Desde 1991, há 18 anos, o Sara Ocidental espera que a ONU cumpra o prometido sobre o seu futuro. Agora chega a notícia (Enviado da ONU encontra-se com a Polisário para discutir Sara Ocidental) de que o novo enviado especial das Nações Unidas para o Sara Ocidental, Christopher Ross, está em Tinduf, no Sudoeste da Argélia, para conversações com responsáveis sarauis sobre o relançamento do diálogo com Marrocos.
Ross foi recebido pela população e os responsáveis sarauis nos campos de refugiados e explicou, na altura, que a sua missão é encontrar uma solução aceitável pelas duas partes – Marrocos e a Polisário – que permita ao povo saraui “determinar o seu futuro”.
Tem sido aqui defendido que há vantagem na resolução dos conflitos entre estados pela via negocial em vez do recurso à guerra. Oxalá esta inciativa de Christopher Ross obtenha o desejado êxito.
Também hoje chegou a notícia (Taliban e Governo concordaram num cessar-fogo no Vale de Swat) de que Combatentes taliban e funcionários governamentais concordaram num “cessar-fogo” no Vale de Swat, no Nordeste do Paquistão, uma das regiões mais instáveis do país. Parece que esta semana foi alcançado um acordo com as autoridades paquistanesas para impor a "sharia" (lei islâmica) no vale de Swat. Será desejável que daqui resulte estabilidade e desenvolvimento da região, no sentido de liberdade e bem-estar da população. Porém, há quem receie fundamentadamente o risco de aventuras insensatas num Estado dotado de arma nuclear. Esperemos que haja bom senso e sentido de humanidade.
Um outro aspecto de diálogo, e intenção de criar bom entendimento em clima de confiança e transparência, vem da visita de Hillary Clinton à China (Clinton afirma que EUA e China podem retirar o mundo da crise) em que parece ficar evidente a consciência da actual administração americana de que a guerra será a última solução, só depois de se esgotarem as capacidades e condições de diálogo e negociação.
Certamente, haverá muitos mais exemplos da prioridade dada à resolução pacífica de atritos internacionais, evitando a guerra, mas estes três exemplos já dão esperança de que o mundo está a tornar-se mais pacífico e respeitador dos direitos e das características do outro. Um ambiente de abertura, confiança e dialogo só traz vantagens à Paz internacional.
Links de alguns posts em que se defende este conceito de prioridade à negociação e ao diálogo em vez do recurso imediato à guerra:
- Reflexões sobre a guerra- Relações internacionais mais pacíficas?
- Caxemira, um caso pendente
- Negociar, coligar em vez de utilizar as armas
- Sara Ocidental, Polisário
- A Paz pelas conversações
- Guerra a pior forma de resolver conflitos
- Paz pela negociação
- A Paz como valor supremo
- Guerra de civilizações ou guerra de tradições?
- Os imponderáveis da Paz e a guerra
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Negociação em vez de guerra
Posted by A. João Soares at 11:25
Labels: confiança, diálogo, diplomacia, negociação, paz
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