O actual Governo iniciou a actividade com promessas de grandes transformações em diversos sectores da vida nacional – Educação, Justiça, Saúde, Segurança Interna, Defesa, etc. – o que merecia aplauso de quem se interessa pelo País e pelo futuro dos portugueses. Vivia-se há dezenas de anos à espera da modernização e desburocratização de muitas actividades, calcinadas prelo imobilismo. Havia necessidade de reformar, tornar mais eficazes e modernos muitos serviços do Estado e das autarquias.
Isso iria criar sofrimentos a quem teria de modificar as suas rotinas e, nalguns casos, mudar de local de trabalho. Para obviar a esses sacrifícios deveria ser explicado aos atingidos que isso tinha por objectivo melhores resultados dos seus esforços e mais prestígio da função pública. Para tal, as mudanças deviam ser precedidas de pareceres dos funcionários mais experientes nos serviços a fim de o resultado ser positivo no sentido da simplificação, inovação, produtividade, eficácia, etc.
Mas não houve o cuidado de obter a colaboração de quem mais sabia e o processo assentou em os «sábios» dos ministérios irem buscar modelos estranhos, sem a mínima adequação ao caso real português, criando guerras em todos os principais vectores da governação (atrás citados). A «fita do tempo» mostra uma sequência de avanços, manifestações, recuos, tentativas de conversações que não passaram de tentativas de imposição da solução dos referidos «sábios», novas manifestações…
Por outro lado, o Governo tinha boas intenções para ganhar um bom campeonato, mas escolheu uma péssima equipa, que não trazia boa preparação que não recebeu bom treino e mentalização para a forma de actuar em equipa e o resultado não foi brilhante.
A notícia do Público de hoje «Luta dos professores poderá entrar pela campanha para as legislativas» diz que o calendário de acções vai prolongar-se pelo 3.º período e podendo mesmo chegar ao início do próximo ano lectivo, em pleno período de campanha para as legislativas.
Esta pontaria para o período eleitoral é de «génios», de indivíduos que aprenderam muito com os políticos, que tudo á válido e não se deve olhar a meios para atingir os objectivos. Tem aqui sido dito que os políticos não deviam dar maus exemplos ao povo, devendo ter um comportamento eticamente irrepreensível, exemplar. Mas os mais práticos dizem que eles se interessam pelos seus benefícios pessoais e que o País deve comportar-se bem por uma questão de civismo. Porém, este caso dos professores mostra que o exemplo tem, muita força, principalmente quando se trata de maus exemplos.
Se a regra implantada pelos políticos é que para eles vale tudo, não podem agora reprimir quem usa a mesma norma.
Quem tiver olhos de ver veja e tire daí as devidas conclusões. Quem governa não se deve considerar detentor de direitos especiais, mas, sim, de deveres muito pesados de corresponder à expectativa que criou nos eleitores com promessas eleitorais e de desempenhar cabalmente a função de defender os interesses nacionais, isto é, de todos os portugueses e não apenas dos melhor instalados na vida, por vezes, usando meios fraudulentos. Essas promessas que lhes granjearam votos deviam ser consideradas sagradas e satisfeitas cabalmente. Se não eram realizáveis não deviam ter sido feitas.
DELITO há dez anos
Há 2 horas
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