quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Estado e os militares

O artigo que se transcreve refere palavras do General Loureiro do Santos que merecem ser meditadas seriamente. Trata-se de um militar considerado e respeitado pelos Portugueses que desempenhou funções de Ministro da Defesa Nacional e de Chefe do Estado-Maior do Exército, estudioso, bem informado e merecedor de toda a credibilidade.

Loureiro dos Santos: Estado deve impedir que antigos combatentes tenham carências

Público. 27.01.2009 - 20h41 Lusa

O antigo chefe de Estado-Maior do Exército, general Loureiro dos Santos, defendeu hoje que o Estado não deve avançar para opções "demagógicas", mas "tudo fazer para impedir que os antigos combatentes vivam em situações de carência". "O Estado tem obrigação de tratar destes homens, que numa situação de perigo defenderam a pátria", afirmou o também antigo ministro da Defesa.

Numa sessão realizada pela Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA) sobre "A condição militar e as consequências físicas e psíquicas", Loureiro dos Santos sublinhou que o apoio aos militares é algo que "não pode faltar e que é possível fazer". "Não se deve avançar para situações megalómanas e demagógicas que os ex-combatentes não esperam, que é receber qualquer coisa porque se combateu. Isso são decisões demagógicas que não resolvem os problemas e uma situação que não resolve nada e só gasta dinheiro do Estado", frisou o ainda ex-vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.

Ao longo da sua intervenção, o general Loureiro dos Santos, referiu ainda que "os deficientes das Forças Armadas são o rosto vivo da condição militar". "Os deficientes das Forças Armadas são o rosto vivo da condição militar, aqueles que arriscaram tudo e ficaram diferentes em termos das suas capacidades físicas e mentais (...) quando estiveram a actuar na defesa dos interesses nacionais que são definidos pelos representantes responsáveis políticos e que os militares se limitam a defender", sublinhou.

Enquanto afirmava que "todos os países têm um especial cuidado com as questões da condição militar", o general Loureiro dos Santos destacou a "importância simbólica, da natureza e da condição militar" mostrada pelo novo presidente norte-americano, Barack Obama, durante a cerimónia de tomada de posse, na semana passada. "O facto de ele ter escolhido para ministro dos veteranos um general prestigiado, que tinha tomado uma posição frontal para com o anterior presidente [Bush] relativamente ao Iraque" foi também um exemplo referido pelo antigo chefe militar.

"A primeira coisa que Michelle Obama fez como primeira-dama à espera de entrar em funções foi ir a uma casa, a um instituto de assistência a militares e familiares de militares, onde fez uma alocução sobre a importância da família para os militares", lembrou Loureiro dos Santos.

4 comentários:

Daniel Santos disse...

Loureiro dos santos esteve muito bem.

Exige-se respeito por todos aqueles e aquelas que defenderam o prestigio e a honra de Portugal das mais diversas formas.

Muitos com elevado sacrifício pessoal.

A. João Soares disse...

Caro Daniel Santos,
O sacrifício próprio dos militares foi exigido a quase todos os homens válidos durante 13 anos. Obrigatoriamente, com prejuízo dos primeiros passos que estavam a dar nas profissões, foram enviados para uma guerra traiçoeira sem regras, que tirou a vida a muitos e tornou inválidos muitos outros.
Foram defender objectivos da Pátria convictos de que a Pátria olharia por eles. Mas foram abandonados e esse abandono foi ampliado agora por este Governo, sendo-lhes retirados muitos apoios que vinham usufruindo justamente.
O general Loureiro dos Santos tem tomado posições muito correctas neste aspecto.
Um abraço
A. João Soares

Jorge P. Guedes disse...

Acho que o General tem toda a razão e que as acções do casal Obama vieram confirmar o que deles penso: serem pessoas assisadas e humanistas convictos. Tal como Loureiro dos Santos o foi nestas palavras.

Um abraço.

A. João Soares disse...

Caro Jorge,
Falta de sentido de Estado, de humanismo, de sensibilidade para a população que deviam proteger.
Em números redondos, a maior parte dos homens portugueses que hoje têm entre 55 e 70 anos foram sacrificados pela decisão dos governantes da altura que representavam os interesses nacionais. Era justo que os governantes seguintes dignificassem a Pátria que lhes estava devedora, principalmente aos que ficaram deficientes. Mas os actuais governantes, para pouparem uns cêntimos, tornaram-se maus representantes da Pátria que deviam honrar. A sua falta de sentido de Estado, a ambição de riqueza pessoal e exploração do bom povo português não os dignifica.
Os eleitores devem meditar desapaixonadamente nestes e noutros sinais de degradação.
Um abraço
A. João Soares