domingo, 22 de fevereiro de 2009

Mais promessas pouco convincentes

Segundo a notícia «País quer soluções dos líderes políticos e não descrições da crise, defende Sócrates», o PM, disse hoje que "o país pede aos seus líderes políticos e empresariais que proponham soluções para a crise e não que descrevam a crise", durante uma visita à Exporplás, uma empresa de fabrico de fios e cordas sintéticas que está a aumentar as exportações e o número de trabalhadores.

Segundo o post «Pensar antes de decidir» a descrição do problema, neste caso a crise, com a definição de todos os aspectos e factores actuantes, é indispensável para serem esboçadas as possíveis soluções e posterior análise destas por forma a poder ser escolhida a melhor perante as circunstâncias vigentes. Portanto, as boas soluções só podem aparecer após a «descrição da crise». Normalmente, nada de seguro aparece, por inspiração onírica, sem ter por base a avaliação judiciosa da realidade com os seus factores.

É preciso ter esperança e optimismo, mas avançar, com os pés bem assentes no chão, segundo uma direcção bem escolhida de maneira a não se desperdiçarem recursos agora mais escassos do que nunca.

Segundo a notícia «Sócrates promete 30 mil empregos no sector social», o PM relembrou que o emprego é prioridade, como já tinha dito na campanha eleitoral, há mais de quatro anos em que prometeu criar 150 mil empregos. Afirmou que o sector social pode retirar do desemprego 30 mil pessoas até final do ano, não referindo se esses trinta mil são para somar ao número antes prometido, ou se esse já está esquecido e anulado e agora trata-se de nova contagem. O emprego é essencial tal como o investimento público, mas qualquer destes dois vectores apenas será válido se for produtor de riqueza e bem-estar geral, se aumentar as exportações ou reduzir as importações por as substituir por produtos fabricados internamente.

Os investimentos megalómanos que demorem a produzir efeitos positivos na economia nacional, pouco benefício trazem para o combate à crise, pelo contrário serão um ónus pesado sobre os ombros das próximas gerações, pois elas terão de pagar as «hipotecas» criadas pelo pagamento deferido dos investimentos de ostentação. Muito tem sido dito e escrito a este respeito e espera-se que os governantes estejam esclarecidos sobre as mais criteriosas decisões a tomar e decidam, o melhora para os portugueses de hoje e os de amanhã.

E, para não darem razão aos autores do falado cartaz que levou um ministro a malhar insistentemente a torto e a direito, com uma raiva cega, convém acabar com as promessas duvidosas e apenas se anunciarem as obras acabadas, se forem realmente positivas para um futuro mais desanuviado. Será grave que os 30 mil se juntem aos 150 mil não cumpridos. O desemprego tem de ser combatido com um maior dinamismo da economia o que depende dos empresários e não propriamente do Governo. Os empregos dados pelo Governo correspondem a aumento das despesas públicas e portanto a sobrecarga dos impostos, actuais ou a prazo. Hã realmente que «pensar antes de decidir».

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