos prisionais do distrito de acordo com um protocolo assinado com a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, que permite contratar reclusos em regime aberto para realizar trabalhos de limpeza de florestas e manutenção de espaços verdes, equipamentos municipais e arranjos urbanísticos em todo o concelho. Estes trabalhos proporcionam-lhes uma ocupação do tempo a troco de um vencimento, que lhes será útil quando deixarem a cadeia.

Desta forma, são visados vários objectivos importantes, desde fazer face a tarefas necessárias para benefício público, de outra forma sujeitas ao desleixo, até à reabilitação pelo trabalho, evitando os inconvenientes da ociosidade e criando o sentido de utilidade, vindo a facilitar a reinserção social após o cumprimento da pena.

Tratando-se de reclusos, há trabalhos menos concentrados como os de limpeza e manutenção dos espaços verdes da cidade, limpeza de bermas de estradas e matos, em que há necessidade de serem vigiados por guardas prisionais, mas de forma subtil, a fim passarem despercebidos e não criarem qualquer tipo de estigma social. No entanto os que são integrados nas equipas da própria autarquia que se dedicam a realizar trabalhos como arranjo e construção de passeios, marcação de sinalização horizontal nas ruas, e outros trabalhos de manutenção dos espaços públicos na área urbana e rural, não carecem de vigilância específica.

Também tem havido notícias de estabelecimentos prisionais noutros pontos do País em que funcionam oficinas de formação profissional, a que muitos reclusos se entregam com dedicação, conscientes de que desta forma poderão integrar-se na sociedade e ganhar honestamente a vida.

Tais iniciativas contribuem para evitar que a prisão seja uma escola de vícios e de crime e passe a ser uma escola de civismo, de formação profissional. Deve ser salientado que noticias positivas deste género devem merecer da parte da Comunicação Social o maior realce.

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