segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Futebol ou atletismo?

Temos mais de 60 atletas portugueses nos Jogos Olímpicos e não vejo bandeirinhas nas janelas nem nos carros! Será que os lusitanos «patriotas» foram todos a banhos e, no Algarve, as bandeirinhas drapejam por todo o lado, competindo com as dos hipermercados e das lojas de fast food??

SE não sabes responder pergunta sãos teus amigos, em conversa ou por e-mail, especialmente aos que tinham bandeirinhas em todo o lado durante o Europeu de Futebol. Pode ser que alguém explique.....

Será que estes atletas valem menos que um «Grunhaldo»? (Ao menos, a maior parte destes sabe falar sem tropeçar nos brincos. Mesmo as meninas que os usam!)

Todos são merecedores do nosso respeito e apoio mas alguns merecem especial destaque, por terem um palmarés de excelência. Não coloco aqui a lista mas é fácil encontrá-la por aí. Claro que não se conhece nenhum que esteja à venda por vários milhões o quilo. Que carne tão cara a dos futebolistas!!!

9 comentários:

com senso disse...

Interessante e pertinente observação.
Na verdade, em momentos em que o País parece andar à deriva, em que hoje um direito que se adquiriu, amanhã desaparece por completo, em que os jovens parecem ter como futuro a insegurança e os mais velhos sentem-na em cada aspecto do seu dia-a-dia, o nosso povo parece que acha o futebol é a coisa mais importante das suas vidas!
Estas manifestações patrioteiras infelizmente não são mais do que reflexos de pobreza... a todos os níveis.
De facto, a haver patriotismo derivado do desporto ele deveria vir dos Jogos Olimpicos, cujo ideal é bem mais puro do que o mercenarismo futebolista.
Belo post! Parabéns

A. João Soares disse...

Caro Com Senso,
Este tema merece séria reflexão, embora pareça uma coisa simples. Há quem diga que o povo anda anestesiado e precisa de um pastor para o guiar e ser seguido cegamente como foi o caso do Scolari a manobrar o caso das bandeirinhas. Há também quem veja nisto o facto de estar tudo de férias e não haver sensibilidade para os JO. E há quem veja a falta de culto dos valores pessoais e o desejo da massificação, da igualdade artificiosa de todos , a mediocracia e a falta de meritocracia. O futebol é uma selecção, uma equipa, enquanto nos Jogos Olímpicos o que está em causa é o valor de cada atleta que, por si, tem de se treinar com método e persistência para ganhar um prémio apetecido, apenas com o seu esforço, na hora da competição.
Os portugueses na era em que vivemos escondem as suas incapacidades no grupo, na massa, e habituaram-ase a não reconhecer valores individuais.
Por isso falta aqui a equipa, o clube, a selecção a quem se deve adorar, Ninguém está para adorar um atleta, e o outro e o outro. Mas, se no fim aparecer um com a medalha de ouro, haverá grande festa à chegada do avião e será recebido pelo PR e o PM, que não os receberam à partida como tinham feito à selecção de futebol que foi ao Euro 2008.
A mentalidade colectiva dos portugueses merece ser estudada por sociólogos e psicólogos isentos e sérios.
Abraço
A. João Soares

Abrenúncio disse...

O espirito olímpico quando interpretado na sua verdadeira essência representa os mais puros valores desportivos e competitivos.
Apesar de hoje em dia a ilusão do desporto simplesmente pelo prazer e pela superação de objectivos não existir, pois a vertente monetária está sempre presente onde quer que seja, as Olímpiadas ainda conseguem encerrar qualquer coisa desse tal espírito, ao contrário do futebol que está completamente minado por negócios e negociatas que envolvem uma rede de interesses e interesseiros muito para além do simples fenómeno desportivo.
Talvez por tudo isto a sedução que as modalidades olímpicas provocam nas massas não sejam tão evidentes. Afinal de contas, os patrocínios são outros, as primeiras páginas dos jornais são outras, os valores movimentados são outros e consequentemente o mediatismo é outro.
Saudações do Marreta.

A. João Soares disse...

Caro Marreta,
O futebol é a cocaína e a heroína da época, ocultam muitas intenções pouco benéficas ao povo, e muito úteis aos Poderes dominantes.
O olimpismo, com as suas virtudes esmorece, como esmorecem os valores éticos que sustentavam as sociedades mais evoluídas. Quem será capaz de prever o futuro da humanidade, sem o culto de valores superiores?

Um abraço
João

Anónimo disse...

Caro AJS,
Tive a oportunidade de escrever num jornal, o ridículo a que era e é exposto, um dos nossos símbolos nacionais: A Bandeira Nacional da República Portuguesa. Encontram-se ainda, bandeiras esfarrapadas espalhadas pelos sítios mais desprestigiantes. Uma verdadeira vergonha. Ao contrário, algumas instituiçoes só a hasteiam ao domingo, ou feriados nacionais...
O futebol é um desporto nobre que perdeu este humilde adepto pelo pantanal em que se tornou!
Sinto mais orgulho de uma Vanessa, ou um(a) colega que nos jogos Olímpicos se esforçam para que a nossa Bandeira suba, do que todos os "heróicos" mercenários do COICEBOL. Era assim que o velho e saudoso mestre Zé -meu avõ- designava o "desporto rei" nos últimos anos da sua vida.
E recordo aqui os nossos atletas mais esquecidos:Os Paralímpicos. Detentores de resultados brilhantes e de inúmeras medalhas.
Mas o circo ignora-os...

Vanuza Pantaleão disse...

João , meu amigo (desaparecido da minha página)!
Nem me fale em futebol, nem me fale...
Um abraço saudoso!

A. João Soares disse...

Cara Vanuza,
Desculpa não ter deixado comentários, mas por um lado nem sempre me surge algo para dizer que valha a pena ocupar o espaço, Por outro lado, o tempo começa a ser pouco para tanta coisa a fazer e o ócio a que esta época convida!! Hoje o futebol já apenas é tema de conversa para quem não sabe falar de outra coisa, por várias razões desde a imoralidade da quantidade de dinheiro em jogo, a imoralidade como ele é gasto e aos negócios a que dá origem na compra de resultados. Ser dirigente de futebol já é tão desprestigiante como ser «político».

Abraço
João

SP disse...

Vamos esperar pelos resultados.
Talvez porque neste país só o futebol é que é desporto...
Saudações!

A. João Soares disse...

Caro SP,
Seria bom que os resultados fossem satisfatórios.
Cumprimentos
A. João Soares