Um texto recebido por e-mail e que merece ser meditado, olhando à nossa volta para confirmar estes sinais da «revolução» que está em marcha. O texto deve ter sido escrito antes da baixa do petróleo, mas, apesar disso, não perde actualidade no raciocínio.
Uma nova Era já começou!
por Carlos_Lacerda
Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução, uma nova Era, já começou!
As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que, há cerca de 3 meses, começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não demos conta do que vai implicar. Mas falo, seguramente, duma Revolução!
De facto, há cerca de 3 ou 4 meses, começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses… E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!
… tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.
Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!
Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":
1º- A Crise Financeira Mundial: desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...
2º- A Crise do Petróleo: Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de… 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por, exemplo, toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (…e as férias massivas!), a inflação controlada, etc…
3º- A Contracção da Mobilidade: fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.
4º- A Imigração: a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!
5º- A Destruição da Classe Média: quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.
6º- A Europa Morreu: embora ainda estejam a projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!
7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios… da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke…). Foram apresentados, há dias, no mais importante Salão Automóvel mundial, os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia…helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).
8º- A Crise do Edifício Social: As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum…
9º- O Ressurgir da Rússia/Índia: para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!
10º- A Revolução Tecnológica: nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!
Eis pois, a Revolução!
Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e… imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.
Contrariamente a um comentador que muito estimo pelo seu brilho e inteligência (Carlos Magno, programa "Contraditório" da "Antena 1", 13 de Junho) eu não acho que o Mundo está "a entrar num crepúsculo" (sic).
Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!
Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!
Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...
DELITO há dez anos
Há 25 minutos
4 comentários:
Caro joão Soares
É uma desgraça! Mas, pelo menos, nada nos indica que o vinho tinto vá acabar.
Caro Vouga,
Pode nem ser uma desgraça! O texto diz que das revoluções resultam melhorias. Se assim não fosse, não valia a pena haver revolução. E é isso que está a acontecer por cá. Está em prisão preventiva um ex-governante e ex-dono de um banco e dono de uma fortuna conseguida demasiado rápido. Há pouco tempo isso era impensável dada a impunidade garantida pelo dinheiro.
Será bom que a revolução continue com firmeza e verdadeira Justiça. oxalá acabe com os abusos tipo banqueiros e administradores da Gebalis, e dos gestores públicos ex-políticos que arrecadam em poucos anos várias reformas, todas muito abundantes, enquanto o funcionário normal só consegue uma muito pequena ao fim de toda a vida activa.
Abraço
João
Pois eu sou muito pouco entusiasta de revoluções.
O mais perto que passei de uma foi no 25 de Abril e ficaram-me algumas triste memórias de alguns exageros e cretinices que nos afectam, como povo, até hoje.
Fizeram-nos crer que tínhamos todos os direitos e nenhum dever.
A próxima etapa será exactamente ao contrário: iremos perceber à nossa custa que os deveres serão muitos e pesados.
Quanto a direitos, melhor ir esquecendo que existem.
Pode ser que eu ainda acabe a passar a ferro a roupa duma chinesa.
Ou assim.
Abraço
Cara Ana,
Poderemos ter receio da «revolução», mas ela está em curso. As tecnologias e as modas das populações já são muito diferentes das de há cinco anos. O resultado será imprevisível. Haverá quem beneficie largamente e outros terão indesejáveis mudanças. Se houvesse troca d lugares até nem havia mal. Mas há muitos beneficiados de hoje que o continuarão a ser amanhã, devido à sua habilidade mimética de se adaptarem a situações de um sinal ou de outro, nunca perdendo o fito dos seus interesses pessoais.
Veremos o que se passará e procuraremos não fazer asneiras contrárias à corrente.
Beijos
João
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