Em vários locais deste blogue - posts e respostas a comentários - encontram-se afirmações de que, nos primeiros meses deste governo, o considerei o melhor depois do 25 de Abril, com projectos de reformas que já deviam ter sido feitas há muito. Porém, depois, ao tentar concretizá-las, falhou, algumas vezes por hostilizar aqueles que nelas deviam colaborar, como por exemplo na Justiça, na Saúde, na Segurança Interna, na Educação, etc. Outras vezes por decisões voluntariosas sem base em estudos cuidadosos do problema que conduzissem à escolha da melhor solução de entre as possíveis, como aconselha uma metodologia semelhante à sugerida aqui.
Não se fazem reformas profundas por decreto sem uma prévia explicação e preparação daqueles que as terão de suportar e executar. Não se pode esperar êxito de reformas que são precedidas de hostilidade aos agentes dos sectores a remodelar. Sem essa introdução,dessas reformas resultam os recuos que acarretam desprestígio e desconforto da parte dos eleitores, por verem que os assuntos não foram decididos com base em estudos sérios e boa preparação dos principais agentes do respectivo sector.
E, por isso, algumas das tentativas de reformas traduzem-se numa sequência de avanços, manifestações de desagrado dos eleitores, recuos, «negociações» que pretendem impor a posição do governo, novas manifestações, etc.
Hoje encontrei na imprensa online os seguintes artigos que vêm ao encontro desta minha preocupação de contribuir para que as decisões sejam bem preparadas para não terem de ser alteradas, por vezes. de forma pouco dignificante. E, perante os erros, um pedido de desculpa não é suficiente para permitir recuperar a parcela do prestígio entretanto perdido. O mesmo acontece com desvio das culpas e com a sua ocultação que termina com a impunidade do funcionário que deixou de cumprir o serviço com a necessária dedicação. A perda do sentido de responsabilidade não é nada benéfica.
Alguns dos títulos da comunicação social consultados:
- Governo adia até 2011 agravamento da taxa social única para contratos a termo
- Parceiros sociais consideram que adiamento da entrada em vigor de penalização para contratos a termo era inevitável
- Vieira da Silva diz que não há soluções "miraculosas" para a crise
- Proposta do Governo para reduzir multas ambientais é “uma vergonha”
- Multas ambientais: PS aprova, PS muda, no Público
- Sócrates pede desculpa aos pais das crianças filmadas em Castelo de Vide
- Ministra lamenta desrespeito pela imagem dos alunos
- Produtora nega culpas no caso dos alunos filmados sem autorização dos pais
- BE pede esclarecimentos sobre “caso” de imagens de crianças em tempo de antena do PS
- PS dividido nas correcções ao Código do Trabalho
"Cancelamentos culturais" na América (4)
Há 3 horas
2 comentários:
Meu amigo João:
Na minha perspectiva, não é só uma questão de seriedade ( ou de falta dela) na forma como foram encetadas reformas de fundo.
Foram as próprias reformas que foram acompanhadas por uma política de arrogância, autismo político, incompetência, acentuada e justificada descnfiança em relação à justiça, desgoverno na educação que caminha para legar uma geração de semi-anafalbetos, instalação de compadrios inaceitáveis, confrontações tão desnecessárias como politicamente estúpidas, subida dos desníveis entre os mais abastados e os mais pobres como nunca se vira,... enfim, um conjunto vasto de desmandos e de obstinação asinina no comando do país.
Este governo tem praticado acções que vão deixar Portugal completamente de rastos e cada vez mais à mercê do grande capital e das ordens de Bruxelas.
E, é claro, as culpas serão assacadas a quem vier depois. Como é hábito.
Um abraço, neste dia muito importante para recordar que o direito ao trabalho tem de ser respeitado por aqueles que subiram ao poder prometendo o mundo ao povo que lá os levou.
Jorge P.G.
Caro Amigo Jorge P.G.,
Obrigado por este comentário. Como é professor, estará interessado em ler um comentário colocado no post «professores aprendem com os políticos» no Do Miradouro, por um comentador fanático do actual governo e que me apareceu há dias a querer propagandear o governo e atacar tudo o que não estiver 100% com ele. Penso que gostará de ler o que por lá está neste e noutro post «liberdade de expressão em perigo».
Um abraço
João Soares
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