quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ex-governante a contas com a Justiça

Segundo a notícia do JN online «Oliveira e Costa já está no Tribunal de Instrução Criminal» , o ex-banqueiro e ex-presidente do BPN, suspeito de vários actos delituosos, saiu de uma das suas casas, no centro de Lisboa, pela porta da garagem, ao início da noite, escoltado por quatro agentes da autoridade em direcção ao Tribunal Central de Instrução Criminal onde será submetido a um primeiro interrogatório judicial. Foi detido após buscas feitas pelo Ministério Público, Inspecção Tributária e pela Guarda Fiscal às suas residências.

O antigo banqueiro, que dirigiu o BPN entre 1998 e 2008, foi constituído arguido, por suspeitas de burla, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Em Fevereiro último demitiu-se, invocando razões de saúde, das funções de presidente do grupo Sociedade Lusa de Negócios/BPN que exercia desde 1998.

Este caso suscita dois tipos de comentário:

O primeiro é que ser governante ou ex-governante não é garantia de seriedade, honestidade, carácter, patriotismo, etc. Esta conclusão responde em grande parte ao espanto do Sr. Presidente da República em relação ao desinteresse dos jovens pela política. Esta não atrai pessoas que prezam os valores e princípios éticos.

O segundo comentário é positivo pois contraria o sentimento negativo reinante entre os portugueses de que em Portugal só são chamados aos tribunais os que não usam gravata! Há quem diga que o Dr. Vale Azevedo é uma excepção, havendo piores à solta. Agora este sentimento poderá ser revisto, a não ser que o crime prescreva, ou haja falta de provas, ou se houver condenação esta seja com pena suspensa como um caso recente, com um político de autarquia. O futuro dirá.

2 comentários:

ANTONIO DELGADO disse...

Será verdade ou será "fumaça", como dizia um antigo Almirante, acerca de certas manobras partidárias entre 74/76. O nome do almirante não me recordo mas parece que chegou a 1º ministro e já faleceu...Seria(...Pinheiro?)

Um abraço
António Delgado

A. João Soares disse...

Caro António Delgado,
Dada a poeira levantada pela comunicação social, deve ser mesmo verdade.
Vou aproveitar esta oportunidade para ensinar, ou recordar, algo a um ilustre professor universitário doutorado!
Em princípio de Novembro de 1975, uns dias antes do célebre 25, estava o primeiro-ministro Almirante Pinheiro de Azevedo numa varanda do ministério da Marinha, no Terreiro do Paço a falar a manifestantes, quando para o lado do torreão das Finanças no lado oposto, explodiu um artefacto que fez o barulho suficiente para ser ouvido em toda a praça, não atingiu ninguém e fez algum fumo.
Como é de esperar, as pessoas agitaram-se e movimentaram-se provavelmente a tentar fugir de um perigo que desconheciam. O Almirante estava a uma altura que lhe permitiu ver que nada de grave acontecera e que só havia algum fumo, pelo que acalmou as pessoas com a frase que lhe ficou célebre. «O povo é sereno. É só fumaça. Ninguém arreda pé».
Este Almirante teve um outro gesto único, fez greve do Governo durante um dia.
Um abraço
João