segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Palavras de Jerónimo de Sousa

Depois do discurso de Manuela Ferreira Leite, e para confirmar a isenção deste espaço, seguem-se extractos (por não possuir o texto integral) das notícias sobre o discurso de Jerónimo de Sousa na Festa do Avante.

Acusou hoje o Governo de ter dado uma resposta «tão fraca» que «chega a ser chocante» aos problemas de segurança durante o Verão, criando «um sentimento de que os criminosos ficam impunes».
Fez um ataque às políticas «de direita» do executivo socialista de José Sócrates.
Os «problemas de segurança regressaram à ordem do dia», durante o Verão, com «o sobressalto e a justa preocupação dos portugueses».
Advertiu que se gerou «um sentimento de que os criminosos ficam impunes e que o Estado está vulnerável ao crime».
«A resposta do Governo, de tão fraca, chega a ser chocante», afirmou o líder do PCP, considerando que o ministro da Administração Interna e o próprio chefe do executivo «foram ultrapassados pelos acontecimentos».
A solução, acrescentou, não passa por um «caminho no Estado policial, de uma sociedade cada vez mais vigiada».
«Não permitiremos que se concretize esse caminho. Não trocaremos a liberdade pela segurança, porque ficaríamos sem ambos».
"As principais causas da crise têm razões internas que radicam na existência, na insistência de uma política que colocou os interesses dos grandes grupos económicos e da especulação financeira acima dos interesses do país, dos trabalhadores e das populações".
O aumento do desemprego, o secretário-geral do PCP defender que "não resulta da recente crise internacional, mas de deliberadas opções da política nacional".
"O emprego criado não ultrapassou os 96 mil postos de trabalho", avançou, explicando que as estatísticas oficiais contabilizam como empregados todos aqueles que frequentam cursos de formação do Instituto de Emprego. "Nem metade dos empregos que se anunciam foram criados".
Face "a trinta anos do velho e gasto rotativismo de alternância sem alternativa, entre PS e PSD", Jerónimo de Sousa advertiu que "é tempo e mais que tempo de mudar". O PCP é "o partido que Portugal precisa para romper com a injustiça social e o declínio nacional".
"Há mais crime, mas há menos polícia, com menos direitos e menos condições para exercer as suas funções", alertou, classificando a resposta dada pelo Executivo socialista de "fraca".
Utilizou o discurso de "rentrée" do PSD para acusar o PS de fazer a mesma política "de direita" e a liderança de Manuela Ferreira Leite de não ser alternativa aos socialistas.
"O País precisa de responder com urgência a três problemas centrais: défice de produção, desemprego e a injusta distribuição do rendimento nacional".
"Atenuar as consequências sociais da crise" e "dinamizar a economia". Isso "exige, no actual contexto, a rápida dinamização do investimento público, o apoio às pequenas empresas e a dinamização do mercado interno pelo aumento dos rendimentos da população", pelo que "a situação exige a consideração e a necessidade de medidas imediatas, urgentes, algumas não esperando sequer pelo Orçamento de Estado para 2009".
Em matéria de prioridades, o PCP identificou três: a primeira, passa pela "revalorização dos salários e pensões", o que implica "associar ao subsídio de Natal um complemento para todos os trabalhadores e reformados, no valor da perda real dos salários e pensões em 2008". A segunda, envolve a Caixa Geral de Depósitos, a quem o Governo deve dar orientações para adoptar "uma margem (spread) máxima de 0,5% no crédito à habitação própria permanente". A terceira, envolve "o congelamento dos preços da electricidade, água e gás, e uma redução real não inferior a 5 euros do preço do gás de botija".
"A causa de o País estar a enfrentar o mais longo período recessivo e de estagnação de que há memória não se explica pela recente crise internacional, mas pela incapacidade de uma política nacional que abdicou da defesa da nossa economia e continuou a hipotecar o desenvolvimento" de Portugal.
"Não é só o facto de o País não sair do círculo vicioso da apatia e da estagnação do pára, arranca e torna a parar. São os novos desequilíbrios das contas externas e da dívida, que hipotecam perigosamente o futuro do País e o condenam à dependência crónica".

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