Transcrição de um post do «profblog» sobre o relatório dito da OCDE, assunto que ocupou exagerado tempo no debate de ontem na AR e que é tema dos artigos do PÚBLICO «PS terá feito alterações "online" em texto sobre relatório dito da OCDE» e «PSD e CDS questionam credibilidade de estudo sobre 1º ciclo do ensino básico».
O Relatório dito da OCDE foi encomendado e pago pelo Governo. Mais uma manobra do propagandista mor da República!
Chamo a atenção para o equívoco que a Comunicação Social tem divulgado. O estudo não é da OCDE. É desenvolvido por um grupo de peritos "liderado por Peter Matthews" e segue os critérios ("metodologia e abordagem") da OCDE. E foi solicitado pelo ME, que, para abonar a credibilidade, assegura que foi elaborado por uma equipa de peritos internacionais de independentes (para quê referir expressamente "independentes"?!). E baseia-se nas informações fornecidas pelo ME. Tudo isto se lê na página de rosto do ME, de que transcrevo o seguinte: "Solicitado pelo Ministério da Educação (ME), este estudo corresponde a uma avaliação intermédia, realizada durante a fase de implementação das reformas, com o objectivo de verificar se as medidas desenvolvidas estão a atingir os resultados previstos e se as estratégias adoptadas devem ser ajustadas em função da experiência. Liderada pelo professor Peter Matthews, esta avaliação seguiu a metodologia e a abordagem que a OCDE tem utilizado para avaliar as políticas educativas em muitos países-membros, ao longo dos anos, com resultados positivos". Abílio Carvalho
Já agora, quanto é que pagaram à equipa de Peter Mattews? Eu conheço a forma de trabalhar dos peritos internacionais. Actuam em rede e juntam-se por afinidades intelectuais e políticas. Oferecem os seus serviços aos Governos e às Organizações Internacionais Globalistas, como a OCDE. Regra geral, fazem-se pagar muito bem: no mínimo 25000 euros por mês de trabalho. Se o pagamento for feito à totalidade do relatório, o montante pode chegar a muitas dezenas de milhares de euros. A metodologia é a habitual: o Gabinete da Ministra tem um "oficial" de ligação que fornece aos peritos toda a informação; os peritos fazem duas ou três deslocações curtas a Portugal para entrevistarem pessoal de topo do ME, os coordenadores dos programas e dirigentes da IGE e é tudo. Depois, é só escrever o Relatório. Regra geral, não há lugar para observações prolongadas nas escolas nem a entrevistas a professores, alunos e pais. Logo que consiga ter acesso à metodologia do Relatório, analisarei, em concreto, os procedimentos da equipa liderada por Peter Mattews. Aposto que não foi muito diferente da que aqui relatei.
Reparem nesta conclusão do Relatório:
"A alteração das regras de gestão das escolas, designadamente no que respeita à eleição do director, é encarada de forma positiva, na medida em que permite uma escolha baseada no mérito profissional dos candidatos." (Fonte: ME). Então, os peritos internacionais "independentes" pagos pelo Governo de José Sócrates não sabem que os actuais PCEs já têm formação especializada em gestão escolar? E que os novos directores até podem não ter a categoria de titulares? Para quem diz que a categoria de titular serve para distinguir o mérito e diferenciar os professores, há aqui qualquer coisa que não bate certo!
Lápis L-Azuli
Há 57 minutos
4 comentários:
Estudos encomendados, fontes adulteradas, o caos!
de cabeça meio-perdida, as asneiras continuam e a credibilidade vai a caminho do que merecem estes novos candidatos a ditadores.
Um circo deprimente!
Abraço com estima.
Caro Jorge,
É incrível o que se passa com pessoas que era suposto estarem acima de qualquer suspeita ou irregularidade. Ao lado de ausência de elevados valores éticos, temos de alinhar palavras que primam pela sua falta: confiança, credibilidade, seriedade, abertura, transparência, democraticidade, etc. E estamos a ver tiques demasiado pronunciados de ditadores, como o Jorge diz.
Estamos a fazer uma má preparação do Portugal de amanhã.
Um abraço
A. João Soares
Pobre do nosso país e do nosso povo sob o jugo destes (des)governantes.
Desde 1975 que não tinha esta sensação de revolta...
Abraço
I.M.
Cara Isabel,
O que está a passar-se é realmente alarmante. Quando o País está a braços com uma crise, ao fim de quase quatro anos de sucessivos apertos do cinto, assistimos a uma barafunda na AR feita por meia dúzia de fulanos aplaudidos pelas suas claques, tudo gente bem alimentada e bem vestida com bons ordenados a insultarem-se mutuamente e sem dizerem uma palavra de conforto real para os portugueses que andam mal vestidos, com fome e com doenças que não podem tratar devidamente, por falta de dinheiro e dos necessários apoios, quando isto acontece, algo vai muito mal e a necessitar de uma excelentíssima e reverendíssima revolta popular.
E, se as coisas não mudarem ordeiramente já, o povo acabará por agir.
Um abraço
A. João Soares
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