sábado, 15 de novembro de 2008

Ensino. Só duas perguntas

Transcrevo este texto recebido da amiga Maria João, por me suscitar dúvidas para as quais não encontro resposta. Se alguém as tiver poderá deixá-las aqui no espaço de comentários.

1ª - Se os alunos que estão a Manifestar-se nestes dias são instrumentalizados - segundo diz a tutela, o Ministério da Educação, e segundo diz a CONFAP - são estúpidos, não é ? Só se deixa instrumentalizar quem é tanso...
Então como é que temos tão elevada diferença na taxa de sucesso nos resultados escolares do ano passado para este ???
Não sei se é parvo da minha parte... mas será que são os Professores que são MESMO BONS? Conseguir tirar algo de uma massa acrítica que se deixa instrumentalizar merece EXCELENTE...! Acabou! Já estão os Profs todos avaliados! (Os da Madeira vão emigrar para o Continente porque lá só têm Bom...).

2ª - Onde estava aquele senhor que aparece na TV sempre a representar a CONFAP (não me lembro do nome, juro que é verdade!... não me lembro mesmo...), que aparenta a minha idade (tenho 52), antes do 25 de Abril??? Ainda não teria nascido??? Será, afinal, muito mais novo que eu??? Estaria debaixo das saias da mãe??? É que eu ouvi-o hoje na TV a amedrontar (instrumentalizar, seria?) os estudantes dizendo que as Manifestações eram ilegais e que os jovens com mais de 16 anos nelas presentes poderiam vir a ter graves problemas legais...
É QUE TODAS AS MANIFESTAÇÕES (e da parte dos estudantes houve muita contestação ao regime de então, embora, claro, houvesse sempre os bufos e os fura greves...) ERAM, ENTÃO, ILEGAIS E APRESENTAVAM, SIM, GRAVES AMEAÇAS A QUEM NELAS PARTICIPAVA...

Alguém pode esclarecer-me ?
Obrigada.
Mª João

Cara Maria João. A primeira pergunta contém a resposta. Os governantes perdem o tempo a falar e não lhes restam uns minutos para pensar naquilo que dizem. Se pensassem, não cairiam, certamente, nas incoerências e contradições com que nos brindam.
A segunda pergunta é o eterno problema do abuso do poder por parte de políticos que têm no seu íntimo os genes de ditadores. Agora, como no Estado Novo, o que acaba por imperar nos sentimentos desses tipos é «quero, posso e mando». Aguardemos que surjam comentários de quem não tenha medo de ameaças como as que referiu da parte do tal da CONFAP.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Soares

Penso que já nem merece a pena responder a este tipo de perguntas que, embora pertinentes e oportunas, se perdem no meio de tantas e tantas questões que este (des)Governo levanta. E não só no Ensino.
Mas penso que os responsáveis pela governação acabaram por cometer um erro fatal. Na senda de governar contra os seus servidores, esqueceram-se que os professores não são estúpidos. Talvez contassem que a contestação se ficasse por manifestações e outras formas formas comuns de mostrar o descontentamento. Mas, com tanta teimosia e cegueira, acabaram por unir os professores duma forma nunca vista. E agora parece que estes se estão a preparar para desobedecer em massa.
Como não é possível castigar toda a gente, o resultado está à vista.
Ou me engano muito, ou vai perder. O que será, obviamente, o começo do fim, já que colocou demasiada energia neste braço de ferro.

A. João Soares disse...

Caro Fernando Vouga,
É como diz. O Governo, na sua cegueira do «quero, posso e mando» nem deu conta que estava a apostar forte demais no cavalo errado. E, agora, quanto mais demorar a ceder, maior será a derrota.
Que a terra lhes seja leve!
Abraço
João